BELEZA
Nossa cara
Pouca conhecida no Brasil, técnica de massagem facial japonesa promete levantar a expressão e amenizar as rugas sem agulhas nem milagres
IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO
Os movimentos são rápidos e leves. As sensações são diferentes das experimentadas em outras massagens. E o resultado final combina o relaxamento com uma aparência rejuvenescida da pele.
O "kobido" (termo que significa a busca pela beleza interior) é uma massagem japonesa feita nos ombros, no pescoço e, principalmente, no rosto. Diz a lenda que, no Japão imperial, era destinada apenas a membros da nobreza. Na década de 1980, o massoterapeuta japonês Shogo Mochizuki trouxe a técnica para o Ocidente e ensinou terapeutas de várias partes do mundo, tornando o método disponível aos plebeus.
A geóloga brasileira Daniela Garroux, 36, conheceu a técnica na Alemanha com um professor que estudou com Mochizuki. Apesar da formação em geologia, ela é versada em massagens e práticas meditativas, habilidades adquiridas nos oito anos em que morou na Índia.
"Resolvi fazer o curso quando vi uma amiga que fez a massagem e estava com o rosto rejuvenescido. O "kobido" tira rugas de expressão causadas por tensões. É um 'lifting' natural", diz.
Mas o que mais atrai a geóloga é a capacidade dessa massagem fazer com que a pessoa entre em estado meditativo. "A sessão leva a um relaxamento profundo, a maioria das pessoas 'viaja'."
O que surpreende é chegar a esse estado com massagens que se restringem a uma pequena parte do corpo. "É um trabalho diferente de outros que conheço. Os movimentos são únicos e não buscam a musculatura profunda. O estímulo é no sistema nervoso periférico", diz a terapeuta corporal Loua Unger, do WSpa, no Rio de Janeiro.
Só no rosto são feitos 53 movimentos. "São manobras precisas, tem que ter destreza para aplicá-las", afirma a psicóloga e consultora de spas Vania Emiliozzi, que deu um curso de "kobido" para profissionais de estética.
EFEITO CINDERELA
O uso estético é o maior chamariz da técnica. "O 'kobido' estimula a circulação do sangue e a oxigenação. Tem 'efeito Cinderela': deixa a pele mais lisa e brilhante na hora", diz Cristina Petersen, professora de estética no Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto.
A promessa de rejuvenescimento sem agulhas atrai clientes. "Tenho a pele madura, fico procurando novos tratamentos. Estou na terceira sessão e acho que meu rosto está mais nutrido, mais firme", diz a artista plástica Leda Rodrigues Ramos, 65.
A fisioterapeuta Eva Wilma Almeida, 30, nunca tinha feito massagem facial. "Quando a gente chega aos 30, passa a querer manter a pele jovem. É melhor começar com algo não invasivo", diz.
A massagem é feita com percussões de dedos e deslizamentos. "Também estimula pontos do rosto ligados a meridianos da acupuntura", diz a esteticista Blanch Marie.
Para o efeito lifting, Blanch recomenda que sejam feitas dez sessões, uma ou duas vezes por semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário