segunda-feira, 7 de julho de 2014

Alemães com sede de Copa‏

Torcida de rivais do Brasil começa a chegar a Minas. Amigos que percorrem o país usam caipirinha como %u2018moeda%u2019 para calcular despesas e preveem gasto equivalente a 3,9 mil doses


Mariana Peixoto
Estado de Minas: 07/07/2014



Uma caipirinha, duas caipirinhas...No Brasil desde 14 de junho, os alemães Chris Böhme, de Berlim, Matthias Lingen, de Munique e Franz Hilke, de Nuremberg, todos com 27 anos, criaram sua própria moeda para a temporada. O trio faz parte dos estimados 3,5 mil alemães que chegaram ao país para acompanhar todos os jogos de seu time. Eles estão viajando o Brasil inteiro. Foi em Fortaleza, quando a Alemanha empatou com Gana em 2 X 2, que conheceram a caipirinha a R$ 5. Depois disso, começaram a fazer suas contas na “nova” moeda. Até o fim do Mundial cada um deles vai gastar, com todos os voos, hospedagem, alimentação e ingressos, 6,5 mil euros (R$ 19,5 mil ou 3,9 mil caipirinhas).

Com a experiência, os torcedores vão deixar o Brasil com um retrato super positivo da temporada. “Me senti seguro em todos os lugares que estive”, comentou Chris. E olha que só para a ver o time de Joachim Löw eles voaram de Salvador para Fortaleza, de lá para Recife, continuando para Porto Alegre até chegar ao Rio de Janeiro. Chegaram a BH no sábado e ontem, por sugestão de gente da cidade, foram conhecer a Festa Francesa. Ainda assistiram a jogos de outros times, com ingressos comprados no mercado negro. Pagaram a cambistas R$ 200 para cada entrada de Grécia X Costa do Marfim em Fortaleza e R$ 400 para assistir Gana e Estados Unidos em Natal.

Calor da torcida Matthias chegou ao Brasil vindo da experiência na África do Sul há quatro anos. “São situações bem diferentes. Lá a Copa foi no inverno, fazia muito frio, principalmente na Cidade do Cabo. E o que a gente mais fazia era ver animais selvagens. Aqui, a atmosfera das torcidas nos jogos é mais intensa”, comenta. Já Franz comenta que apesar de não achar tanta graça em ver a Copa em casa (no Mundial de 2006), a festa nas cidades alemãs eram maiores do que no Brasil. Quanto aos custos da viagem, os alemães dizem que o Brasil não é muito diferente do que esperavam. “Não que seja barato, é caro, mas não tanto quanto na Alemanha”, disse Chris. Sobre a torcida, só estranharam o quanto os brasileiros, quando não estão assistindo a uma partida da seleção, torcem a favor do time mais fraco. “Sempre a favor de Gana e EUA e nunca da Alemanha.”

O trio se hospeda em casas de brasileiros com reservas feitas pelo Airbnb (site de aluguel onde particulares oferecem vagas). O trio está certo de assistir à final do Mundial, no Rio:“Alemanha X Argentina”, preveem. Os alemães esperam resultados diversos, a seu favor, claro, para a partida de amanhã no Mineirão. Chris, o mais ambicioso, diz que vai ser um 3 X 1. “O Brasil não está jogando bem nessa Copa.” É como dizem no Brasil: sonhar não custa nada. Neste caso, nenhuma caipirinha.


À FRANCESA

O movimento na Savassi mudou ontem de lado. Em vez da Praça Diogo de Vasconcelos, o que ficou cheio foi o quarteirão da Rua Pernambuco entre Santa Rita Durão e Cláudio Manoel com a
15ª edição da Festa Francesa. Durante 12 horas – das 10h às 22h – houve shows, apresentações de circo e contação de histórias. Como a capacidade do local era de seis mil pessoas, havia filas grandes na entrada. Num clima de aldeia global, além de vinhos, crepes e patisserie, típicos da França, também eram vendidos sanduíches, pizzas e massas.



Tropeiro e fígado fazem sucesso

Paulo Henrique Lobato
Publicação: 07/07/2014 04:00


Desde que começou a Copa, porções de fígado com jiló, pratinhos abarrotados de feijão tropeiro, bandejas de pão de queijo e copos de caipirinha são consumidos aos montes no Mercado Central e a Feira da Avenida Afonso Pena. Ontem, desde cedo, vários estrangeiros se divertiram com nas rodas de samba e capoeira na feira da Afonso Pena, como os colombianos Carlos Lopes, Juan David e Jaime Ramires. O trio não poupou elogios ao tropeiro. “Em nosso país, o feijão é servido com água. Não conhecíamos o tropeiro. Aprovado!”, sentenciou Lopes, que acompanhou os cinco jogos de sua seleção na Copa e quer assistir Brasil e Alemanha.

O colombiano ainda não conseguiu o ingresso para a final, no próximo domingo, no Maracanã, e está disposto a pagar até US$ 2,5 mil pelo tíquete (R$ 5,5 mil),“desde que a final seja entre Brasil e Argentina. Se for entre Holanda e Alemanha, pago até US$ 1,5 mil”, disse. Os dois amigos, que também estão em busca de ingressos para a final, destacaram a culinária mineira como nota 10. Comerciantes da cidade que apostaram no tropeiro se deram bem, como garante Karina Fonseca, do bar da Lôra, Mercado Central: “Os estrangeiros acham o máximo a mistura de feijão, farinha, torresmo e linguiça. Nós não vendemos o tropeiro aqui, mas, durante a Copa, montamos um bar no estacionamento do Mercado e passamos a oferecer a iguaria, devido à procura”.

As vendas de outro famoso prato dos bares de lá, o fígado com jiló, também dispararam. “Cresceram 70% durante a Copa”, calcula Karina. Morador de Worcester, nos Estados Unidos, o empresário Eduardo Antelo Fernandes, um brasileiro com cidadania americana, voltou a Belo Horizonte, depois de “muitos anos”, para saborear o prato ao lado dos filhos Rosa Maria e Eduardo Júnior.

“Assistimos a partida entre Costa Rica e Inglaterra e estamos tentando um ingresso para Brasil e Alemanha. É a primeira vez que retorno ao Brasil”, disse o filho enquanto três irmãos espanhóis passavam em frente ao bar em que a família degustava a iguaria. Trata-se dos Morales: Morales. Angel, José Manuel e Domingo. Este último elegeu o frango com quiabo e para acompanhar, “a caipirinha brasileira, que é uma delícia!.”

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