FERNANDO BRANT »
É mais do que vinte centavos
Estado de Minas: 26/02/2014
De que serve esquecer
que os problemas existem e jogá-los para frente, como se o tempo ou o
vento pudessem eliminá-los, como se, não enfrentados, não retornassem
com mais força? Na vida de cada um de nós, adiar as soluções acaba por
nos tornar reféns do evitável. Antes tarde do que nunca ou deixar para
amanhã o que se deve fazer hoje não são sinônimos de sabedoria popular.
São imprudência, imprevidência. Ignorância, enfim.
Quase ninguém hoje foi trabalhar. Há uma greve geral de ônibus e as ruas, oficinas e escritórios estão vazios. O transporte coletivo é como o sangue em nosso corpo. Sem ele percorrendo as artérias e veias não há vida.
E por que os motoristas de ônibus e trens pararam a cidade? Serão insensíveis às agruras de seus semelhantes, familiares e amigos? Certamente que não. Eles também sofrem na carne e em casa os atropelos do dia a dia das grandes metrópoles. Trabalham e suam e merecem ser remunerados com dignidade, para que eles e os seus tenham uma vida decente.
Mas há algo errado nesse movimento, pois os que mais são prejudicados são os trabalhadores assalariados, é a imensa maioria de brasileiros que se desdobra para crescer e, em consequência, fazer o país avançar.
Quando se iniciaram os movimentos populares em 2013, o mote inicial era a discordância com um aumento de R$ 0,20 nos bilhetes do transporte de São Paulo. Da faísca fez-se um fogaréu que se espalhou por todo o Brasil. O saco de todos estava mais que cheio e as reclamações contra a corrupção e a incompetência dos governos falou alto. O padrão das obras para a Copa do Mundo deveria espelhar o padrão da educação, da saúde, da segurança e dos transportes oferecidos para todos os cidadãos. E não é o que acontecia ou acontece.
O Congresso discursou e não entendeu nada. Propôs porcarias irresponsáveis. O governo implantado em Brasília, além de também não compreender a força e o significado dos protestos, sugeriu pauta que se casava mais com ditadura do que democracia. Enfim, nada se fez de proveitoso para sair da pasmaceira política geral.
O que se vê então, nesta manhã em que a cidade de Belo Horizonte amanheceu sem condução que nos leve de casa para o trabalho e do trabalho para casa, é a constatação de que os problemas existem e devem ser enfrentados, não adiados ou provisoriamente esquecidos.
Estava na cara que, aumentados todos os preços que movem os ônibus e trens e todos os itens da sobrevivência dos brasileiros, uma hora a conta iria chegar. A discussão dos preços do transporte coletivo volta às ruas, não há como fugir dela. Os administradores públicos foram eleitos para deliberar com clareza sobre essa e outras questões. Que façam o que deve ser feito. É o mínimo que esperamos.
Quase ninguém hoje foi trabalhar. Há uma greve geral de ônibus e as ruas, oficinas e escritórios estão vazios. O transporte coletivo é como o sangue em nosso corpo. Sem ele percorrendo as artérias e veias não há vida.
E por que os motoristas de ônibus e trens pararam a cidade? Serão insensíveis às agruras de seus semelhantes, familiares e amigos? Certamente que não. Eles também sofrem na carne e em casa os atropelos do dia a dia das grandes metrópoles. Trabalham e suam e merecem ser remunerados com dignidade, para que eles e os seus tenham uma vida decente.
Mas há algo errado nesse movimento, pois os que mais são prejudicados são os trabalhadores assalariados, é a imensa maioria de brasileiros que se desdobra para crescer e, em consequência, fazer o país avançar.
Quando se iniciaram os movimentos populares em 2013, o mote inicial era a discordância com um aumento de R$ 0,20 nos bilhetes do transporte de São Paulo. Da faísca fez-se um fogaréu que se espalhou por todo o Brasil. O saco de todos estava mais que cheio e as reclamações contra a corrupção e a incompetência dos governos falou alto. O padrão das obras para a Copa do Mundo deveria espelhar o padrão da educação, da saúde, da segurança e dos transportes oferecidos para todos os cidadãos. E não é o que acontecia ou acontece.
O Congresso discursou e não entendeu nada. Propôs porcarias irresponsáveis. O governo implantado em Brasília, além de também não compreender a força e o significado dos protestos, sugeriu pauta que se casava mais com ditadura do que democracia. Enfim, nada se fez de proveitoso para sair da pasmaceira política geral.
O que se vê então, nesta manhã em que a cidade de Belo Horizonte amanheceu sem condução que nos leve de casa para o trabalho e do trabalho para casa, é a constatação de que os problemas existem e devem ser enfrentados, não adiados ou provisoriamente esquecidos.
Estava na cara que, aumentados todos os preços que movem os ônibus e trens e todos os itens da sobrevivência dos brasileiros, uma hora a conta iria chegar. A discussão dos preços do transporte coletivo volta às ruas, não há como fugir dela. Os administradores públicos foram eleitos para deliberar com clareza sobre essa e outras questões. Que façam o que deve ser feito. É o mínimo que esperamos.
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