segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Ronaldo Lemos

folha de são paulo

iPhone 'popular' aponta para o futuro da tecnologia


 
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A ficha caiu. O futuro do consumo de tecnologia está na "base da pirâmide" social. Os 5 bilhões de habitantes desconectados do planeta tornaram-se peça importante para empresas de tecnologia.
O Facebook anunciou na semana passada que vai entrar pesado (em parceria com empresas de celular) na expansão da internet para países pobres. O plano traz uma série de questões. Mas o anúncio aponta claramente para onde a empresa está olhando.
A Mozilla também acaba de lançar o Firefox Phone, para população de menor renda. Feito com tecnologia 100% aberta, custa US$ 80. A primeira remessa esgotou-se em uma semana na Inglaterra (o aparelho vai ser lançado também no Brasil, na Colômbia e na Venezuela).
Até a Apple vai soltar um celular popular. A próxima versão do iPhone será dividida em duas. O iPhone 5S será vendido nos EUA como produto topo de linha. Já o iPhone 5C, mais simples, vai para o resto mundo a preço menor. É a primeira vez que a Apple adota uma estratégia de segmentação de preço tão agressiva.
A Samsung também entrou na jogada. Na Índia, a empresa está fabricando celulares no modelo antigo, parecido com os primeiros fones da Nokia. São de baixíssimo custo (menos de US$ 20), mas com funcionalidades um pouco melhores (veja aqui: bit.ly/samindia). Resultado: sucesso absoluto.
O Brasil poderia ter entrado para liderar no desenvolvimento de tecnologia para a base da pirâmide social. A concorrência nesse nicho era pequena e desorganizada. A janela ficou aberta por um bom tempo. Agora começou a se fechar.
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READER
JÁ ERA Beber ou usar o celular enquanto dirige
JÁ É Usar um aplicativo para chamar um táxi depois de beber
JÁ VEM Pedir bebida no bar, sem fila, com aplicativos como o BarEye.com e o FlowTab.com
ronaldo lemos
Ronaldo Lemos é diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e do Creative Commons no Brasil. É professor titular e coordenador da área de Propriedade Intelectual da Escola de Direito da FGV-RJ. Foi professor visitante da Universidade de Princeton. Mestre em direito por Harvard e doutor em direito pela USP, é autor de livros como "Tecnobrega: o Pará Reiventando o Negócio da Música" (Aeroplano). Escreve às segundas na versão impressa do "Tec".

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