O Globo - 05/09/2013
A entrega do Relatório Final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
da Violência Contra a Mulher (CP-MIVCM), à presidente Dilma Rousseff, em
sessão solene do Congresso Nacional, foi um marco na luta das mulheres
brasileiras pela garantia de seus direitos, principalmente, o
enfrentamento à violência de gênero.
O relatório se constitui no mais completo diagnóstico sobre a situação
das políticas públicas de enfrentamento a esse tipo de violência no
Brasil, e o ato de sua entrega representou o compromisso dos poderes
Executivo e Legislativo com a luta das mulheres brasileiras, por
igualdade nas relações de gênero em todos os espaços da vida em
sociedade.
A presidente Dilma Rousseff assumiu o compromisso de adotar as propostas
da CPMI na implementação de políticas públicas para combater a
violência doméstica e sexual no país. No Senado, já estão em tramitação
os projetos apresentados pela CPMI.
Na semana passada, foram aprovados quatro, que seguem, agora, para a
Câmara dos Deputados. São eles:
* o que classifica a violência doméstica como crime de tortura;
* o que garante o atendimento especializado no SUS às vítimas de
violência;
* o que assegura benefício temporário da Previdência às vítimas, e,
* o que exige rapidez na análise do pedido de prisão preventiva para os
agressores.
Outros três projetos já estão em análise na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
Decorrente da preocupação com o fato de o Brasil ocupar o 75 lugar entre
os 84 países que mais matam mulheres em todo o mundo, com uma taxa de
homicídios de 4,6 assassinatos em cada grupo de 100 mil mulheres, a CPMI
faz 73 recomendações aos três poderes constituídos e aos estados
visitados.
Todas as recomendações se fazem procedentes. A sociedade brasileira
conhece o incômodo problema de violência contra a mulher. Pesquisa
realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e o Data Popular revela que 54%
das pessoas entrevistadas disseram conhecer uma mulher que já foi
agredida por um parceiro, enquanto 56% afirmaram que conhecem um homem
que já agrediu uma companheira.
Fragmentos desta realidade estão nas 1.045 páginas do relatório final da
CP-MI com o panorama da violência doméstica e sexual que é praticada
contra as mulheres em todos os estados brasileiros, por companheiros,
namorados ou ex-maridos.
As recomendações da CPMI já começam a produzir resultados concretos.
Acreditamos que, daqui para frente, o relatório possa servir como guia à
elaboração de políticas públicas e à afirmação do programa Mulher,
Viver sem Violência, lançado pelo governo federal.
O fim da violência contra as mulheres depende do fortalecimento da
legislação em vigor e da elevação de consciência sobre a perversidade da
violência. Mas depende, também, de uma mudança de mentalidade da so
ciedade. Viver numa sociedade sem violência é o desafio do presente.
Ana Rita (PT-ES) e Ângela Portela (PT-RR) são senadoras
Olá! Que interessante seu espaço!
ResponderExcluirMeus parabéns pela estrutura.
Abraço dewww.centralcaixas.com,com lindas peças em mdf!!!