Estado de Minas: 28/08/2013
A timidez da infância
costuma, às vezes, me visitar. Vivendo de trabalhar com palavras, essas
me faltam em certas situações. Dizer o exato para o momento é
essencial. Quantos amores não se realizam, quantas amizades não se
perdem na falta da expressão justa e oportuna. Quantos conflitos,
quantas guerras, quanta incompreensão não poderia ser evitada se
houvesse a correta comunicação.
Para que os relacionamentos sociais transcorram na normalidade é necessário que cada um ouça o que o outro tem a dizer. Mas não basta que o som atravesse os ouvidos do interlocutor. É preciso que ele receba com atenção e desarmado e reflita a opinião do parceiro de conversa. Berrar não é forma de dialogar, é fugir da mútua compreensão, é se considerar senhor da razão. A ideia preconcebida é inimiga da convivência. Isso é fácil na teoria e complicado de se aplicar na prática do dia a dia.
A divergência de algumas pessoas é tão arraigada que é necessária muita paciência para toureá-la. O importante é partir do princípio de que não há verdade absoluta, não existe uma só verdade, ela é sempre relativa. Esse é meio caminho andado para o possível entendimento.
Nos tempos pré-internet, o telefone e o correio eram os veículos que usados para falar com nossos amigos e parentes, principalmente quando havia quilômetros separando as moradas. O telefone até bem pouco tempo era precário e caro. Como era penoso fazer ligações nacionais e internacionais em um tempo não tão distante. Era exigida muita paciência e grana para ouvir a voz de um amigo ausente.
A opção era o correio, que podia demorar semanas até chegar ao destinatário e voltar. Mas como era bom receber a visita dos mensageiros, que traziam notícias do mundo de lá, de cidadezinhas afastadas no interior do Brasil ou de metrópoles europeias e seus cartões -ostais. Tudo era mais lento, devagar, mas ninguém reclamava, pois a velocidade ainda não fora inaugurada. Se a lentidão era própria do interior do país, o ritmo das capitais não era nada diante do que vemos nesse nosso mundo globalizado. Mas a vontade de se comunicar sempre houve.
Assim é que, quando um amigo se mudava para uma outra cidade, os dois manifestavam claramente o desejo de receber novidades. E nem sempre havia assunto, mas era importante não falhar no compromisso de amizade. Foi assim que um dia inventei um personagem, o Juvêncio Eleutério Carcomido, o Juva. Através dele, o Paulinho Lagoa, lá de Porto Alegre, sabia que eu estava vivo e bem-humorado. Quando faltava assunto, tudo era válido em matéria de forma.
Escrevi palavras afetuosas até em papel higiênico. O conteúdo era poético e era nobre o uso que lhe dei. Pois o importante era e é se comunicar.
Para que os relacionamentos sociais transcorram na normalidade é necessário que cada um ouça o que o outro tem a dizer. Mas não basta que o som atravesse os ouvidos do interlocutor. É preciso que ele receba com atenção e desarmado e reflita a opinião do parceiro de conversa. Berrar não é forma de dialogar, é fugir da mútua compreensão, é se considerar senhor da razão. A ideia preconcebida é inimiga da convivência. Isso é fácil na teoria e complicado de se aplicar na prática do dia a dia.
A divergência de algumas pessoas é tão arraigada que é necessária muita paciência para toureá-la. O importante é partir do princípio de que não há verdade absoluta, não existe uma só verdade, ela é sempre relativa. Esse é meio caminho andado para o possível entendimento.
Nos tempos pré-internet, o telefone e o correio eram os veículos que usados para falar com nossos amigos e parentes, principalmente quando havia quilômetros separando as moradas. O telefone até bem pouco tempo era precário e caro. Como era penoso fazer ligações nacionais e internacionais em um tempo não tão distante. Era exigida muita paciência e grana para ouvir a voz de um amigo ausente.
A opção era o correio, que podia demorar semanas até chegar ao destinatário e voltar. Mas como era bom receber a visita dos mensageiros, que traziam notícias do mundo de lá, de cidadezinhas afastadas no interior do Brasil ou de metrópoles europeias e seus cartões -ostais. Tudo era mais lento, devagar, mas ninguém reclamava, pois a velocidade ainda não fora inaugurada. Se a lentidão era própria do interior do país, o ritmo das capitais não era nada diante do que vemos nesse nosso mundo globalizado. Mas a vontade de se comunicar sempre houve.
Assim é que, quando um amigo se mudava para uma outra cidade, os dois manifestavam claramente o desejo de receber novidades. E nem sempre havia assunto, mas era importante não falhar no compromisso de amizade. Foi assim que um dia inventei um personagem, o Juvêncio Eleutério Carcomido, o Juva. Através dele, o Paulinho Lagoa, lá de Porto Alegre, sabia que eu estava vivo e bem-humorado. Quando faltava assunto, tudo era válido em matéria de forma.
Escrevi palavras afetuosas até em papel higiênico. O conteúdo era poético e era nobre o uso que lhe dei. Pois o importante era e é se comunicar.
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