Os críticos de cinema
Cresce a produção brasileira, escasseia a crítica profissional
Fausto Coimbra
Coordenador da pós-graduação em crítica de cinema da Una
Estado de Minas: 25/07/2014
Quando positiva, é
combustível para uma satisfação orgulhosa. É notícia que se espalha aos
quatro ventos. Quando negativa, é comumente combatida, desqualificada,
abafada. Crítica, geralmente, só é entendida como boa quando é boa!
Talvez o desconforto gerado por uma crítica negativa tenha agregado à
palavra e à ação de criticar um sentido restrito e erroneamente
pejorativo. A palavra crítica deriva do termo grego kritike, que
significa a arte de discernir. Criticar é estabelecer uma análise,
minuciosa ou não, com objetivo de diferenciar, de destacar o valor das
pessoas e/ou das coisas. Ou seja, a crítica em si não é algo bom ou
ruim, mas uma avaliação capaz de separar o joio do trigo. Tal
potencialidade evidencia a importância de uma boa crítica, assim como de
saber recebê-la.
O aprimoramento de qualquer área de conhecimento ou atuação se dá por meio de uma reflexão crítica do processo, capaz de diferenciar o errado do certo, o ruim do bom. Em relação ao cinema, o processo não é diferente. Para que a sétima arte possa evoluir e ter cada vez mais relevância, é preciso que os filmes sejam criteriosamente analisados. É nesse ponto que reside a atuação e a importância do crítico de cinema, responsável por diferenciar o filme antigo do clássico; o “mais do mesmo” da novidade; o mero entretenimento da diversão com conteúdo. Nesse aspecto, criticar não se resume a opinar. É classificar, estabelecer uma visão embasada, que ultrapasse os limites do gosto e flerte com a isenção. O trabalho do crítico de cinema vai (ou deveria ir) além de “achismos” e deve servir como matéria-prima para a formação da opinião pública, que, nesse contexto, pode se fundamentar na reeducação do olhar. E é esse olhar aprimorado pela reflexão que contribui para o aumento da exigência do público em relação às obras cinematográficas por vir. Assim, o cinema e a crítica se completam em um ciclo capaz de contribuir para a evolução contínua de ambas as atividades. No que diz respeito ao cinema brasileiro, é triste ver que o número de críticos profissionais em atividade no país não acompanha o crescimento da produção cinematográfica. Em 2013, de acordo com a Ancine, o cinema tupiniquim quebrou recordes históricos no número de lançamentos, público e renda. Em contraste, as críticas cinematográficas (feitas por profissionais) por estas bandas parecem estar seguindo o caminho contrário, são quase sempre feitas pelas mesmas figuras e publicadas pelos mesmos canais. No Brasil, o ciclo positivo cinema/crítica está fora do equilíbrio.
O cinema em si é uma ferramenta de incentivo à reflexão crítica. Sendo assim, é importante reconhecer a sétima arte como uma expressão capaz de inspirar o despertar de consciências, com potencialidade para informar, formar, divertir, questionar. Reconhecendo a importância do cinema para a sociedade, é possível, consequentemente, reconhecer a importância também dos críticos que avaliam e discutem o fazer cinematográfico e colaboram para a sua contínua evolução.
O aprimoramento de qualquer área de conhecimento ou atuação se dá por meio de uma reflexão crítica do processo, capaz de diferenciar o errado do certo, o ruim do bom. Em relação ao cinema, o processo não é diferente. Para que a sétima arte possa evoluir e ter cada vez mais relevância, é preciso que os filmes sejam criteriosamente analisados. É nesse ponto que reside a atuação e a importância do crítico de cinema, responsável por diferenciar o filme antigo do clássico; o “mais do mesmo” da novidade; o mero entretenimento da diversão com conteúdo. Nesse aspecto, criticar não se resume a opinar. É classificar, estabelecer uma visão embasada, que ultrapasse os limites do gosto e flerte com a isenção. O trabalho do crítico de cinema vai (ou deveria ir) além de “achismos” e deve servir como matéria-prima para a formação da opinião pública, que, nesse contexto, pode se fundamentar na reeducação do olhar. E é esse olhar aprimorado pela reflexão que contribui para o aumento da exigência do público em relação às obras cinematográficas por vir. Assim, o cinema e a crítica se completam em um ciclo capaz de contribuir para a evolução contínua de ambas as atividades. No que diz respeito ao cinema brasileiro, é triste ver que o número de críticos profissionais em atividade no país não acompanha o crescimento da produção cinematográfica. Em 2013, de acordo com a Ancine, o cinema tupiniquim quebrou recordes históricos no número de lançamentos, público e renda. Em contraste, as críticas cinematográficas (feitas por profissionais) por estas bandas parecem estar seguindo o caminho contrário, são quase sempre feitas pelas mesmas figuras e publicadas pelos mesmos canais. No Brasil, o ciclo positivo cinema/crítica está fora do equilíbrio.
O cinema em si é uma ferramenta de incentivo à reflexão crítica. Sendo assim, é importante reconhecer a sétima arte como uma expressão capaz de inspirar o despertar de consciências, com potencialidade para informar, formar, divertir, questionar. Reconhecendo a importância do cinema para a sociedade, é possível, consequentemente, reconhecer a importância também dos críticos que avaliam e discutem o fazer cinematográfico e colaboram para a sua contínua evolução.
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