05/03/2014
O Globo
ROBERTA JANSEN
roberta.jansen@oglobo.com.br
Mulheres são mais suscetíveis à infeção pelo vírus da Aids.
A vulnerabilidade feminina à epidemia de Aids se explica por questões biológicas e, sobretudo, sociais.
O problema é recorrente em várias partes do mundo.
Na relação sexual heterossexual, dada a fisiologia feminina, é mais fácil a mulher se infectar do que o homem.
A anatomia da vagina, por si, é mais suscetível a infecções em geral.
Além disso, o sêmen de um homem contaminado apresenta uma grande concentração viral (muito maior que a dos fluidos vaginais, por exemplo), facilitando ainda mais a contaminação.
Para esse problema, no entanto, existe uma solução muito simples e barata: a camisinha.
A barreira física criada pelo preservativo praticamente zera qualquer chance de contaminação. Portanto, o maior problema não é biológico, alertam especialistas, mas, sim, social.
— O aumento de casos entre mulheres não é uma tendência nova — constata o diretor adjunto do Programa de Aids das Nações Unidas (Unaids), Luiz Loures.
— As mulheres, e sobretudo as mulheres jovens, têm dificuldades de sobreviver nesta sociedade, por conta da violência e da discriminação.
Os homens, em muitos casos, são predadores. A violência e o preconceito dificultam a proteção.
O mesmo ocorre entre os homossexuais, frisa o especialista.
— O fato de a epidemia ser numericamente maior entre mulheres não quer dizer que percentualmente ela não seja significativa entre os gays.
E o ponto em comum é sempre o preconceito e a vulnerabilidade. É por conta disso que o vírus se dissemina.
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