Eduardo Tristão Girão
Estado de Minas: 21/12/2012
Depois de contemplar o compositor carioca João Nogueira (1941-2000) no ano passado, o projeto Sambabook volta-se para outro grande nome do samba, Martinho da Vila. O artista está finalizando a gravação de repertório de 26 músicas próprias que farão parte de caixa especial no molde da anterior, com dois CDs, um DVD, um blu-ray, um livro e fichário com partituras de suas canções. O lançamento está previsto para abril e a homenagem inclui também shows no Rio e em São Paulo, site (que entra no ar esta semana) e aplicativos para smartphone e tablet.
“Isso é bom para o samba. O samba e todo tipo de música feita por pessoas de origem mais humilde ainda hoje são discriminados. O samba sempre entrou lá no final das coisas, de maneira menor, juntando tudo para ficar num fascículo só”, comemora Martinho da Vila. O artista completou 45 anos de carreira e já está em contagem regressiva para festejar seus 75 anos em 12 de fevereiro, terça-feira de carnaval. Lançou disco este ano, 4.5 atual, no qual regravou as músicas de seu álbum de estreia, A voz do samba (1969).
Martinho participou da gravação do Sambabook João Nogueira como convidado especial e se mostrou empolgado com o projeto desde o início. O convite para que fosse o segundo homenageado, então, foi natural. “Fiz questão de não me meter muito, pois a homenagem é para mim e o projeto não é meu”, brinca o artista. Em relação ao repertório e aos convidados, garante ele, mal palpitou. Não é para menos: as canções cobrem praticamente toda a sua discografia e a lista de convidados é recheada de estrelas.
As gravações começaram mês passado e tiveram a participação de Paulinho da Viola, Casuarina, João Donato, João Bosco, Diogo Nogueira, Zeca Baleiro, Ney Matogrosso, Pitty, Leci Brandão e Fernanda Abreu (com bateria da Vila Isabel), além dos filhos Mart’nália, Tunico da Vila e Maíra Freitas – cada um dos 23 convidados canta uma faixa. Esta semana, Martinho se juntou à Orquestra Petrobras Sinfônica para registrar duas músicas com regência de Leonardo Bruno.
“Optaram por colocar músicas mais conhecidas. Eu teria trocado por outras menos conhecidas, mas ficou bom. O público vai gostar”, ressalta o artista. Foram pinçadas, por exemplo, Quem é do mar não enjoa, Pra tudo se acabar na quarta-feira, Menina moça, Pequeno burguês, Disritmia, Pra que dinheiro, Casa de bamba e Canta, canta minha gente. O projeto está a cargo da empresa Musickeria, a mesma que idealizou e produziu o Sambabook João Nogueira.
O livro sobre Martinho será organizado da mesma maneira que o de João Nogueira, formato chamado de discobiografia: a vida do artista é contada em capítulos, cada um representado por um disco dele. Assim, fatos artísticos e biográficos de entrelaçam, sem deixar de fazer referência a detalhes sobre os trabalhos lançados por ele, parcerias, inspirações. Está sendo escrito pelo jornalista Hugo Sukman, que fez três entrevistas com o homenageado – parceria com a Editora Casa da Palavra.
O Canal Brasil, também parceiro, ficou responsável pela captação de imagem, tendo Bruno Murtinho como diretor de vídeo. Já o fichário de partituras contém 60 músicas de Martinho transcritas das versões originais por equipe de arranjadores. A opção pelo formato de fichário se justifica na necessidade de dar conforto a quem vai realmente utilizá-lo, já que o livro não é o formato mais adequado para ser colocado numa estante de partitura.
Impacto
Todas as canções foram arranjadas tendo como referência as gravações originais do artista. “A Pitty não fez versão rock de Roda ciranda, por exemplo. É importante respeitar a obra do artista e preservá-la para as próximas gerações”, comenta Flávio Pinheiro, diretor-executivo da Musickeria. A expectativa em torno da edição dedicada a Martinho é grande, visto que o impacto causado pela de João Nogueira foi grande: 100 mil cópias vendidas (somando os formatos), 40 mil fãs em redes sociais e sete shows lotados. Calcula-se que o projeto tenha alcançado cerca de cinco milhões de pessoas.
