quarta-feira, 2 de abril de 2014

Mais apoio à assistência às grávidas‏ -

Mais apoio à assistência às grávidas 
 
Maria Inês de Miranda Lima
Presidente da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig)
Estado de Minas: 02/04/2014


Cerca de 40 milhões de mulheres no mundo não receberam nenhum tipo de assistência profissional ao dar à luz, conforme dados de 2012 da fundação internacional Save The Children. A maioria delas é pobre, faz parte de minorias étnicas, tem poucos anos de estudo ou vive em áreas rurais, sendo grande parte localizada no continente africano. O relatório ainda aponta que a presença de um profissional de saúde no momento do parto poderia ter evitado a morte de 950 mil bebês por ano. A Save The Children estima que faltam cerca de 7,2 milhões de profissionais de saúde para suprirem o atendimento a gestantes e recém-nascidos no mundo. Além de garantir os cuidados necessários, durante e após o nascimento, os profissionais são essenciais para cerca de 10% de casos em que os recém-nascidos precisam de ajuda apenas para respirar.

O Brasil está na 4ª posição, entre os 75 países analisados no relatório, com 98,9% dos partos assistidos por um profissional. É o melhor índice entre os seis países da América Latina e do Caribe, analisados pelo estudo, revelando que o governo está ampliando sua oferta de atendimento a grávidas, mesmo em locais de difícil acesso.

O cenário também é positivo em Minas, uma vez que dados do Ministério da Saúde revelam uma redução na Razão de Mortalidade Materna (RMM), sendo que, em 2011, foram 32,09 óbitos para cada grupo de 100 mil nascidos vivos, número 29% menor que os 44,69 para cada 100 mil nascidos vivos, apurados em 2010. Os índices demonstram que as ações desenvolvidas para a promoção da saúde da mulher e da criança estão atingindo respostas positivas. Entretanto, ainda assim, é preciso reduzir os números da mortalidade materna com mais e novas ações e estratégias.

Recentemente, a Secretaria Estadual de Saúde lançou o Programa de Qualificação da Assistência Perinatal, em parceria com a Fundação Educacional Lucas Machado, a Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais e a Sociedade Mineira de Pediatria, entre outras entidades ligadas à saúde da mulher. O projeto é uma ação da Rede Viva Vida/Mães de Minas para garantir maior atenção e acompanhamento, melhorando e qualificando o acolhimento no serviço público. O programa capacitará e treinará mais de 6 mil profissionais da saúde, como médicos, gestores, enfermeiros e técnicos de enfermagem, visando aprimorar, cada vez mais, as condições de atendimento.

Os cursos e a capacitação serão focados nas doenças e morbidades que mais matam em Minas, como enfermidades hipertensivas, infecções e hemorragias. A prematuridade, más-formações, infecções e asfixia são os grandes causadores de óbitos no período neonatal, que poderiam ser evitados com uma prevenção e abordagem interdisciplinar no pré-natal, parto, puerpério e período neonatal.

As ações, como as do Programa de Assistência, reforçam a atenção e o cuidado que governo, entidades públicas, universidades e sociedade devem ter com a saúde das mães, e estimulam a contínua manutenção de parcerias público-privadas para a qualificação dos profissionais ligados à ginecologia e obstetrícia.

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