Recorde de reclamações
Cresce o número de usuários, mas planos de saúde atendem muito mal
Jaci Custódio Jorge
Presidente da Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais (Samg)
Estado de Minas: 28/11/2013
Os planos de saúde
mais uma vez entraram para o ranking de reclamações do Procon por todo o
Brasil. No último trimestre foram registradas 17.417 queixas contra 553
operadoras – o maior número desde o início do monitoramento. O balanço
do primeiro semestre apontou que o serviço está entre os 10 que mais
causam problemas aos usuários. As multas também aumentaram. No mesmo
período as operadoras receberam 4,8 vezes mais notificações do que em
todo o ano de 2009. Em virtude do grande número de reclamações, a
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu no dia 18 a
comercialização de 150 planos de saúde de 41 operadoras, por três meses.
Muitos planos são reincidentes.
Apesar da total insatisfação, o mercado de planos de saúde no Brasil cresce em ritmo acelerado, tornando-se um negócio lucrativo para as operadoras. A receita do setor em 2012 foi de R$ 37,2 bilhões, 17% acima de 2011. Neste ano, o teto de reajuste das mensalidades dos planos individuais foi de 9,04%, o mais alto em oito anos. Em relação ao aumento das mensalidades, os planos subiram 137% entre 2000 e 2010. O número de usuários também aumentou. No último ano, o crescimento foi de 2% e hoje 66,5 milhões de pessoas têm plano de saúde no país.
Mesmo com toda a receita bilionária, não há suficiente contrapartida em termos de oferta de cobertura às demandas dos pacientes. Não é raro encontrar beneficiários que pagaram durante anos mensalidades caras e, ao precisarem usar os serviços, não serem assistidos ou perceberem um reajuste abusivo. Outro entrave que o setor vem enfrentando é a desvalorização profissional. Médicos e as operadoras de planos de saúde continuam entrando em desacordo em relação aos honorários. A ANS já reconheceu que os reajustes não acompanham o crescimento do setor suplementar. Esse fato escancara um frágil modelo sustentado na precariedade dos contratos com os planos de saúde, que normalmente não determinam periodicidade e índice de reajuste. Uma das categorias mais prejudicadas é a anestesiologia. Usando a velha desculpa de que não existem recursos para pagar os profissionais para administração de todas as anestesias, as operadoras submetem o paciente ao tratamento indigno, doloroso e inseguro. A Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais (Samg) rebateu o discurso, e deixou claro que a medida pode acarretar em sérios danos ao paciente. Diante de toda essa falta de transparência, o consumidor fica vulnerável às situações de maior risco, exatamente naquelas em que ele mais precisa de assistência médica. A impossibilidade de marcação de consultas ou exames; o não cumprimento de prazos para atendimento e alterações na rede credenciada também são desdobramentos deste tipo de gestão irresponsável.
Há um consenso entre as entidades médicas de que o modelo atual desestimula o profissional, torna debilitada a assistência e ainda investe contra os princípios da especialidade, que é garantir a segurança do paciente. Porém, mesmo após várias tentativas de negociação, os convênios permanecem irredutíveis. É preciso dar um fim na intervenção antiética na relação médico-paciente imposta por operadoras e cessar imediatamente o total descaso com os envolvidos.
Apesar da total insatisfação, o mercado de planos de saúde no Brasil cresce em ritmo acelerado, tornando-se um negócio lucrativo para as operadoras. A receita do setor em 2012 foi de R$ 37,2 bilhões, 17% acima de 2011. Neste ano, o teto de reajuste das mensalidades dos planos individuais foi de 9,04%, o mais alto em oito anos. Em relação ao aumento das mensalidades, os planos subiram 137% entre 2000 e 2010. O número de usuários também aumentou. No último ano, o crescimento foi de 2% e hoje 66,5 milhões de pessoas têm plano de saúde no país.
Mesmo com toda a receita bilionária, não há suficiente contrapartida em termos de oferta de cobertura às demandas dos pacientes. Não é raro encontrar beneficiários que pagaram durante anos mensalidades caras e, ao precisarem usar os serviços, não serem assistidos ou perceberem um reajuste abusivo. Outro entrave que o setor vem enfrentando é a desvalorização profissional. Médicos e as operadoras de planos de saúde continuam entrando em desacordo em relação aos honorários. A ANS já reconheceu que os reajustes não acompanham o crescimento do setor suplementar. Esse fato escancara um frágil modelo sustentado na precariedade dos contratos com os planos de saúde, que normalmente não determinam periodicidade e índice de reajuste. Uma das categorias mais prejudicadas é a anestesiologia. Usando a velha desculpa de que não existem recursos para pagar os profissionais para administração de todas as anestesias, as operadoras submetem o paciente ao tratamento indigno, doloroso e inseguro. A Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais (Samg) rebateu o discurso, e deixou claro que a medida pode acarretar em sérios danos ao paciente. Diante de toda essa falta de transparência, o consumidor fica vulnerável às situações de maior risco, exatamente naquelas em que ele mais precisa de assistência médica. A impossibilidade de marcação de consultas ou exames; o não cumprimento de prazos para atendimento e alterações na rede credenciada também são desdobramentos deste tipo de gestão irresponsável.
Há um consenso entre as entidades médicas de que o modelo atual desestimula o profissional, torna debilitada a assistência e ainda investe contra os princípios da especialidade, que é garantir a segurança do paciente. Porém, mesmo após várias tentativas de negociação, os convênios permanecem irredutíveis. É preciso dar um fim na intervenção antiética na relação médico-paciente imposta por operadoras e cessar imediatamente o total descaso com os envolvidos.
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