sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A pedida é samba (BossaCucaNova)-Mariana Peixoto‏

A pedida é samba BossaCucaNova reúne um time de craques para gravar releituras de pérolas do repertório de Chico Buarque, Jorge BenJor e Martinho da Vila. Batuque e jazz batem ponto no novo álbum

Mariana Peixoto
Estado de Minas: 15/02/2013 


Passada, há muito, a onda da bossa nova eletrônica, só mesmo os bravos sobreviveram. E fazendo diferente, diga-se de passagem. Criado há 15 anos, o BossaCucaNova, trio eletroacústico formado pelo DJ Marcelinho DaLua, o baixista Márcio Menescal e o tecladista Alexandre Moreira, chega agora ao quarto álbum. Nossa onda é essa!, lançado pela Coqueiro Verde Records, mantém o formato que fez a fama do grupo: releituras com forte presença de convidados. 

Desta vez, há uma diferença essencial. A bossa que dá nome ao trio se faz menos presente. Nossa onda é essa! traz muito mais samba do que seus antecessores (Revisited classics, 1998; Brasilidade, 2001; e Uma batida diferente, 2004). Três das 11 faixas são assinadas pelo grupo: Balança (não pode parar!), Ficar (com Ronaldo Bastos) e Rio de inspiração (com Moska). Colaboradores de primeira hora continuam com o trio, como a cantora Cris Delano e Roberto Menescal, pai de Márcio.

Releituras 


Com um time de bambas, o BossaCucaNova faz a revisão de canções de outros repertórios. Maria Rita é a voz de Deixa a menina (Chico Buarque), samba com ares jazzísticos graças à participação do pianista David Feldman e seu trio; Elza Soares brilha em A pedida é samba (Roberto Martins e Jair Amorim), que contou com Tia Surica no coro; faixa menos conhecida de Jorge BenJor (da época em que ele era somente Ben), Waldomiro Pena ganha tom funkeado na voz de Wilson Simoninha, que gravou também Adeus América ao lado do grande Oscar Castro Neves.

O disco prossegue com outros nomes conhecidos do meio sambista carioca: Martinho da Vila (ele regravou, com ares mais atuais, sua Segure tudo com Cris Delanno); Teresa Cristina (em Deixa pra lá, de Leci Brandão); e a carnavalesca Tô voltando (Paulo César Pinheiro-Maurício Tapajós), que encerra o disco em clima de folia graças à percussão do Monobloco.

E, para não dizer que não faz jus ao nome, É preciso perdoar, na voz de Emílio Santiago, continua sendo bossa, só que com um acento bem diferente de sua gravação mais conhecida, na voz de João Gilberto.

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