quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Obama responde ao Brasil‏

EUA dizem que governo Dilma tem preocupação "legítima" sobre espionagem de dados 


Gabriela Walker e Adriana Caitano

Estado de Minas: 12/09/2013 


Brasília – O governo de Barack Obama afirmou ontem que o Brasil levantou “questões legítimas” ao interpelar a Casa Branca sobre as atividades de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) a respeito da presidente Dilma Rousseff e da Petrobras e prometeram “trabalhar junto” com o governo brasileiro para resolver as tensões provocadas pelo tema.

A declaração foi dada em comunicado após encontro na Casa Branca entre o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, e a conselheira de Segurança Nacional norte-americana, Susan Rice, para tratar do assunto. Pelo lado brasileiro, as conversas com Rice foram consideradas suficientes e continuam hoje. Após o encontro, servidores da embaixada brasileira participaram de uma reunião para discutir as informações passadas pelos norte-americanos. Na nota, a Casa Branca argumentou que algumas reportagens “distorceram” as atividades da NSA e outras “provocaram questões legítimas” que criaram “tensões na muito próxima relação com o Brasil”.

O encontro entre Figueiredo e Susan Rice tinha sido acertado entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama durante a reunião do G20, na semana passada, na Rússia. Na ocasião, Obama manifestou disposição para atender às demandas brasileiras e disse a Dilma que trabalharia pessoalmente para resolver a crise diplomática.

Ontem, enquanto ainda aguardava explicações, a presidente pediu urgência constitutional para a votação do marco civil da internet, projeto que deve regulamentar o tráfego de dados no Brasil. “Ela considerou importante que os dados sejam armazenados dentro do território nacional, para deixar claro que a lei que proteger os internaurtas brasileiros será aplicada aos dados coletados no país”, comentou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto sobre marco civil. A proposta tramita no Congresso desde 2001, mas não avança por falta de consenso.

Na Câmara dos Deputados, a Comissão de Relações Exteriores aprovou por unanimidade o envio de uma missão parlamentar à Rússia, para buscar mais informações com o ex-analista de inteligência Edward Snowden, autor das revelações sobre o rastreamento da telefonia e da internet pelos EUA e recebeu asilo temporário do presidente Vladimir Putin. (Com agências)

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