Estado de Mnas: 14/09/2013
Warren Edward Buffett nasceu em Omaha, Nebraska, Estados Unidos, em 30 de agosto de 1930, tem 1,78 m, três filhos, está no segundo casamento, dirige seu carro e mora há muitos anos na mesma casa, considerada modesta pelos padrões dos americanos ricos. Oitentão, continua lúcido e bem-humorado.
Já foi a 2ª maior fortuna do mundo, mas hoje caiu para o 4º lugar com educados 53,5 bilhões de dólares, atrás de Carlos Slim Helú, Bill Gates e do espanhol Amancio Ortega. Em 5º lugar, com 43 bilhões de dólares, vem o americano Larry Ellison, dono da Oracle Corporation, empresa que achou alto o preço que pedi para fazer palestra num almoço que promoveu em Belo Horizonte. Fiquei sem os cobres e a Oracle sem a minha verve. Acabo de ver no Google a foto colorida de Larry Ellison: impressiona muito mal.
Warren Edward Buffett (tinha de ser Edward...) desandou a comprar jornais pelos Estados Unidos, já adquiriu uma porção e ainda não investiu 400 milhões dos seus 53,5 bilhões de dólares. Acredita no futuro do jornal impresso cobrindo fatos regionais, de mesmo passo em que julga problemático o futuro dos jornais de abrangência nacional, como o New York Times. Depois dele, Jeff Bezos, da Amazon, um dos 20 mais ricos do mundo, comprou The Washington Post.
Mexendo com veículos impressos há quase meio século, tenho ideias que me permito dividir com o caro e preclaro leitor. Realmente, jornal de abrangência nacional só em Belize ou em Brunei, pouco maiores que o Haiti e Vanuatu. Qualquer jornal que pretenda cobrir países inteiros terá problemas seriíssimos de circulação, mesmo que rode as edições em diversos pontos do território. Que interesse tem para o sul-rio-grandense saber de uma cheia na Ilha de Marajó? E o interesse para o amazonense, lutando para salvar das águas os seus pertences, pelo noticiário da maior seca dos últimos 50 anos no Nordeste?
Além disso, como “noticiar” algo que todo mundo já soube pela internet, pela tevê, pelo rádio? No meu modesto entendimento de philosopho, que nunca foi tão modesto assim, entendo que o futuro do jornal impresso está no leque de opiniões, na interpretação dos fatos por uma equipe que tenha algo para dizer e saiba como dizê-lo: equipe própria, sem essa de ficar comprando colunas de cronistas e articulistas de outros jornais. Morando em BH, assinei cinco jornais e três deles traziam os mesmos colunistas.
Acontece tanta coisa, que o sujeito fica maluco antes de entender a milionésima parte daquilo que é veiculado diariamente. O noticiário da televisão não dispõe de tempo para opinar sobre tantos assuntos, análise que também não congemina com a “filosofia” das rádios. Portanto, compete ao jornal impresso opinar, palpitar, philosophar, esmiuçar, comparar diversos assuntos, tendo o cuidado, sempre que possível, de abranger o tema pelas ópticas mais divertidas, menos carrancudas. Em matéria de caras feias, já nos bastam as senhoras que fazem política nesta república assaz tropical.
Turismo
Não sei se também acontece com o leitor, mas me imagino exercendo certas funções, como por exemplo: repórter de um caderno de turismo, a começar pelo fato de não gostar de viajar. Viajei muito a trabalho e num caderno de turismo estaria trabalhando. Se viajasse a convite voltaria mudo, porque seria difícil que tudo corresse a contento e não seria educado meter o pau na empresa e no “destino” para o qual fui convidado. Gosto muito do substantivo “destino” na acepção, usada pelos turismólogos, de local aonde alguém vai. Não deixa de ser curiosa outra acepção de destino, regionalismo brasileiro, sinônimo de desatino.
Minhas filhas vivem fazendo desatinos turísticos do tipo andar de balão na Capadócia, com a temperatura em voo de 15 graus negativos, e passar o Natal na costa oeste dos EUA, fronteira com o Canadá, em cabanas de troncos de madeira, sem banheiros, com centenas de ursos negros passeando pela neve do entorno.
Implico solenemente com as viagens turísticas em que tudo é maravilhoso. Tais viagens existem ou são os repórteres que adoram viajar? Há escritores que viajam e aprontam livros notáveis, como Axel Munthe em O livro de San Michele, Eça de Queirós em De Port-Said ao Suez e Peter Mayle em Um ano da Provence, mas é difícil encontrar textos e talentos como o de Mayle, do psiquiatra Munthe e do Eça. Enquanto ao mais, sugiro que o Alfredo Durães descole poltrona de primeira classe para o seu amigo passar um mês em Paris com diárias de 700 dólares e hotel cinco estrelas: prometo elogiar a estada.
O mundo é uma bola
14 de setembro de 1752: o Império Britânico adota o calendário gregoriano saltando 11 dias – o dia anterior foi 2 de setembro. Em 1812, as tropas de Napoleão invadem Moscou. Em 1917, a Rússia é oficialmente declarada uma República. Em 1956, Marilyn Monroe tem sua saia levantada pelo vento do metrô no filme O pecado mora ao lado. Em 1974, com a Linha Azul, São Paulo tem o lançamento de sua primeira linha de metrô. Em 2003, os suecos dizem não à adoção do euro.
Ruminanças
“O tempo não passa para os que trabalham, eles o condensam e incorporam nos produtos de sua indústria” (Marquês de Maricá, 1773–1848).
Nenhum comentário:
Postar um comentário