“Martinho foi um dos grandes entusiastas do projeto e ficou muito feliz ao gravar com Diogo Nogueira no projeto anterior. Como queremos homenagear os grandes nomes do samba, já tínhamos o nome dele em mente. Além disso, está comemorando 45 anos de carreira e, em breve, 75 de idade. O resultado está ficando fantástico. Nos debruçamos sobre a obra dele, chamamos as pessoas que tocam com ele e fizemos tudo em conjunto”, afirma Flávio.
Segundo ele, o trabalho de seleção de repertório foi mais difícil desta vez, pois a discografia de Martinho é mais extensa que a de João Nogueira. O critério adotado por ele foi deixar representados os diferentes momentos da sua carreira, indo de Menina moça (1969) a Meu off Rio (2010). Um dos trunfos do projeto, continua, é a mistura de artistas jovens e outros de gêneros distintos para interpretar a obra do homenageado. “Esse cruzamento agrada aos fãs mais antigos e quem ainda vai conhecê-lo”, acredita Flávio.
O diretor-executivo da Musickeria revela que está cotado para a próxima edição do Sambabook o cantor e compositor Paulinho da Viola. Na sequência, continua, deverão ser contemplados Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Nelson Cavaquinho, Monarco, Noel Rosa e Dona Ivone Lara. Além disso, não é descartada a hipótese de reunir compositores em torno de um tema, como Cacique de Ramos ou Mangueira, por exemplo.
Elenco e repertório
Paulinho da Viola – Quem é do mar não enjoa
“Isso é bom para o samba. O samba e todo tipo de música feita por pessoas de origem mais humilde ainda hoje são discriminados. O samba sempre entrou lá no final das coisas, de maneira menor, juntando tudo para ficar num fascículo só”, comemora Martinho da Vila. O artista completou 45 anos de carreira e já está em contagem regressiva para festejar seus 75 anos em 12 de fevereiro, terça-feira de carnaval. Lançou disco este ano, 4.5 atual, no qual regravou as músicas de seu álbum de estreia, A voz do samba (1969).
Martinho participou da gravação do Sambabook João Nogueira como convidado especial e se mostrou empolgado com o projeto desde o início. O convite para que fosse o segundo homenageado, então, foi natural. “Fiz questão de não me meter muito, pois a homenagem é para mim e o projeto não é meu”, brinca o artista. Em relação ao repertório e aos convidados, garante ele, mal palpitou. Não é para menos: as canções cobrem praticamente toda a sua discografia e a lista de convidados é recheada de estrelas.
As gravações começaram mês passado e tiveram a participação de Paulinho da Viola, Casuarina, João Donato, João Bosco, Diogo Nogueira, Zeca Baleiro, Ney Matogrosso, Pitty, Leci Brandão e Fernanda Abreu (com bateria da Vila Isabel), além dos filhos Mart’nália, Tunico da Vila e Maíra Freitas – cada um dos 23 convidados canta uma faixa. Esta semana, Martinho se juntou à Orquestra Petrobras Sinfônica para registrar duas músicas com regência de Leonardo Bruno.
“Optaram por colocar músicas mais conhecidas. Eu teria trocado por outras menos conhecidas, mas ficou bom. O público vai gostar”, ressalta o artista. Foram pinçadas, por exemplo, Quem é do mar não enjoa, Pra tudo se acabar na quarta-feira, Menina moça, Pequeno burguês, Disritmia, Pra que dinheiro, Casa de bamba e Canta, canta minha gente. O projeto está a cargo da empresa Musickeria, a mesma que idealizou e produziu o Sambabook João Nogueira.
O livro sobre Martinho será organizado da mesma maneira que o de João Nogueira, formato chamado de discobiografia: a vida do artista é contada em capítulos, cada um representado por um disco dele. Assim, fatos artísticos e biográficos de entrelaçam, sem deixar de fazer referência a detalhes sobre os trabalhos lançados por ele, parcerias, inspirações. Está sendo escrito pelo jornalista Hugo Sukman, que fez três entrevistas com o homenageado – parceria com a Editora Casa da Palavra.
O Canal Brasil, também parceiro, ficou responsável pela captação de imagem, tendo Bruno Murtinho como diretor de vídeo. Já o fichário de partituras contém 60 músicas de Martinho transcritas das versões originais por equipe de arranjadores. A opção pelo formato de fichário se justifica na necessidade de dar conforto a quem vai realmente utilizá-lo, já que o livro não é o formato mais adequado para ser colocado numa estante de partitura.
