quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Vida sem açucar (Dia Mundial de Diabetes)

Dia Mundial de Diabetes é alerta para cuidados com a doença metabólica marcada pela alta taxa de glicose no sangue. Data reforça importância de controle, para que pacientes não sofram com males relacionados, como glaucoma e câncer


Estado de Minas: 14/11/2013



Um dos maiores cartões-postais brasileiros amanhecerá hoje com uma pequena mudança em seu nome: o Pão de Açúcar, no Morro da Urca, no Rio de janeiro, passará a se chamar “Pão sem Açúcar”, em homenagem ao Dia Mundial do Diabetes, lembrado nesta quinta-feira. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, em 2012 371 milhões de pessoas no mundo foram diagnosticadas com a doença, sendo que 50% desconhece que tem o problema. No Brasil, são 13,4 milhões de pessoas com a doença metabólica caracterizada por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia).

Para o coordenador da campanha da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Márcio Krakauer, “a ação no Rio de Janeiro pretende chamar a atenção da população brasileira e mundial para a doença, que não pára de crescer e matar no mundo todo. Pretendemos com isso, alertar a população para realizar exames e diagnosticar a doença precocemente e, aqueles que já são portadores, que façam um melhor controle da sua doença para com isso reduzir o risco das complicações crônicas do diabetes”, diz. Alimentação equilibrada, atividade física, excesso de peso são fatores que influenciam na doença, mas muita gente não sabe disso. Pesquisa divulgada em 23 de outubro pela SBD mostrou que 65% dos entrevistados acreditam que tratar o diabetes é apenas cuidar da alimentação. “As pessoas ainda não se deram conta de que a mudança no estilo de vida é o grande instrumento de prevenção e controle”, disse, na ocasião, o presidente da SBD, Balduíno Tschiedel.

A data lembra também os riscos do surgimento de outras doenças a partir de complicações do diabetes quando ele não é tratado a tempo: uma delas é o glaucoma, aumento da pressão intraocular causada pelo desequilíbrio entre a produção e drenagem do humor aquoso nos olhos. O glaucoma secundário, quando associado a doenças como o diabetes, é progressivo e se não for tratado pode levar à cegueira. “A pressão do olho pode aumentar de forma imperceptível. Mas é preciso um aumento de 15mm a 30mm para que a pessoa comece a sentir o olho ligeiramente vermelho e dolorido”, explica o oftalmologista Ricardo Guimarães, diretor do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, em Belo Horizonte. O problema é detectado diante de um cuidadoso exame ocular, mas que é simples e indolor, que mede a pressão intraocular e é chamado tonometria. O melhor remédio continua sendo a prevenção e por isso é importante visitar o oftalmologista pelo menos uma vez ao ano para medir a pressão ocular. Quem é diabético deve fazer a consulta a cada seis meses para verificar a curva diária de pressão do campo visual.

Outra doença correlacionada ao diabetes é o câncer. Segundo Amândio Soares, oncologista e diretor da Oncomed BH, os tipos de tumor mais associados ao diabetes são fígado, pâncreas, intestino e endométrio em pelo menos duas vezes e, em menor grau, câncer de cólon e reto, mama e bexiga. “Há mais de 50 anos, tem-se registrado a ocorrência das duas doenças em um mesmo indivíduo. Mais recentemente, os resultados de diversos estudos têm indicado que alguns tipos de câncer ocorrem mais comumente em pacientes com diabetes (predominantemente no paciente com diabetes tipo 2), enquanto câncer de próstata é menos frequente nesses pacientes”, afirma. 

O médico explica, no entanto, que o mecanismo biológico dessa associação ainda não está esclarecido. “Existem dúvidas se a associação do câncer e diabetes é direta (devido à elevação da glicemia), se o diabetes é um fator biológico que altera o risco de desenvolver câncer ou se a associação de câncer e diabetes é indireta e devido a fatores de risco comuns às duas doenças, como idade, sexo, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, dieta inadequada, álcool e tabagismo”, pontua.

QUALIDADE DE VIDA 

Ter diabetes não significa que o paciente não poderá mais experimentar alimentos. É preciso ter boa alimentação, baseada no conhecimento dos diferentes grupos de alimentos, o impacto no nível de açúcar e o tamanho correto das porções a serem ingeridas. Dicas da Johnson & Johnson Medical Brasil incluem ainda evitar níveis baixos (hipoglicemias) e altos (hiperglicemias) de açúcar no sangue e alcançar um controle de longo prazo. Para muitas pessoas, esse controle é feito com medicamentos ou injeções de insulina. Adicionar ao cotidiano pequenos momentos para o cuidado do corpo e da mente, como atividade física, poderá significar muito para diminuir o risco de problemas de saúde relacionados à doença.

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