A nossa capacidade de relacionamento com 
outros humanos gira em torno dos 100 adultos. É algo biológico, é 
básico, é tiro e queda
    
    
  
  
  
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 25/09/2013
    
    
  
  
    
      A Paraíba é
 um perigo. De vez em quando produz um José Nêumanne Pinto, um Moacir 
Japiassu, um Silvio Roberto de Lemos Meira, que veio ao mundo em Taperoá
 em 2 de fevereiro de 1955. Taperoá, a Princesa do Cariri, é famosa por 
nela transcorrer toda a história da peça Auto da compadecida, de Ariano 
Suassuna, paraibano que só faz confirmar o perigo do seu estado quando 
resolve produzir gênios. Silvio Meira formou-se em engenharia eletrônica
 pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), cursou o mestrado em 
informática pela Universidade Federal de Pernambuco e o doutorado em 
computação pela University of Kent at Canterbury, na Inglaterra. É dele 
um texto publicado pelo provedor Terra sobre o número 150, estabelecido 
por um inglês especialista em comportamento de primatas, Robin Dunbar, 
função da capacidade do neocórtex que diz da nossa capacidade de manter 
relações interpessoais estáveis com um grupo de indivíduos. Ou seja, o 
número de Dunbar é um tipo de limite para a sua (e a minha) capacidade 
de relacionamento com outros humanos. É algo biológico, básico. Um 
estudo que acaba de ser publicado pela Royal Society, continua o craque 
de Taperoá, diz que a complexidade social emerge, essencialmente, dos 
esforços individuais para criar soluções compartilhadas para manter e 
propagar a vida. Professor Robin Ian MacDonald Dunbar (17 June 1947) is a
 British anthropologist and evolutionary psychologist and a specialist 
in primate behaviour. Seu Dunbar’s number, 150, bate com os números que 
estudei em outros antropólogos, que se basearam nos restos das fogueiras
 feitas nas cavernas africanas pelos primeiros hominídeos. E diziam da 
relação de nossas agendas pessoais, normalmente com 100 nomes, a partir 
do que estudaram nos restos das fogueiras. De 100 para 150, considerando
 que as crianças de colo não devem deixar vestígios nas fogueiras, temos
 que o número de Dunbar faz sentido, é muito próximo dos números dos 
seus colegas, que não contavam com a informática e o fenômeno das 
chamadas redes sociais. Nossas agendas, como o pacientíssimo patrício já
 leu em Tiro & Queda um ror de vezes, têm 100 nomes em média. Sai 
um, entra outro e a nossa capacidade de relacionamento com outros 
humanos gira em torno dos 100 adultos. É algo biológico, é básico, é 
tiro e queda. 
Caro doutor
Muito saudar! 
Espero que o senhor tenha feito boa viagem e já esteja instalado na 
região em que vai medicar brasileiros sem macas, estetoscópio, 
ambulância, leitos, instalações mínimas, água tratada e encanada, rede e
 tratamento de esgotos, luz elétrica, estradas – sem nada de coisa 
alguma. O motivo que me traz à presença do doutor é o seguinte: consta 
que sua família ficou na ilha superiormente administrada pelos irmãos 
Castro Ruz. Sendo assim, é possível que seus parentes lhe mandem, vez 
por outra, algumas caixas de bons charutos produzidos por lá. Entrar no 
Brasil com as caixas nunca foi problema. Basta dizer que, não faz muito 
tempo, chegavam “toneladas” pelas malas diplomáticas para revender em 
Minas por um parente do embaixador do Brasil em Havana. Não invento: 
fumei dois puros imensos, que ganhei de presente de um amigo. Na 
hipótese de o doutor não fumar charutos, procure entrar em contato 
comigo, que sou candidato à compra de cinco caixas/mês pagando em reais 
ou dólares norte-americanos, a seu critério. Enquanto ao mais, use 
mosquiteiro para se proteger da malária e tome cuidado ao banhar-se nos 
rios, não só com as piranhas, como também com os peixinhos teleósteos 
siluriformes das famílias dos tricomicterídeos e cetopsídeos, os 
candirus, que são danados para penetrar dos orifícios naturais dos 
cubanos.
O mundo é uma bola
25 de 
setembro de 233: Alexandre Severo é derrotado pelos persas durante a 
reconquista de uma província romana na Mesopotâmia, atual Iraque. Marcus
 Aurelius Severus Alexandrus (208-235) foi o último dos imperadores da 
dinastia dos Severos. Reinou de 222 a 235. Sem apoio político e militar,
 morreu assassinado em um motim da Legio XXII Primigenia. Dúvida que 
sempre me assalta e que o leitor talvez possa esclarecer: no século II 
depois de Cristo e no III, no IV, no V, o petróleo ainda não havia sido 
descoberto no Iraque. Por que, diabo, os romanos tinham tanto interesse 
naquelas areias entupidas de árabes? Em 275, Marco Cláudio Tácito é 
nomeado imperador pelo senado. Vai ver que também se interessava pelo 
Iraque. Em 1143, Guido del Castello é eleito papa Celestino II. Era 
careca e morreu no ano seguinte. Guido, sem ser Mantega, não quebrou o 
Trono de Pedro. Em 1513, o galego Vasco Núñez de Balboa descobre o 
Oceano Pacífico. Preso em 1517, foi decapitado em janeiro de 1519 por 
ordem de Francisco Pizarro. Vivia fugindo de seus credores. Acabou 
realizando uma das maiores façanhas de conquista espanhola na América, 
quando subiu um monte indicado pelos índios do Caribe, tendo por 
companheiro somente seu cão Leoncito, e descobriu o Mar del Sur, mais 
tarde Oceano Pacífico, sendo o primeiro europeu a avistar o maior oceano
 da Terra.
Ruminanças
“Há 
profissionais, e são muitos, que se vangloriam dos seus 30, 35, 40 anos 
de profissão e se esquecem de dizer que continuam fazendo jornalismo 
chato, sem verve, sem humor, sem ousadia.”  (R. Manso Neto)
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