sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Hipocampo - Carlos Emilio

HIPOCAMPO

Carlos Emílio Faraco

Deixei o olhar navegar
À solta dentro do aquário.
Era um olhar único,
(Não era vário)
Forjado naquele silêncio
Que arde num fim de tarde.

Brilhou em toda escama
De cada peixe azulado
E se plasmou no olhar
Do único peixe dourado.

Mas avesso a ser só ouro
Cravado no fim do caminho,
Pulou pra crina confusa
De um louro cavalo marinho.

Entre brilhar
E ficar,
Meu olhar,
Nascido cigano,
Escolheu galopar.


                                                            ***

O caso é que
O amor alheio
Pode ser bonito,
Pode ser feio,
Pode ser fraco,
Pode ser forte,
Pode ser singelo,
Pode ser altivo.

O amor da gente
É só substantivo.


Fonte

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