René Berindoague
Cirurgião especializado em cirurgia do estômago, diretor técnico do Instituto Mineiro de Obesidade
Estado de Minas: 12/09/2013
A comunidade médica
tem voltado atenção cada vez maior para a utilização da cirurgia
bariátrica ou metabólica, aquela para redução de peso, no tratamento do
diabetes. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, 285 milhões de
pessoas no mundo têm a doença (uma prevalência de 6,4% entre adultos de
20 a 79 anos), que deve atingir 438 milhões dentro de duas décadas. A
cada ano, sete milhões desenvolvem o problema. Dados atuais da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica indicaram que 10% dos
diabéticos morrem de problemas cardiovasculares todos os anos, caindo
para 0,3% entre aqueles que fizeram a cirurgia bariátrica. Essa seria
uma solução para diabéticos tipo 2, que precisam cuidar da disfunção,
até então considerada incurável. A obesidade é apontada como um dos
principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Estima-se que entre
80% e 90% dos indivíduos acometidos por essa doença são obesos. No
Brasil, segundo dados divulgados ano passado pelo Ministério da Saúde, o
número de brasileiros acima do peso passou de 42,7%, em 2006, para
48,5%, em 2011. No mesmo período, a proporção de obesos aumentou de
11,4% para 15,8%.
Mas por que uma cirurgia indicada para redução da obesidade pode ser útil para tratamento do diabetes? A explicação pode estar na modificação causada pela operação na produção de hormônios produzidos no estômago e no intestino. A produção da grelina, hormônio liberado pelo estômago com a finalidade de estimular o apetite, cai substancialmente nos operados. E o imediato aumento das substâncias incretinas passa a estimular o pâncreas a produzir novamente a insulina. Com isso, os níveis de glicemia voltam ao normal já nos primeiros dias de operado. Outra influência hormonal importante é a do GLP-1, produzido por células localizadas no intestino, que, entre outras funções, serve para estimular o pâncreas a produzir a insulina. Como a cirurgia deixa quase todo o estômago fora de circuito, o bolo alimentar é desviado diretamente para o intestino delgado, área a que os alimentos já chegam processados pelo suco gástrico. Esse novo estímulo faz as células do delgado produzirem mais GLP-1.
A cirurgia bariátrica pode ser utilizada também em alguns pacientes com índice de massa corporal (IMC) entre 30 e 35, o que significa obesidade leve. Os resultados são promissores. As rotinas médicas mostram que diabéticos com obesidade moderada perderam mais peso e tiveram um controle melhor da glicose, em até dois anos depois da cirurgia bariátrica do que com tratamentos não cirúrgicos, como dietas e medicamentos, que devem ser administrados por toda a vida.
A cirurgia, no entanto, não deve ser utilizada indiscriminadamente. Cada caso deve ser estudado, uma vez que cada organismo tem suas diferenças e limitações. Se decidido pela cirurgia, é necessário um acompanhamento multidisciplinar e a adoção de hábitos saudáveis, baseados na boa alimentação e na rotina de exercícios físicos. As pesquisas revelam que diabetes e obesidade podem andar lado a lado, em uma harmonia cirurgicamente solucionável. Eis que novos campos se abrem para cura e bem-estar de pacientes.
Mas por que uma cirurgia indicada para redução da obesidade pode ser útil para tratamento do diabetes? A explicação pode estar na modificação causada pela operação na produção de hormônios produzidos no estômago e no intestino. A produção da grelina, hormônio liberado pelo estômago com a finalidade de estimular o apetite, cai substancialmente nos operados. E o imediato aumento das substâncias incretinas passa a estimular o pâncreas a produzir novamente a insulina. Com isso, os níveis de glicemia voltam ao normal já nos primeiros dias de operado. Outra influência hormonal importante é a do GLP-1, produzido por células localizadas no intestino, que, entre outras funções, serve para estimular o pâncreas a produzir a insulina. Como a cirurgia deixa quase todo o estômago fora de circuito, o bolo alimentar é desviado diretamente para o intestino delgado, área a que os alimentos já chegam processados pelo suco gástrico. Esse novo estímulo faz as células do delgado produzirem mais GLP-1.
A cirurgia bariátrica pode ser utilizada também em alguns pacientes com índice de massa corporal (IMC) entre 30 e 35, o que significa obesidade leve. Os resultados são promissores. As rotinas médicas mostram que diabéticos com obesidade moderada perderam mais peso e tiveram um controle melhor da glicose, em até dois anos depois da cirurgia bariátrica do que com tratamentos não cirúrgicos, como dietas e medicamentos, que devem ser administrados por toda a vida.
A cirurgia, no entanto, não deve ser utilizada indiscriminadamente. Cada caso deve ser estudado, uma vez que cada organismo tem suas diferenças e limitações. Se decidido pela cirurgia, é necessário um acompanhamento multidisciplinar e a adoção de hábitos saudáveis, baseados na boa alimentação e na rotina de exercícios físicos. As pesquisas revelam que diabetes e obesidade podem andar lado a lado, em uma harmonia cirurgicamente solucionável. Eis que novos campos se abrem para cura e bem-estar de pacientes.
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