segunda-feira, 7 de julho de 2014

COLUNA DO JAECI » Nosso maior teste na Copa‏

COLUNA DO JAECI » Nosso maior teste na Copa "Se o mundo quer ver uma final Brasil x Argentina, que os deuses da bola conspirem para isso" 
 
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 07/07/2014


 (  Marcelo Del Pozo/Reuters)
O Brasil está nas semifinais. Eu não esperava, pela safra ruim e a falta de padrão de jogo. Mas a Copa é aqui, a camisa pesa e pegamos adversários sem tradição: Croácia, México, Camarões, Chile e Colômbia. Os dois últimos foram a surpresa do Mundial, assim como Costa Rica e Estados Unidos, mostrando que a distância entre grandes e medianos encurta, enquanto os craques somem e a condição física nivela todo mundo. Infelizmente, a técnica perde da parte física, embora quem decida seja o talento. Por falar nisso, todos lamentam a ausência de Neymar (foto), que levou joelhada tão forte que fraturou a terceira vértebra da lombar. Em meio à comoção no país, surgem acusações duras contra o lateral colombiano Zúñiga. Reação tão covarde quanto. Para mim, houve imprudência, não maldade.

Temos de separar muito bem as coisas. Neymar tem talento, mas ainda não o craque que apregoam. Em comparação aos companheiros brasileiros, é um gênio, mas longe de ser um Ronaldo, por exemplo. Se o Fenômeno não estivesse na decisão de 2002 contra a Alemanha, não teríamos conquistado o penta. Mas amanhã, mesmo sem Neymar, podemos vencer se o time produzir mais do que até aqui. Digam-me qual foi o grande jogo de Neymar neste Mundial? Com certeza, citarão contra Croácia e Camarões. Na estreia ele realmente atuou bem. Diante do México, muito marcado, não apareceu. Já frente aos camaroneses, eliminados e desinteressados, se destacou. Contra Chile e Colômbia, marcado em cima, nada produziu.

Claro que seria muito bom ter Neymar amanhã, pela referência que ele é. Desculpem-me discordar da maioria, mas craque formado e vencedor é Messi. O brasileiro tem tudo para chegar lá, quando chegar à idade do argentino: 27 anos. Repito que o Mundial dele será o de 2018, na Rússia. Também acho que ele foi para o clube errado na Europa. Dividir o reinado com Messi é impossível, a não ser que o Barcelona tenha planos de vender o argentino. Já disse que Neymar tem DNA de craque, mas precisa ser lapidado e parar de cair à toa.

Nada disso, porém, justifica sua ausência. Seria muito melhor tê-lo em campo, pois ele exige pelo menos dois jogadores para marcá-lo. Que Neymar se recupere, tenha sorte e volte mais maduro, com dribles e gols como aquele contra o Flamengo na Vila Belmiro, que encantou a todos. Agora é hora de dar força ao substituto e partir para cima da pragmática Alemanha. Que, aliás, tem decepcionado. Todos se encantam com o fato de ter agora um time clássico, de alta técnica, mas até aqui só mostrou forte marcação e pouca criatividade.

Mas os sempre perigosos germânicos já estavam no nosso caminho, como bem disse Felipão, e é preciso arrumar um jeito de superá-los na bola, com gols. Não será fácil, mas chegou o momento de os jogadores dizerem se têm condições de vestir a amarelinha. Será nosso grande teste no Mundial. Os alemães pegaram Portugal e golearam. Os holandeses humilharam a Espanha. Os argentinos também não jogaram contra ninguém de força e terão na Holanda seu maior desafio. Até nisso há coincidência entre os hermanos: os maiores testes serão justamente nas semifinais.

Não dá para apontar favorito. Cada jogo é uma história. Talvez a maior referência seja Holanda 5 x 1 Espanha. Partida que mostrou um timaço, jogadas e gols espetaculares e a melhor exibição da Copa. Amanhã tem tudo para ser outro jogaço, de preferência nossa. Se o mundo quer ver uma final Brasil x Argentina, que os deuses da bola conspirem para isso. Sempre apontei Alemanha e Argentina na finalíssima, mas bem que poderia dar Brasil x Holanda. Esta já merece um título há tempos, mas no Maracanã lotado, contra os anfitriões, seria difícil. Importante é que a Seleção vença e convença, para buscar o tão sonhado hexa e oferecê-lo ao jovem e talentoso Neymar.

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