Eduardo Ferreira
Doutor em administração de empresas,
superintendente do Itaú Unibanco
Frederico Celentano
Mestre em ciências políticas, psicanalista, consultor
especializado em comportamento financeiro
Estado de Minas: 19/10/2013
São cada vez mais
frequentes iniciativas de apoio ao empreendedorismo feminino no mundo
todo. Organizações multilaterais, órgãos de fomento, governos e
instituições financeiras demonstram engajamento e apoio a um movimento
que cresce exponencialmente dia após dia e que mostra sinais claros do
quão acertado é este caminho.
Não é para menos. As mulheres sempre ocuparam papel fundamental nas famílias e hoje buscam, também, ainda mais sucesso profissional. Elas já são responsáveis por 85% das decisões econômicas das famílias e, segundo o IBGE, 37% das brasileiras são chefes de família. Emancipadas e totalmente integradas ao mercado de trabalho, elas têm grande poder econômico. No Brasil, elas representam uma massa de renda de R$ 1,1 trilhão, maior do que a de toda a classe C, e somam aproximadamente 13 milhões de mulheres à frente de empresas – equivalente a 49% dos empreendedores no país.
Pesquisa qualitativa inédita realizada pelo Itaú Unibanco dentro do projeto Women Entrepreneurship Banking (WEB), com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ajuda a compreender as aspirações, esperanças, angústias e desafios que as mulheres empreendedoras encaram no Brasil. O trabalho aponta a existência de um conjunto de conflitos que podem ser resumidos numa oposição entre o “velho” e o “novo” papel da mulher e do homem na sociedade.
Um dos aspectos destacados nesse trabalho mostra que há um conflito entre razão e emoção para as empreendedoras, já que se espera delas empatia, compreensão e acolhimento, ao passo que de um “chefe de empresa” espera-se a liderança por hierarquia e relações impessoais. No entanto, as mulheres estão revolucionando os ambientes de trabalho porque lidam com essa oposição, afirmando sua identidade, trazendo paixão para o negócio, que tem que ser “a cara delas” e com “o jeito delas”.
Outro fator importante desse estilo de gestão feminina constatado pela pesquisa está no uso de atributos intuitivos, como o conhecimento e a percepção, e na constituição de redes informais, de amigos, parentes e fornecedores, pelas quais adquirem o conhecimento necessário sobre o mercado e sobre novas técnicas de gestão ou de produção.
Todas essas características, muito ligadas aos anacronismos das velhas referências, vêm se manifestar na gestão das empresas. Resultam em tendências de uma gestão participativa em contraposição às exigências de uma liderança mais vertical para a tomada de decisões. Tendem a organizar e a cuidar do negócio, mas com um olhar menos estratégico, levando a uma aversão maior ao risco, demonstrando insegurança nas áreas que não dominam tão bem – em geral, ligadas à organização financeira e contábil —, e têm dificuldades em equilibrar centralização e delegação de responsabilidades.
Ainda que de forma embrionária, as mulheres empreendedoras estão dizendo que precisam de parceiros de negócios e de empresas que proponham serviços que as permitam ocupar um posicionamento na família e no trabalho sem que se sintam sobrecarregadas. Isso inclui tratamento que reconheça as especificidades delas e as apoiem na tomada de decisões que permitam exercer uma liderança positiva e humana, mantendo os controles necessários para o crescimento da empresa. E que precisam de referências propriamente femininas para que tenham mais segurança no que estão fazendo.
O desafio das instituições ao focar nesse público está, portanto, em construir um relacionamento que auxilie as mulheres empreendedoras a articular quatro faces do cotidiano: conquistar espaço em casa e no trabalho; organizar o tempo; equilibrar as vidas profissional, familiar e pessoal; e cuidar de familiares, funcionários e empreendimentos enquanto mantêm uma posição de liderança democrática e positiva. Trata-se de uma realidade que implica necessidade de se criar um novo modelo de relacionamento para essa mulher, que é fundamental para o crescimento sustentável da economia no Brasil e no mundo.
Não é para menos. As mulheres sempre ocuparam papel fundamental nas famílias e hoje buscam, também, ainda mais sucesso profissional. Elas já são responsáveis por 85% das decisões econômicas das famílias e, segundo o IBGE, 37% das brasileiras são chefes de família. Emancipadas e totalmente integradas ao mercado de trabalho, elas têm grande poder econômico. No Brasil, elas representam uma massa de renda de R$ 1,1 trilhão, maior do que a de toda a classe C, e somam aproximadamente 13 milhões de mulheres à frente de empresas – equivalente a 49% dos empreendedores no país.
Pesquisa qualitativa inédita realizada pelo Itaú Unibanco dentro do projeto Women Entrepreneurship Banking (WEB), com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ajuda a compreender as aspirações, esperanças, angústias e desafios que as mulheres empreendedoras encaram no Brasil. O trabalho aponta a existência de um conjunto de conflitos que podem ser resumidos numa oposição entre o “velho” e o “novo” papel da mulher e do homem na sociedade.
Um dos aspectos destacados nesse trabalho mostra que há um conflito entre razão e emoção para as empreendedoras, já que se espera delas empatia, compreensão e acolhimento, ao passo que de um “chefe de empresa” espera-se a liderança por hierarquia e relações impessoais. No entanto, as mulheres estão revolucionando os ambientes de trabalho porque lidam com essa oposição, afirmando sua identidade, trazendo paixão para o negócio, que tem que ser “a cara delas” e com “o jeito delas”.
Outro fator importante desse estilo de gestão feminina constatado pela pesquisa está no uso de atributos intuitivos, como o conhecimento e a percepção, e na constituição de redes informais, de amigos, parentes e fornecedores, pelas quais adquirem o conhecimento necessário sobre o mercado e sobre novas técnicas de gestão ou de produção.
Todas essas características, muito ligadas aos anacronismos das velhas referências, vêm se manifestar na gestão das empresas. Resultam em tendências de uma gestão participativa em contraposição às exigências de uma liderança mais vertical para a tomada de decisões. Tendem a organizar e a cuidar do negócio, mas com um olhar menos estratégico, levando a uma aversão maior ao risco, demonstrando insegurança nas áreas que não dominam tão bem – em geral, ligadas à organização financeira e contábil —, e têm dificuldades em equilibrar centralização e delegação de responsabilidades.
Ainda que de forma embrionária, as mulheres empreendedoras estão dizendo que precisam de parceiros de negócios e de empresas que proponham serviços que as permitam ocupar um posicionamento na família e no trabalho sem que se sintam sobrecarregadas. Isso inclui tratamento que reconheça as especificidades delas e as apoiem na tomada de decisões que permitam exercer uma liderança positiva e humana, mantendo os controles necessários para o crescimento da empresa. E que precisam de referências propriamente femininas para que tenham mais segurança no que estão fazendo.
O desafio das instituições ao focar nesse público está, portanto, em construir um relacionamento que auxilie as mulheres empreendedoras a articular quatro faces do cotidiano: conquistar espaço em casa e no trabalho; organizar o tempo; equilibrar as vidas profissional, familiar e pessoal; e cuidar de familiares, funcionários e empreendimentos enquanto mantêm uma posição de liderança democrática e positiva. Trata-se de uma realidade que implica necessidade de se criar um novo modelo de relacionamento para essa mulher, que é fundamental para o crescimento sustentável da economia no Brasil e no mundo.
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