terça-feira, 4 de junho de 2013

Entidades religiosas farão marcha contra aborto e união gay

folha de são paulo
Atos em Brasília com evangélicos e católicos pretendem reunir milhares de pessoas e tentam pressionar Congresso
Principal reivindicação é a aprovação do Estatuto do Nascituro, que garante direitos aos bebês em gestação
JOHANNA NUBLATMÁRCIO FALCÃODE BRASÍLIAA Esplanada dos Ministérios vai se transformar, a partir de hoje, em um palco para católicos e evangélicos protestarem e pressionarem o Congresso a avançar com propostas polêmicas e que enfrentam resistência de ativistas de direitos humanos.
Os religiosos vão defender restrições ao aborto previsto em lei e farão ataques contra a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que facilitou o casamento gay.
Também deverão questionar a criminalização da homofobia e a indicação de Luís Roberto Barroso para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O jurista será sabatinado amanhã em comissão do Senado.
Ele enfrenta resistência do grupo por ter defendido a equiparação das uniões homoafetivas às heterossexuais e a pesquisa com células-tronco em julgamento no STF.
A principal demanda dos religiosos é a aprovação do Estatuto do Nascituro, que garante direitos ao bebê em gestação --o que, na prática, pode vedar o aborto nos casos já previstos por lei. A proposta deverá ser votada amanhã em comissão da Câmara.
Capitaneada por grupos católicos, a 6ª Marcha Nacional da Cidadania Pela Vida pretende reunir 30 mil pessoas na Esplanada na tarde de hoje e ocorrerá dois dias após a Parada Gay de São Paulo, que teve críticas ao pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP).
EVANGÉLICOS
Os protestos dos católicos devem ser reforçados amanhã por outra manifestação, com maior participação de evangélicos.
Segundo o pastor Silas Malafaia, o ato poderá reunir até 100 mil pessoas e vai criticar a decisão do CNJ que obriga os cartórios a celebrarem casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
"Quem é o CNJ para dar uma canetada e liberar o casamento gay? É uma afronta", afirma Malafaia.

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