Câncer do colo do útero
Condição econômica impede o acesso a exames ginecológicos
Adriana Lucena
Ginecologista, obstetra e membro do Comitê de Patologia do Colo da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig)
Estado de Minas: 09/05/2014
O câncer do colo
do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás
apenas dos de mama e colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres
por carcinomas no Brasil, conforme o Instituto Nacional de Câncer
(Inca). Na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados estavam no
estágio invasivo da doença. Hoje, 44% dos diagnósticos são de lesão
inicial. O número de vítimas fatais, ainda que menor em relação aos anos
anteriores,continua assustando. A estimativa é que mais de 15 mil novos
casos sejam contabilizados durante este ano, sendo 5 mil letais. Apesar
de alarmante, os dados servem de embasamento para demonstrar a eficácia
das novas técnicas de rastreamento, diagnóstico e tratamento da doença.
O câncer de colo uterino é uma das poucas doenças malignas totalmente passíveis de prevenção. Quando diagnosticado em suas formas precursoras, as chamadas neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC), têm chance de cura estimada em praticamente 100%. Para isso, basta que as mulheres com vida sexual ativa procurem o ginecologista e realizem o exame citopatológico do colo uterino, mais conhecido como exame de Papanicolau. Anualmente, muitos casos em estado avançado são diagnosticados, sendo alguns deles em estágio inoperável. Uma das explicações para tal fato é que as díspares condições sócio-econômico-culturais interferem diretamente no acesso que as mulheres têm aos mais básicos procedimentos ginecológicos em um país de dimensões territoriais amplas. A biologia molecular é o método usado para detecção do HPV, o qual está intimamente ligado ao câncer do colo uterino e às lesões precursoras. Em alguns países, a biologia molecular é a principal forma de rastreamento dessas lesões, especialmente, por ser mais barata que o exame citológico realizado pelo médico. Esses testes são usados no Brasil, com indicações restritas, mas não como exame de rastreamento. O fator imunológico interfere diretamente na evolução das lesões pré-neoplásicas e no câncer propriamente dito. Prova disso é o fato das pacientes soropositivas para o HIV, que têm o estado imunológico comprometido, terem maior incidência e prevalência dessas lesões e pior evolução no tratamento da doença.
Os fatores como alimentação, exercícios físicos e estresse podem interferir indiretamente nesses casos, já que se relacionam, intimamente, com o sistema de defesa do organismo. O tema será discutido no 7º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia, de 14 a 17 de maio, no Minascentro. Um grande avanço nesse campo foi o surgimento da vacina para o HPV, que neste ano entra no calendário da rede pública de saúde para as meninas de 11 a 13 anos. Não há dúvidas de que ainda é preciso percorrer um grande caminho. Por outro lado, o decréscimo no número de casos de câncer do colo do útero sugere que mudanças já estão sendo implantadas no sistema de saúde. O importante é perceber que, qualquer que seja o número de vítimas, será sempre superior ao desejo social. Aguarda-se mais qualidade de vida para as mulheres.
O câncer de colo uterino é uma das poucas doenças malignas totalmente passíveis de prevenção. Quando diagnosticado em suas formas precursoras, as chamadas neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC), têm chance de cura estimada em praticamente 100%. Para isso, basta que as mulheres com vida sexual ativa procurem o ginecologista e realizem o exame citopatológico do colo uterino, mais conhecido como exame de Papanicolau. Anualmente, muitos casos em estado avançado são diagnosticados, sendo alguns deles em estágio inoperável. Uma das explicações para tal fato é que as díspares condições sócio-econômico-culturais interferem diretamente no acesso que as mulheres têm aos mais básicos procedimentos ginecológicos em um país de dimensões territoriais amplas. A biologia molecular é o método usado para detecção do HPV, o qual está intimamente ligado ao câncer do colo uterino e às lesões precursoras. Em alguns países, a biologia molecular é a principal forma de rastreamento dessas lesões, especialmente, por ser mais barata que o exame citológico realizado pelo médico. Esses testes são usados no Brasil, com indicações restritas, mas não como exame de rastreamento. O fator imunológico interfere diretamente na evolução das lesões pré-neoplásicas e no câncer propriamente dito. Prova disso é o fato das pacientes soropositivas para o HIV, que têm o estado imunológico comprometido, terem maior incidência e prevalência dessas lesões e pior evolução no tratamento da doença.
Os fatores como alimentação, exercícios físicos e estresse podem interferir indiretamente nesses casos, já que se relacionam, intimamente, com o sistema de defesa do organismo. O tema será discutido no 7º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia, de 14 a 17 de maio, no Minascentro. Um grande avanço nesse campo foi o surgimento da vacina para o HPV, que neste ano entra no calendário da rede pública de saúde para as meninas de 11 a 13 anos. Não há dúvidas de que ainda é preciso percorrer um grande caminho. Por outro lado, o decréscimo no número de casos de câncer do colo do útero sugere que mudanças já estão sendo implantadas no sistema de saúde. O importante é perceber que, qualquer que seja o número de vítimas, será sempre superior ao desejo social. Aguarda-se mais qualidade de vida para as mulheres.
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