Os três grupos decisivos
Estado de Minas: 10/08/2014
Estado de Minas: 10/08/2014
Brasília –
Estrategistas da campanha presidencial recortam cenários, públicos-alvos
e afinam o discurso para melhor atingir os eleitores. De acordo com o
cientista político César Romero, três grandes grupos precisam ser
atendidos em uma corrida presidencial, pois têm o poder de decidir uma
eleição: a classe média escolarizada, os moradores das periferias das
grandes cidades, e os habitantes dos chamados grotões brasileiros.
Pesquisa feita pelo Estado de Minas nos programas de governo dos três principais presidenciáveis – Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Dilma Rousseff (PT) – mostra que eles estão antenados com essas demandas. E, segundo especialistas, são necessidades específicas: nos grotões, a tendência é uma atenção maior aos programas sociais do governo, embora as políticas agrárias também sejam importante. Nas periferias, as queixas mais latentes envolvem a questão de mobilidade urbana e o acesso aos serviços públicos essenciais, como saúde e educação.
Já a classe média escolarizada, que normalmente está em escolas particulares e utiliza menos os serviços públicos, sente mais proximidade com as propostas mais conceituais, como a reforma política, as políticas de inovação em ciência e tecnologia ou os discursos ambientalmente sustentáveis. O que não evita, naturalmente, que as carências e demandas permeiem os três grupos.
Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), é natural que as campanhas se debrucem sobre essas realidades distintas. “São grupos específicos de eleitores que, evidentemente, buscam a ascensão social por caminhos alternativos e que precisam ser percebidos pelos candidatos”, defendeu o parlamentar tucano. Imbassahy acredita que a escolha da proposta adequada faz com que as ideias do candidato se espalhem de maneira mais ágil e clara. “Por isso, é fundamental a clareza do discurso”, completou.
Um interlocutor da campanha presidencial de Dilma afirmou que o PT trabalha as estratégias voltadas para grupos específicos e considera, embora respeite os pontos de vistas apresentados pelo cientista político da PUC, que existem outros recortes eleitorais que precisam ficar no radar dos candidatos, sobretudo os presidenciais.
Ele cita como exemplo desse cuidado os trabalhadores e os jovens. “São públicos distintos, com linguagem e formas de abordagem específica, mas que permeiam todos os grupos sociais, inclusive os citados pelo cientista da PUC”, completou o estrategista dilmista.
Candidato a vice-governador em São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) e um dos aliados mais fieis do presidenciável Eduardo Campos (PSB), o deputado Márcio França, também do PSB, afirma que, além dos pontos levantados por Romero, o partido ainda adota uma outra estratégia de discurso. “O cientista político fez um recorte geográfico. Nós nos baseamos também em um recorte social”, disse ele.
Por esse paradigma, o comando de campanha do PSB divide os eleitores em classes A+B; C; D+E. O primeiro grupo (A+B), segundo França, representa 21% do eleitorado; a classe C engloba 54% dos votos e as classes D e E somam 25%. O socialista adiantou ainda que o principal alvo são os eleitores da classe C.
A primeira justificativa, óbvia, é numérica. As outras têm uma conotação política e social mais refinada. “As pesquisas mostram que quem decide o voto nas famílias da classe C são os jovens, um público que, em tese, está mais próximo de nós por causa da Marina (Silva, candidata a vice de Eduardo)”, disse França. Outros dois fatores pesam consideravelmente nessa estratégia. “Apenas 15% desse público é próximo ao PT. Os demais 85% têm ojeriza aos partidos políticos e engrossam as filas dos indecisos e daqueles que votam branco ou nulo.”
Pesquisa feita pelo Estado de Minas nos programas de governo dos três principais presidenciáveis – Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Dilma Rousseff (PT) – mostra que eles estão antenados com essas demandas. E, segundo especialistas, são necessidades específicas: nos grotões, a tendência é uma atenção maior aos programas sociais do governo, embora as políticas agrárias também sejam importante. Nas periferias, as queixas mais latentes envolvem a questão de mobilidade urbana e o acesso aos serviços públicos essenciais, como saúde e educação.
Já a classe média escolarizada, que normalmente está em escolas particulares e utiliza menos os serviços públicos, sente mais proximidade com as propostas mais conceituais, como a reforma política, as políticas de inovação em ciência e tecnologia ou os discursos ambientalmente sustentáveis. O que não evita, naturalmente, que as carências e demandas permeiem os três grupos.
Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), é natural que as campanhas se debrucem sobre essas realidades distintas. “São grupos específicos de eleitores que, evidentemente, buscam a ascensão social por caminhos alternativos e que precisam ser percebidos pelos candidatos”, defendeu o parlamentar tucano. Imbassahy acredita que a escolha da proposta adequada faz com que as ideias do candidato se espalhem de maneira mais ágil e clara. “Por isso, é fundamental a clareza do discurso”, completou.
Um interlocutor da campanha presidencial de Dilma afirmou que o PT trabalha as estratégias voltadas para grupos específicos e considera, embora respeite os pontos de vistas apresentados pelo cientista político da PUC, que existem outros recortes eleitorais que precisam ficar no radar dos candidatos, sobretudo os presidenciais.
Ele cita como exemplo desse cuidado os trabalhadores e os jovens. “São públicos distintos, com linguagem e formas de abordagem específica, mas que permeiam todos os grupos sociais, inclusive os citados pelo cientista da PUC”, completou o estrategista dilmista.
Candidato a vice-governador em São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) e um dos aliados mais fieis do presidenciável Eduardo Campos (PSB), o deputado Márcio França, também do PSB, afirma que, além dos pontos levantados por Romero, o partido ainda adota uma outra estratégia de discurso. “O cientista político fez um recorte geográfico. Nós nos baseamos também em um recorte social”, disse ele.
Por esse paradigma, o comando de campanha do PSB divide os eleitores em classes A+B; C; D+E. O primeiro grupo (A+B), segundo França, representa 21% do eleitorado; a classe C engloba 54% dos votos e as classes D e E somam 25%. O socialista adiantou ainda que o principal alvo são os eleitores da classe C.
A primeira justificativa, óbvia, é numérica. As outras têm uma conotação política e social mais refinada. “As pesquisas mostram que quem decide o voto nas famílias da classe C são os jovens, um público que, em tese, está mais próximo de nós por causa da Marina (Silva, candidata a vice de Eduardo)”, disse França. Outros dois fatores pesam consideravelmente nessa estratégia. “Apenas 15% desse público é próximo ao PT. Os demais 85% têm ojeriza aos partidos políticos e engrossam as filas dos indecisos e daqueles que votam branco ou nulo.”
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