quarta-feira, 24 de outubro de 2012

espelhos perversos


O Espelho 
(Atribuído a Edmund Burke,1729 – 1797)
tradução Nelson Ascher

Eu me olho no espelho
e, ali, só consigo
ver outrem que nada
tem a ver comigo.

Pois sou bem mais novo
(Estamos de acordo?)
que o estranho no espelho,
e bem menos gordo.

Ah, cadê os espelhos
bons de outrora, iguaiz-
-inhos aos que eu tinha
trinta anos atrás?

Agora, no entanto,
tudo está mudado
nem há mais espelhos
como os do passado.

Portanto, ao ver rugas,
não ache isso o fim,
pois hoje eu sei de algo
óbvio para mim:

caso nosso aspecto
se mostre imperfeito,
é de fato o espelho
que está com defeito

The Mirror                    
I look in the mirror
And what do I see?
A strange looking person
That cannot be me.

For I am much younger
And not nearly so fat
As that face in the mirror
I am looking at.

Oh, where are the mirrors
That I used to know
Like the ones which were
Made thirty years ago?

Now all things have changed
And I’m sure you’ll agree
Mirrors are not as good
As they used to be.

So never be concerned,
If wrinkles appear
For one thing I’ve learned
Which is very clear,

Should your complexion
Be less than perfection,
It is really the mirror
That needs correction!!



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