terça-feira, 18 de junho de 2013

Alckmin quer fugir de obrigação, diz petista

folha de são paulo
Para ministro da Justiça, governador utiliza 'mentalidade ultrapassada' ao considerar eleitoral oferta de apoio
Em resposta a críticas de tucanos, Cardozo nega que piora na segurança em São Paulo tenha a ver com fronteiras
CATIA SEABRADE BRASÍLIA
Acusado de explorar politicamente os problemas de segurança em São Paulo, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) acusou ontem o governador Geraldo Alckmin de usar uma "mentalidade ultrapassada" e tentar se eximir de responsabilidades.
A fala do petista é uma resposta às críticas feitas pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e publicadas ontem na Folha.
Na semana passada, Cardozo, um dos cotados para disputar o Palácio dos Bandeirantes, disse que o governo estava "à disposição" para cooperar em relação aos protestos na capital paulista.
Para Nunes Ferreira, Cardozo esquece que é ministro quando, por exemplo, oferece ajuda pela TV sem procurar o governo de São Paulo.
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Empurra
Alckmin está reproduzindo uma cultura antiga que é de empurrar a responsabilidade para o outro e não colocar luz num problema que precisa ser resolvido. [...] A sociedade não tolera mais essa mentalidade ultrapassada de dizer que a culpa é do outro sem que você cuide da própria casa.
Ultrapassado
Ainda partem de uma mentalidade antiga de imaginar que auxílio para o adversário é depreciação. [...] Triste que essa mentalidade do século passado ainda perdure. A população não aceita mais isso.
Candidato
Quanto mais falo, menos parece que os tucanos acreditam. Não sou candidato ao governo. O ministro Alexandre Padilha [Saúde] é um um ótimo nome. Esse boato tem atrapalhado profundamente o diálogo. Tem feito com que segmentos da oposição politizem o que não quero politizar. Está se partindo de uma premissa de que estou politizando por uma candidatura que não existe.
Abuso
O que vi em SP, e as câmeras mostraram, é de uma evidência solar que houve abuso. Vi o que aconteceu no Distrito Federal e no Rio. Padrões de comportamento bem diferentes. Em São Paulo, vi jornalistas agredidos, pessoas tiradas de dentro dos bares e sendo espancadas. O que me espanta é que o senador [Aloysio Nunes Ferreira] reconhece que houve abuso. Ele partiu da mesma constatação que eu parto. Só que a minha é oportunismo. E a dele? Verdade. Os ânimos eleitorais estão à flor da pele.
Fronteira
Em vez de se enfrentar o problema olhando as causas, solicitando maior integração, o que tem acontecido em São Paulo é tentar ignorar as questões locais e dizer que o problema é das fronteiras. Os números mostram uma visível melhora na ação do governo nas fronteiras. Então, como se explica uma elevação da violência em São Paulo? Como se explica o pico vertiginoso de violência em São Paulo entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado, se no Rio não há essa escalada?
Eleitorização
Onde está o problema em querer somar forças? Entender isso como oportunismo eleitoral me choca. Não foi assim com Alagoas. O governador Teotonio Vilela nos pediu ajuda, e estamos juntos. Lá é PSDB. [...] Depois de uma grande crise, conseguimos o início de uma cooperação com São Paulo. Mas, infelizmente, perto do Rio e do nível de cooperação que temos com outros Estados, como Alagoas, estamos ainda engatinhando.
Cifra
Só em segurança pública para os grandes eventos foi gasto R$ 1,8 bilhão. O objetivo é o legado. É incrível que muitos Estados brasileiros não tenham ainda seu centro de comando e controle. Estamos doando para os 12 Estados. São Paulo irá receber. O Rio tem desde o Pan. São Paulo não tem.

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