Estado de Minas: 07/09/2014
Miami – Quase 80 mil pessoas, em sua esmagadora maioria colombiana, coloriram o Sun Life Stadium para ver o que nossos vizinhos chamavam de “revanche” da Copa do Mundo, quando o Brasil os eliminou. Para nós, era apenas a reestreia de Dunga, que buscava o começo do resgate do nosso futebol. Mesmo a partida começando às 21h, no horário local, o calor era intenso e a umidade relativa do ar perto dos 100%. Observei atentamente o time brasileiro. Vi Neymar fazer jogadas importantes e ser caçado como uma presa. Os colombianos se revezavam nas faltas. Diego Tardelli (foto) movimentando-se muito, como lhe pediu o treinador. Posso dizer que ele está mais do que aprovado, e sepultou, definitivamente, os centroavantes paradões. Não há mais lugar para eles. Neymar está começando a me encantar na Seleção. Chamou o jogo, deu passes primorosos, chutou a gol, levou porrada, levantou-se e ainda marcou um golaço em cobrança de falta. É isso que queremos desse jovem, que tem todo o DNA de craque e caminha para confirmá-lo.
Confesso que não esperava algo melhor. Jogo amistoso em que a maioria dos jogadores que atua na Europa está voltando praticamente agora. Sem ritmo de jogo, sem muito preparo físico. James Rodríguez, por exemplo, caminhava em campo, numa lentidão, num sono impressionante. Ele era a esperança colombiana. Desta vez, não saiu chorando e não precisou ser consolado por Davi Luiz. E Zúñiga? Deve ter ficado envergonhado. Foi algoz de Neymar, e este lhe estendeu a mão. Se abraçaram antes de o jogo começar, como manda o fair play. Mas Zúñiga, na primeira chance que teve, não negou fogo. Deu um rapa em Neymar e levou o amarelo. Parece que não aprendeu com o que fez no Mundial.
Mas gostei do que vi no time de Dunga. Muito mais organização no meio-campo. Defesa bem postada, ataque rápido. É só o primeiro passo, mas é importante começar bem, sendo mais equipe que o adversário, mostrando mais qualidade. O caminho até 2018 será árduo. As Eliminatórias serão terríveis, pois o futebol dos adversários cresceu. Até a Venezuela faz graça hoje. Para uma reestreia, Dunga montou o time direitinho e não fez feio. Aos poucos, vai achando o time ideal. Acho que Tardelli convenceu e mostrou que Dunga acertou em chamá-lo. Não importa sua idade. No momento, é o melhor do Brasil na posição. Espero que Dunga dê mais tempo a Éverton Ribeiro. Acho que no próximo jogo ele pode começar com ele, ao lado de Ricardo Goulart. Aproveitar o entrosamento dos dois é a decisão mais sensata. A elogiar, como sempre, o espetáculo que só os americanos sabem fazer e o show de civilidade e respeito. Felizmente, dessa vez Davi Luiz não cantou o hino a plenos pulmões. Mas, pelo menos, jogou mais bola do que na Copa. É isso que o povo quer, menos gogó e mais futebol. Gostei, Dunga. Você começa seu trabalho acertando o pé e buscando o que há de melhor em nosso futebol.
RACISMO
Achei correta a punição ao Grêmio, por atos racistas de sua torcida. Foi eliminado da Copa do Brasil e servirá de exemplo. Porém, já recorreu ao Tribunal. Tomara que a pena seja mantida, pois daqui para frente esses racistas idiotas pensarão 10 vezes antes de cometer este ato bárbaro e covarde, e de prejudicar seu time.
TREINO
Depois da folga de ontem, os jogadores brasileiros treinam hoje, e, à noite, em voo fretado, seguem para Nova Jérsei, onde enfrentam o Equador, na terça-feira. Ontem, a maioria foi às compras, pois, como é sabido, Miami é o paraíso das compras e dos gastos elevados.
TAFFAREL
Pelo que Jefferson fez em campo sexta-feira, deu para perceber o dedo de Taffarel. Ele é exigente, dedicado e mostra, com competência, aquilo que deseja. Como já tranquilizou Jefferson com relação à idade para o Mundial, o goleiro só tem a agradecer e treinar muito para continuar no grupo.
FINAL
Está cada dia mais perto de eu realizar meu sonho de ver Cruzeiro x Atlético numa final de Copa do Brasil. Seria fantástico para nosso estado e para nossa gente. O caminho está aberto para ambos.
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