quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A gravidez e o milagre da vida‏

A gravidez e o milagre da vida
Marco Melo
Estado de MInas: 13/08/2014


Quando vemos uma criança nascendo, sendo amamentada ou apenas dormindo no colo dos pais, não imaginamos o quanto é difícil se chegar a esses momentos. Isso porque, quando mantëm relações sexuais no período fértil, apenas 18% dos casais vão conseguir uma gravidez. A literatura médica comprova que, infelizmente, cerca de 20% dessas gestações terminarão em abortamento espontâneo, um processo considerado natural quando o embrião não é geneticamente capaz de evoluir. Isso faz com que as crianças que nasçam sejam consideradas verdadeiras campeãs. Esse processo seletivo pelo qual passam nossos bebês se inicia antes mesmo da concepção, isso é, da fertilização do óvulo pelo espermatozoide. No ato sexual, independentemente da posição adotada pelo casal, somente um terço do líquido seminal alcançará a cavidade endometrial, parte interna do útero, contendo os espermatozoides móveis candidatos a fertilizar o óvulo liberado pelo ovário no momento da ovulação. 

Ainda que se perca parte do líquido seminal durante o processo, o homem produz milhões de espermatozoides e, então, há o suficiente para a fecundação do óvulo. Porém, os gametas masculinos medem cerca de 5 micrômetros – 200 vezes menos do que 1 milímetro – e têm que passar pela cavidade endometrial e trompas uterinas, que medem cada uma entre 10 e 15 centímetros. Isso representa uma megamaratona a ser percorrida pelos espermatozoides. 
Afortunadamente, a natureza dá uma ajuda por meio de substâncias existentes no líquido seminal e no organismo feminino que impulsionam os espermatozoides em direção ao ovário e ajudam a nutri-los.

Após a ovulação, o óvulo será captado pela trompa, conduzindo-o à cavidade uterina. O líquido da trompa agora se tornará rico para o embrião, sendo responsável pela sua nutrição e fonte de energia para garantir seu desenvolvimento. Esse percurso, que dura cinco dias, é tempo suficiente para o seu desenvolvimento.

Depois de formado, o embrião precisará fixar-se ao endométrio, processo chamado de implantação embrionária, que é quando acontece uma verdadeira guerra no organismo da mulher. O sistema imunológico identifica o embrião como célula estranha ao corpo, ou seja, como um agressor em potencial, e começa um processo de ataque às células embrionárias. Por sua vez, o embrião passa a se defender produzindo uma série de substâncias químicas que tentarão frear essa agressão. Se isso acontecer do modo correto, o processo de implantação embrionária se dará de maneira eficaz e a gestação se iniciará.

Analisando essa sequência de fatos, acredito que fica mais fácil entender por que esse tema mistura fé e ciência; religião, no sentido de crer que algo maior esteja acontecendo, e conhecimento. Na origem da vida, fé, religião, ciência, conhecimento, lógica são fatos que não devem se confrontar ou competir, mas caminhar juntos. Por isso, creio no milagre da vida, momento enigmático que tentamos decifrar e conhecer melhor, na tentativa de poder ajudar casais que anseiam em experimentá-lo mas que, por algum motivo, não conseguem. Neste mês de agosto, em que comemoramos o Dia da Gestante (sexta-feira), é preciso reconhecer a beleza desse processo e, principalmente, a força da mulher que convive com esse turbilhão de experiências e muitos outros desafios durante os nove meses de gestação.

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