"Lamento pelo cracaço Lionel Messi, mas, para mim, a taça tem dono. Não vejo como os alemães possam ser batidos atualmente"
Estado de Minas: 13/07/2014
Rio – Aqui estou para mais uma final de Copa do Mundo. Conforme esperava, Alemanha e Argentina farão a grande decisão por serem os melhores. Há quatro anos apontava as duas, Holanda e Espanha nas semifinais, mas a Fúria decepcionou e o Brasil, ajudado pelo árbitro japonês na estreia contra a Croácia, acabou entrando. Para nós, foi vergonha tomar de sete dos germânicos. Para Felipão, Parreira, Murtosa e jogadores, normal, tanto que falaram em apagão. Ora, apagão seria os alemães levarem sete, com seu time estruturado, organizado e talentoso.
Muitos da imprensa tentaram iludir a torcida, mas críticos como Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil, e eu sempre pusemos o dedo na ferida e mostramos a fragilidade do time a cada jogo. A Alemanha me encanta por ter uma primeira-ministra, Angela Merkel, que orgulha sua gente. Ela comanda a maior economia da Europa. Seu país tem educação, saúde e segurança e, ainda por cima, a melhor Seleção do mundo. E olhem que o futebol por lá não tem um décimo da importância daqui. A prioridade é a formação do cidadão, para que se forme e se torne útil. Ninguém vive às custas do governo. Quando o Brasil saía de uma Copa, torcia pelos argentinos, porque gosto do futebol deles e essa rivalidade não me pega. Mas esta tarde serei alemão desde pequeno.
Em 2012, em Munique, fui com minha mulher e um casal de amigos à Allianz Arena assistir à final da Liga dos Campeões, Bayern x Chelsea. Os ingleses venceram nos pênaltis depois de dominados o tempo inteiro. Ficamos atônitos, mas os alemães nem se importaram. Frios, encararam a derrota como algo normal, resultado de um jogo. No ano seguinte, em Londres, lá estava o Bayern decidindo outra vez a competição, desta vez superando o compatriota Borussia Dortmund, e a reação também foi tranquila. Na Alemanha, como disse acima, o futebol não tem essa importância toda, o futebol é apenas lazer, não prioridade.
O Maracanã (foto) estará lindo esta tarde. Alemães e argentinos vão dividir espaço, na certeza de um grande jogo. Lamento pelo cracaço Lionel Messi, mas, para mim, a taça tem dono. Não vejo como os alemães possam ser batidos atualmente. Sua equipe é organizada, com jogadores talentosos e treinador inteligente, educado e conhecedor do assunto. Quando não consegue se impor na técnica, ela é pragmática. A Argentina tem a velha raça como trunfo, como na jogada em que Mascherano evitou a eliminação no fim, ao esticar a perna para salvar o gol de Robben, sofrendo até uma contusão. Ela realmente é número um na garra, vontade e disposição. E, quanto ao talento, têm Messi. Resta saber se o camisa 10 conseguirá ser genial marcado por dois ou três. Não acredito. Decisivo em dois jogos, quando se safou da marcação severa, contra a Holanda, porém, nada fez.
Importante é saber que a Copa, como escrevo desde o fim da África do Sul’2010, será decidida pelos melhores times no Maracanã. Sempre afirmei que a Fifa cometeu grave erro ao fazer com que o Brasil só pudesse jogar no estádio se chegasse à final. Como não chegou, a torcida terá de se contentar com Alemanha e Argentina. Gastamos R$ 40 bilhões para bater palmas para os gringos. A competição foi sucesso de público, de gols, de jogos memoráveis, como os 7 a 1 do Mineirão. Vamos ver daqui a alguns anos quanto ainda estaremos devendo.
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