sábado, 31 de agosto de 2013

Eduardo Almeida Reis Vale a pena?‏

Minha pergunta de hoje ao caro e preclaro leitor é a seguinte: será que vale a pena continuar agarrado ao poder? 


Eduardo Almeida Reis


Estado de Minas: 31/08/2013 

“O depositário do poder é sempre impopular” (Disraeli). “O poder tende a corromper. O poder absoluto corrompe absolutamente. Os grandes homens são quase sempre homens maus” (Lorde Acton). “Todo poder sem controle enlouquece” (Alain). “O poder sem abuso perde o encanto” (Paul Valéry). “O governo não é para quem quer. É para quem pode. As urnas dizem o que querem aos que mandam fabricar as urnas” (Millôr Fernandes). “As pessoas costumam dizer que o poder é afrodisíaco – e aí estão Silvio Berlusconi, Vladimir Putin, os irmãos Kennedy e todos os imperadores romanos que não nos deixam mentir” (Nirlando Beirão). “O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato” (Nelson Rodrigues). “Quando não exacerba a libido, o poder sobe à cabeça que fica por cima do pescoço e o político mineiro faz os piores papéis” (R. Manso Neto).

Há milhares de frases sobre o poder, umas piores, outras brilhantes e mais outras em contextos que exigem dezenas de palavras de explicação. Minha pergunta de hoje ao caro e preclaro leitor é a seguinte: será que vale a pena continuar agarrado ao poder? Temos acompanhado o caso doloroso de um jovem senhor, filho de um bom carioca, que já faturou o suficiente para sustentar-se e sustentar os filhos de seus três casamentos durante 200 anos, o que significa dizer que também seus netos e bisnetos terão sustento garantido à tripa-forra. Jovem senhor que tem provocado manifestações de rua até defronte de sua casa, em que o mínimo que dele se diz, aos berros, é que deve cair fora porque é ladrão. Demonstrações populares que devem causar certo desconforto aos filhos, empregados e parentes do referido cavalheiro, de mesmo passo em que infernizam a vida dos vizinhos. Não seria o caso de renunciar e sumir para curtir sua fortuna em Paris, em Londres, em Lisboa? Há bons colégios para os filhos, ótimos vestidos para a companheira, bons vinhos e belos guardanapos de puro linho branco para enrolar na cabeça.

Proeza bárdica


 Sendo bárdica, pertencente ou referente aos bardos, à sua poesia ou ao seu tempo, a proeza se aplica a William Shakespeare, an English poet and playwright, widely regarded as the greatest writer in the English language and the world's pre-eminent dramatist. He is often called England's national poet and the "Bard of Avon". O leitor talvez não saiba, a exemplo do seu philosopho, que também ignorava o fato até receber e-mail de um leitor cultíssimo, duas vezes pós-doutorado pelas melhores universidades do Hemisfério Norte, belo-horizontino de 50 anos – talvez não saiba que Shakespeare criou uma série de palavras hoje correntes em inglês. Aqui vão algumas de utilização mais comum, que você encontra a dar com o pé: advertising, addiction, assassination, bandit, bedroom, birthplace, bet, champion, circumstantial, compromise, dawn, deafening, epileptic, equivocal, elbow, excitement, exposure, eyeball, fashionable, frugal, generous, gossip, invulnerable, label, lonely, luggage, marketable, mimic, monumental, negotiate, obscene, premeditated, secure, undress, unreal. Ainda que algumas delas sejam galicismos, é surpreendente que a língua inglesa tenha sobrevivido até Shakespeare sem essas palavras. Mas o que suscita curiosidade é como a vida sexual era possível, uma vez que faltava palavra para quarto (bedroom), cobertor (blanket), obsceno (obscene) e despir (undress); mas se sexo não existia, não se podia tampouco ficar só, já que a palavra para isso (lonely) também ainda estava para ser criada... Pelo jeito a vida era mais segura, já que assassinato (assassination) e bandido (bandit) também não existiam.

O mundo é uma bola

31 de agosto de 1763, data fatídica para os soteropolitanos: transferência do vice-reino do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro. Em 1846, descoberta do planeta Netuno, oitavo na ordem de afastamento do Sol e o segundo descoberto por telescópio. Foi também o primeiro descoberto pelos cálculos antes de sua observação ótica. Netuno tem dois satélites: Tritão, descoberto em 1846 e Nereida, em 1949. Quando na Globo, nosso Lauro Diniz contava com a inestimável assessoria da jornalista Nereide Beirão. Em 1888, fundação de Uberlândia (MG). Em Londres, primeiro assassinato atribuído a Jack, O estripador. Em 1940, casamento de Laurence Olivier e Vivien Leigh. Em minha esplendorosa ignorância sempre achei que era Lawrence o nome de batismo de sir Laurence Kerr Olivier, barão Olivier de Brighton (1907-1989). Em 1946, nascimento do jornalismo literário, quando a revista The New Yorker dedicou toda a edição para publicar aquele que se tornaria uma das principais referências no assunto: Hiroshima, de John Hersey. Em 1957, aparece o primeiro LP (long-play) pela Deutsche Grammophon. Em 1980, formação na Polônia do Sindicato Solidariedade. Em 1983, o descarrilamento de um trem de combustível provoca explosão e mata 100 pessoas em Pojuca (BA). Em 1990, assinado em Berlim o tratado de unificação das duas Alemanhas. Hoje é o Dia do Nutricionista.

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