Zero Hora 01/12/2013
Um dia me deu vontade de ter um futon, aquela almofada gigante que
parece um colchão, sabe? Pesquisei um pouco na internet para ver preços e
modelos e esqueci o assunto. Já faz mais de um ano. Só que, desde
então, cada vez que abro o meu e-mail ou olho para a barra lateral dos
anúncios do Facebook, lá está a foto de um futon a me encarar. O futon
que você quer em 3 vezes sem juros, Novas padronagens para o seu futon,
Encomende agora o seu futon. Não sei o que fazer para me livrar da
perseguição. Já está me lembrando o filme de terror A Geladeira
Diabólica, em que um refrigerador mastigava e engolia pessoas. E ainda
devia ser autolimpante, porque não ficava sangue na cozinha.
Se eu sumir, favor avisar a polícia sobre o envolvimento do futon.
Sou gremista, mas não quero morar perto da Arena. O difícil é
convencer as imobiliárias que vendem empreendimentos por lá. São muitos
os e-mails que chegam a cada dia com lançamentos imperdíveis para
começar uma nova vida no Humaitá. Até a bolha imobiliária é argumento
para empurrarem um imóvel que o pobre do consumidor não quer. Seja como
for, não bote o dedo no nariz e sorria. Você está sendo monitorado, e
não é de hoje.
Outros produtos oferecidos especialmente para o meu perfil, segundo
dizem os e-mails: creme antirrugas, armário para cozinha, celular, curso
de desinibição para falar em público e conquistar pessoas, um cruzeiro,
Réveillon em Camboriú, forninho do George Foreman e um pênis maior. Mas
claro que sempre tem uma margem de erro. Pelo menos é o que eu espero.
Sobre o tal do aplicativo Lulu, esse que permite que as mulheres
deem notas para os homens (ou que meninas deem notas para meninos, dada a
infantilidade da coisa). Aqui mesmo, em uma reportagem da Zero Hora,
uma usuária contumaz declarou que, se fosse criado um aplicativo para os
homens avaliarem as mulheres, ela “bloquearia, porque não gosto desse
tipo de exposição”. A discussão envolve tecnologia, mas o analógico
ditado pimenta nos olhos dos outros é refresco nunca teve tanta
atualidade.
Já um aplicativo que serve para muita coisa é o Follow the Art,
desenvolvido por duas gurias de Porto Alegre, a Samantha Carvalho e a
Juliana Luderitz. Basta baixar de graça na App Store e no Google Play
para conhecer as exposições em cartaz na cidade, com informações e
mapas.
No ano que vem o Follow the Art vai mostrar também o que acontece em
São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O bom da internet é isso:
para cada tranqueira como o Lulu, surgem muitas e muitas ideias
interessantes – o que inclui, claro, as boas bobagens. Trata-se só de
escolher.
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