Para ministro da Justiça, governador utiliza 'mentalidade ultrapassada' ao considerar eleitoral oferta de apoio
Em resposta a críticas de tucanos, Cardozo nega que piora na segurança em São Paulo tenha a ver com fronteiras
Acusado de explorar politicamente os problemas de segurança em São Paulo, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) acusou ontem o governador Geraldo Alckmin de usar uma "mentalidade ultrapassada" e tentar se eximir de responsabilidades.
A fala do petista é uma resposta às críticas feitas pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e publicadas ontem na Folha.
Na semana passada, Cardozo, um dos cotados para disputar o Palácio dos Bandeirantes, disse que o governo estava "à disposição" para cooperar em relação aos protestos na capital paulista.
Para Nunes Ferreira, Cardozo esquece que é ministro quando, por exemplo, oferece ajuda pela TV sem procurar o governo de São Paulo.
Empurra
Alckmin está reproduzindo uma cultura antiga que é de empurrar a responsabilidade para o outro e não colocar luz num problema que precisa ser resolvido. [...] A sociedade não tolera mais essa mentalidade ultrapassada de dizer que a culpa é do outro sem que você cuide da própria casa.
Alckmin está reproduzindo uma cultura antiga que é de empurrar a responsabilidade para o outro e não colocar luz num problema que precisa ser resolvido. [...] A sociedade não tolera mais essa mentalidade ultrapassada de dizer que a culpa é do outro sem que você cuide da própria casa.
Ultrapassado
Ainda partem de uma mentalidade antiga de imaginar que auxílio para o adversário é depreciação. [...] Triste que essa mentalidade do século passado ainda perdure. A população não aceita mais isso.
Ainda partem de uma mentalidade antiga de imaginar que auxílio para o adversário é depreciação. [...] Triste que essa mentalidade do século passado ainda perdure. A população não aceita mais isso.
Candidato
Quanto mais falo, menos parece que os tucanos acreditam. Não sou candidato ao governo. O ministro Alexandre Padilha [Saúde] é um um ótimo nome. Esse boato tem atrapalhado profundamente o diálogo. Tem feito com que segmentos da oposição politizem o que não quero politizar. Está se partindo de uma premissa de que estou politizando por uma candidatura que não existe.
Quanto mais falo, menos parece que os tucanos acreditam. Não sou candidato ao governo. O ministro Alexandre Padilha [Saúde] é um um ótimo nome. Esse boato tem atrapalhado profundamente o diálogo. Tem feito com que segmentos da oposição politizem o que não quero politizar. Está se partindo de uma premissa de que estou politizando por uma candidatura que não existe.
Abuso
O que vi em SP, e as câmeras mostraram, é de uma evidência solar que houve abuso. Vi o que aconteceu no Distrito Federal e no Rio. Padrões de comportamento bem diferentes. Em São Paulo, vi jornalistas agredidos, pessoas tiradas de dentro dos bares e sendo espancadas. O que me espanta é que o senador [Aloysio Nunes Ferreira] reconhece que houve abuso. Ele partiu da mesma constatação que eu parto. Só que a minha é oportunismo. E a dele? Verdade. Os ânimos eleitorais estão à flor da pele.
O que vi em SP, e as câmeras mostraram, é de uma evidência solar que houve abuso. Vi o que aconteceu no Distrito Federal e no Rio. Padrões de comportamento bem diferentes. Em São Paulo, vi jornalistas agredidos, pessoas tiradas de dentro dos bares e sendo espancadas. O que me espanta é que o senador [Aloysio Nunes Ferreira] reconhece que houve abuso. Ele partiu da mesma constatação que eu parto. Só que a minha é oportunismo. E a dele? Verdade. Os ânimos eleitorais estão à flor da pele.
Fronteira
Em vez de se enfrentar o problema olhando as causas, solicitando maior integração, o que tem acontecido em São Paulo é tentar ignorar as questões locais e dizer que o problema é das fronteiras. Os números mostram uma visível melhora na ação do governo nas fronteiras. Então, como se explica uma elevação da violência em São Paulo? Como se explica o pico vertiginoso de violência em São Paulo entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado, se no Rio não há essa escalada?
Em vez de se enfrentar o problema olhando as causas, solicitando maior integração, o que tem acontecido em São Paulo é tentar ignorar as questões locais e dizer que o problema é das fronteiras. Os números mostram uma visível melhora na ação do governo nas fronteiras. Então, como se explica uma elevação da violência em São Paulo? Como se explica o pico vertiginoso de violência em São Paulo entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado, se no Rio não há essa escalada?
Eleitorização
Onde está o problema em querer somar forças? Entender isso como oportunismo eleitoral me choca. Não foi assim com Alagoas. O governador Teotonio Vilela nos pediu ajuda, e estamos juntos. Lá é PSDB. [...] Depois de uma grande crise, conseguimos o início de uma cooperação com São Paulo. Mas, infelizmente, perto do Rio e do nível de cooperação que temos com outros Estados, como Alagoas, estamos ainda engatinhando.
Onde está o problema em querer somar forças? Entender isso como oportunismo eleitoral me choca. Não foi assim com Alagoas. O governador Teotonio Vilela nos pediu ajuda, e estamos juntos. Lá é PSDB. [...] Depois de uma grande crise, conseguimos o início de uma cooperação com São Paulo. Mas, infelizmente, perto do Rio e do nível de cooperação que temos com outros Estados, como Alagoas, estamos ainda engatinhando.
Cifra
Só em segurança pública para os grandes eventos foi gasto R$ 1,8 bilhão. O objetivo é o legado. É incrível que muitos Estados brasileiros não tenham ainda seu centro de comando e controle. Estamos doando para os 12 Estados. São Paulo irá receber. O Rio tem desde o Pan. São Paulo não tem.
Só em segurança pública para os grandes eventos foi gasto R$ 1,8 bilhão. O objetivo é o legado. É incrível que muitos Estados brasileiros não tenham ainda seu centro de comando e controle. Estamos doando para os 12 Estados. São Paulo irá receber. O Rio tem desde o Pan. São Paulo não tem.
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