Impacto
Todas as canções foram arranjadas tendo como referência as gravações originais do artista. “A Pitty não fez versão rock de Roda ciranda, por exemplo. É importante respeitar a obra do artista e preservá-la para as próximas gerações”, comenta Flávio Pinheiro, diretor-executivo da Musickeria. A expectativa em torno da edição dedicada a Martinho é grande, visto que o impacto causado pela de João Nogueira foi grande: 100 mil cópias vendidas (somando os formatos), 40 mil fãs em redes sociais e sete shows lotados. Calcula-se que o projeto tenha alcançado cerca de cinco milhões de pessoas.
“Martinho foi um dos grandes entusiastas do projeto e ficou muito feliz ao gravar com Diogo Nogueira no projeto anterior. Como queremos homenagear os grandes nomes do samba, já tínhamos o nome dele em mente. Além disso, está comemorando 45 anos de carreira e, em breve, 75 de idade. O resultado está ficando fantástico. Nos debruçamos sobre a obra dele, chamamos as pessoas que tocam com ele e fizemos tudo em conjunto”, afirma Flávio.
Segundo ele, o trabalho de seleção de repertório foi mais difícil desta vez, pois a discografia de Martinho é mais extensa que a de João Nogueira. O critério adotado por ele foi deixar representados os diferentes momentos da sua carreira, indo de Menina moça (1969) a Meu off Rio (2010). Um dos trunfos do projeto, continua, é a mistura de artistas jovens e outros de gêneros distintos para interpretar a obra do homenageado. “Esse cruzamento agrada aos fãs mais antigos e quem ainda vai conhecê-lo”, acredita Flávio.
O diretor-executivo da Musickeria revela que está cotado para a próxima edição do Sambabook o cantor e compositor Paulinho da Viola. Na sequência, continua, deverão ser contemplados Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Nelson Cavaquinho, Monarco, Noel Rosa e Dona Ivone Lara. Além disso, não é descartada a hipótese de reunir compositores em torno de um tema, como Cacique de Ramos ou Mangueira, por exemplo.
Elenco e repertório
Paulinho da Viola – Quem é do mar não enjoa
Casuarina – Pra tudo se acabar na quarta-feira
João Donato – Meu lararaiá
Joao Bosco – Menina moça
Diogo Nogueira – Queria tanto lhe ver
Zeca Baleiro – Pequeno burguês
Dorina – Filosofia de vida
Luiz Melodia – Disritmia
Jair Rodrigues – Amor não é brinquedo
Ana Costa – Odilê, odilá
Pedro Luis – Pra que dinheiro
Toni Garrido – Deixa a fumaça entrar
Ney Matogrosso – Ex-amor
Pitty – Roda ciranda
Leci Brandão – Casa de bamba
Paula Lima – Grande amor
Mart’nália – Segure tudo
Moyseis Marques – Renascer das cinzas
Elza Soares – Madalena do Jucu
Fernanda Abreu e bateria da Vila Isabel – Sonho de um sonho
Tunico da Vila – Meu off Rio
Maíra Freitas – Fim de reinado
Marcelinho Moreira – Na minha veia
Martinho da Vila – Canta, canta minha gente (com todos os artistas)
João Donato – Meu lararaiá
Joao Bosco – Menina moça
Diogo Nogueira – Queria tanto lhe ver
Zeca Baleiro – Pequeno burguês
Dorina – Filosofia de vida
Luiz Melodia – Disritmia
Jair Rodrigues – Amor não é brinquedo
Ana Costa – Odilê, odilá
Pedro Luis – Pra que dinheiro
Toni Garrido – Deixa a fumaça entrar
Ney Matogrosso – Ex-amor
Pitty – Roda ciranda
Leci Brandão – Casa de bamba
Paula Lima – Grande amor
Mart’nália – Segure tudo
Moyseis Marques – Renascer das cinzas
Elza Soares – Madalena do Jucu
Fernanda Abreu e bateria da Vila Isabel – Sonho de um sonho
Tunico da Vila – Meu off Rio
Maíra Freitas – Fim de reinado
Marcelinho Moreira – Na minha veia
Martinho da Vila – Canta, canta minha gente (com todos os artistas)
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