De repente, a pilha do setentão Saatchi ficou fraca para a beleza de Nigella, um espetáculo em seus 53 aninhos
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 31/07/2013
Mais que imbecil,
Charles Saatchi é um imbecil completo. Nasceu em Bagdá, no Iraque, em 9
de junho de 1943. É cidadão britânico de família judaica, colecionador
de arte, irmão de Maurice Saatchi, o publicitário da Saatchi &
Saatchi. Foi casado com Doris Lockhart de 1973 a 1990, com Kay
Hartenstein de 1990 a 2001 e vem de perder a melhor e mais valiosa obra
de arte de sua coleção ao divorciar-se de Nigella Lawson, com quem
estava casado desde 2003.
Só um imbecil completo, um débil mental
de babar na gravata, como aquele do grande Nelson Rodrigues, é capaz de
se divorciar de Nigella. Fosse o philosopho 10 anos mais moço já
estaria de passagem comprada para o abjeto clima de Londres, ainda que
para lavar amorosamente a panela de Nigella. O certo seria lavar as
panelas, mas recorri ao singular para rimar com Nigella.
Naturalizado,
Charles Saatchi teria lugar cativo na esplanada dos ministérios de um
país grande e bobo. Pouco importa que não fale português, pois a maioria
dos ministros claudica no idioma de Camões. Há precedentes de ministro
naturalizado cujo país de nascimento desmente a notícia de que a anta,
mamífero perissodáctilo da família dos tapirídeos, só ocorre da Colômbia
ao Sul do Brasil.
Só de me imaginar degustando Nigella, isso é,
os pratos preparados por ela, sinto “trimilicos” parecidos com aqueles
que o Zé Ribeiro, retireiro em nossa fazenda fluminense, sentia quando
namorava aquela que seria mãe dos seus filhos. Mais não digo, nem
pendurado, mas há espaço para contar ao leitor que Saatchi, no árabe
iraquiano, é watchmaker e vejo no Collins que watchmaker é relojoeiro.
De repente, a pilha do setentão Saatchi ficou fraca para a beleza de
Nigella, um espetáculo em seus 53 aninhos.
Presentes
Domingo,
7 de julho, contei-lhes que mandei duas calças jeans para fazer bainhas
e a costureira errou no corte de uma transformando-a em calça de pescar
siri, meio caminho entre o bermudão e a calça decente. Apesar do meu
recado de que não se preocupasse e mandasse de volta a calça de
pescador, dona Leninha não se conformou, foi à loja do shopping e deixou
seu telefone para ser avisada quando chegasse calça igual, que fez
questão de pagar e embainhar para me trazer o produto em domicílio, hora
e meia em dois ônibus. Aqui, explicou que tem 50 anos de costura e
nunca lhe aconteceu erro igual.
Não aceitou de jeito e maneira o
pagamento da calça e do serviço, nem dos ônibus, repetindo sem parar:
“Tenho 50 anos de costura e nunca me aconteceu isso”. Terminei o suelto
Imbróglio jeans dizendo que me sentia obrigado a lhe mandar presente de
preço maior que o da calça, um eletroeletrônico que pretendia comprar na
Suggar do Lúcio Costa.
O industrial mineiro, grande anunciante
do nosso jornal, comoveu-se com a história e me remeteu, via Sedex, dois
belos aparelhos fabricados por ele: um liquidificador de última geração
e uma batedeira de bolos, que mandei entregar à costureira. Dona
Leninha ficou tão emocionada, que passou horas elogiando os
eletrodomésticos entregues por sua vizinha, minha operadora de fogão de
cinco bocas.
Casamento
Do tanto que
reclamei com Maria Consuelo Bethonico Cardoso Máximo e seu marido Jacob
Lopes de Castro Máximo, que não me convidavam para os casamentos dos
seus filhos, os Máximos se comoveram e me convidaram para a cerimônia
religiosa que uniu Maria Flávia ao jovem Bruno Souza no último 13 de
julho. Perdi os comes e bebes do Salão Bela Vista, na Vila da Serra,
Nova Lima, porque o convite deixado no jornal só me chegou, via Sedex,
no dia do casório.
A 250 quilômetros e milhares de radares de
Nova Lima, foi rigorosamente impossível comparecer ao casamento embecado
em terno azul-marinho, sapatos e meias pretos, gravata discreta, como
se pede dos homens sérios e chiques. Por isso e ainda que com atraso,
aproveito esta ensancha para enviar aos noivos, hoje marido e mulher, os
mais sinceros votos de felicidades.
O mundo é uma bola
31
de julho de 432: Sisto III é eleito o 44º papa sucedendo a Celestino I.
Nascido Xystos Collona em Roma, no ano de 390, Sisto III foi autor de
várias epístolas e morreu em 440. Em 904, Tessalônica, a segunda maior
cidade do Império Bizantino, é capturada pelos corsários sarracenos,
liderados por Leão de Trípoli, e saqueada durante 10 dias. Thessaloníki
(“vitória sobre os tessálios”) é hoje a segunda maior cidade da Grécia e
a principal da região grega da Macedônia. Em 2001 tinha 763 mil
habitantes e é provável que continue com o mesmo número, porque os
gregos não têm Bolsa Família que lhes permita ficar em casa produzindo
greguinhos.
Em 1769, alvará que cria em Lisboa uma fábrica de
cartas de jogar, pertença do monarca. Em 1790, o rei Frederico VI, da
Dinamarca, se casa com a landgravina Maria Sofia de Hesse-Cassel, um
pitéu. Era a filha mais velha do landgrave Carlos de Hesse-Cassel e da
princesa Luísa da Dinamarca. Teve nove filhos e morreu com 84 anos.
Landgrave era título de alguns príncipes ou nobres alemães.
Ruminanças
“Um inglês é sempre excêntrico, mesmo quando é sublime” (Eça de Queirós, 1845-1900).
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