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Eita saudade!
2º JOGO, BRASIL 0 X 0 MÉXICO CASA DO ANCIÃO
JEFfERSON DA FONSECA COUTINHO
Estado de Minas: 18/06/2014
Maria Luzia, de 92 anos, conta das alegrias que teve com Pelé |
Maria Helena, Maria Lisbela e Terezinha de Jesus: irmãs para toda a vida |
Os gols ficaram em algum lugar do passado. Nos nomes mais lembrados do pedaço. Enquanto a trupe de Neymar e companhia era barrada pelo paredão mexicano em Fortaleza, o assunto na Casa do Ancião, em Belo Horizonte, era Nilton Santos, Pelé, Rivelino, Tostão, Garrincha, Gerson, Zagalo e Telê Santana – nomes que nem o “problema de esquecimento” da grande maioria na plateia deu conta de apagar. “Ê saudade!”. O telão de dois metros foi instalado no refeitório especialmente para o Mundial.
No abrigo, 87 torcedores entre 65 e 104 anos. Muitos deles com arquinhos, antenados com duas bandeiras do Brasil na cabeça. Dia de festa para quebrar a rotina de poucas alegrias. Mesmo com o empenho dos funcionários da Cidade Ozanam para fazer do lar dos idosos um ambiente para grande família, a solidão e a tristeza no casarão tocam profundezas. Haja coração para tarde de tantas amizades.
É notável o carinho de Marília, Doralice, Valéria e Simone na lida com os internos. São quatro dos quase 100 soldados do bem do pequeno exército da Sociedade de São Vicente de Paulo, no Bairro Ipiranga. Tanto carinho que Terezinha Cândido, de 85, está no endereço por conta própria. “Tenho família: dois filhos e cinco netos. Mas gosto muito de ficar aqui”, sorri, de olho no lance. Ela gosta muito do Neymar. Entretanto, considera que os jogadores de hoje não tem mais o mesmo “amor à camisa”. Na TV, tome bola fora.
As três irmãs Moura – Maria Helena, de 76, Maria Lisbela, de 80, e Terezinha, de 78 – acompanham a partida do fundo do salão. Esboçam um sorriso, balançam a bandeirinha e batem palmas amiúde. As três na casa dos 80, sem filhos, jamais se separaram. Procuraram juntas o abrigo. São o melhor sentido da palavra “irmão”. “Nossa mãe nasceu em Diamantina. Está no céu agora, olhando pra nós”, sorri Maria Helena.
A vista ruim não atrapalha uma das torcedoras mais empolgadas do refeitório. Maria Luzia diz acompanhar com paixão o futebol desde os 17 anos. “Você dá conta de acertar quantos anos eu tenho?” Hum… 65? “92!”, gargalha. Maria Luiza diz que a “cabeça está fraca”, mas que não esquece das muitas alegrias que teve com Pelé.
Com a torcida pra lá de desanimada com o jogo, a assistente social Simone tenta motivar a galera: “Não desiste não, gente! O Brasil vai ganhar!”. A moça é só sorriso. É a mais animada do grupo. Marília, a presidente da Cidade Ozanam, fala em trabalhar para mais lazer e oportunidades de programas diferentes para os idosos. Sonha um espaço multiuso construído no quintal. “Eles precisam. E gostam, né!?”, diz.
No campo da boa vontade, nem as melhores vibrações dos mais velhos dão jeito na Seleção Brasileira. “Já vai, Naná?”, alguém quer saber. Naná vai para o quarto. A senhorinha não deu conta de ver o jogo até o final. “Entra aí, amarelinho! Entra! Entra!”, torceu Terezinha. Não deu. Neymar foi derrubado por Vasquez. Amarelinho é o Neymar. Entendi.
Perto da porta, a senhora simpatia. Hercea Evangelista, de 88, gosta mesmo é de fazer caça-palavra. Mas não resiste aos jogos do Brasil. Contudo, não deixa para trás o livrinho de desafios “Sabe Tudo”. De caneta na mão, levou-o ao refeitório para o intervalo e para os momentos de pouco entusiasmo durante a partida. Contra o México, Hercea deu conta de preencher duas páginas de entretenimento.
A cada jogo do Brasil, uma visita a um lugar da cidade. No primeiro jogo, Brasil 3, Croácia 1, o EM esteve no
Hospital Sofia Feldman
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