Novembro Azul
Campanhas de conscientização da saúde do homem precisam atingir todas as culturas e classes sociais
Sandro Salim Lana
Oncologista do Cetus hospital dia em Betim, especializado em medicina oncológica
Estado de Minas: 12/11/2013
Chegou a vez deles. A
exemplo do que ocorreu em outubro, que foi marcado pela campanha de
prevenção e combate ao câncer de mama, novembro chega trazendo uma
campanha ainda pouco conhecida dos brasileiros: o Novembro Azul.
Dirigida ao público masculino sobre a importância da prevenção e do
diagnóstico precoce do câncer de próstata, a campanha acende um debate
fundamental sobre a doença e o comportamento masculino. Os dados são
alarmantes. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens
no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com o
Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata atinge todos
os anos no Brasil cerca de 60 mil homens. Em 2014 mais de 12 mil deles
vão morrer da doença.
O movimento surgiu na Austrália, em 2013, e pegou carona no Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, comemorado em 17 de novembro. Em muitos países o November é mais do que uma simples campanha de conscientização. Instituições realizam reuniões entre os homens com o cultivo de bigodes (ao estilo Mário Bros), símbolo da campanha, em que são debatidos, além do câncer de próstata, outras doenças, como o câncer de testículos, depressão entre os homens e cultivo da saúde do homem.
Apesar de estarmos em pleno século 21, os homens de hoje ainda são resistentes a cuidar da própria saúde. Digo no masculino mesmo, porque as mulheres são mais cuidadosas quando o assunto é o bem-estar e a saúde. Muitos homens só procuram um consultório médico quando a situação já está complicada ou a dor intolerável. Essa é uma cultura enraizada da sociedade. Os homens foram criados para serem fortes, protetores e autossuficientes. Para grande parte da população masculina ir a um médico é sinal de fraqueza. Com isso ficam mais suscetíveis a uma série de doenças, inclusive o câncer de próstata, o mais temível para o homem.
A raiz do problema é o temor da prevenção. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia realizada com 1061 homens, de 10 capitais brasileiras, na faixa etária de 40 a 70 anos, mostrou que apenas 32% dos homens fizeram o exame de toque retal, apesar de 76% saberem que o exame é usado para detectar o câncer de próstata. O levantamento revelou também que 77% dos homens não fazem exame de toque retal por preconceito e 54% percebem que os homens têm medo do exame. Quando questionados sobre a não realização do exame, apenas 8% admitem preconceito em relação ao toque, enquanto 13% afirmam descuido, preguiça e falta de tempo.
A próstata é uma glândula que está localizada na parte baixa do abdômen do homem. Ela produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. O câncer de próstata apresenta uma evolução lenta, não produz sintomas na fase inicial, por isso é importante ir anualmente ao médico e realizar os exames de PSA e de toque, principalmente a partir dos 50 anos e em caso de incidência familiar em homens a partir dos 40 anos. Quando diagnosticado em sua fase inicial, o tratamento é bastante eficaz.
Com o avanço de novos métodos de tratamento, hoje em dia os homens com câncer de próstata estão vivendo por mais tempo, com menor desconforto e menos efeitos colaterais. O importante é que quanto mais rápido descoberto o tumor, maiores as chances de cura e de vida normal para o homem. Campanhas de conscientização da saúde do homem precisam atingir todas as culturas e classes sociais. Quem sabe em um futuro próximo o homem seja tão cuidadoso com a saúde quanto as mulheres.
O movimento surgiu na Austrália, em 2013, e pegou carona no Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, comemorado em 17 de novembro. Em muitos países o November é mais do que uma simples campanha de conscientização. Instituições realizam reuniões entre os homens com o cultivo de bigodes (ao estilo Mário Bros), símbolo da campanha, em que são debatidos, além do câncer de próstata, outras doenças, como o câncer de testículos, depressão entre os homens e cultivo da saúde do homem.
Apesar de estarmos em pleno século 21, os homens de hoje ainda são resistentes a cuidar da própria saúde. Digo no masculino mesmo, porque as mulheres são mais cuidadosas quando o assunto é o bem-estar e a saúde. Muitos homens só procuram um consultório médico quando a situação já está complicada ou a dor intolerável. Essa é uma cultura enraizada da sociedade. Os homens foram criados para serem fortes, protetores e autossuficientes. Para grande parte da população masculina ir a um médico é sinal de fraqueza. Com isso ficam mais suscetíveis a uma série de doenças, inclusive o câncer de próstata, o mais temível para o homem.
A raiz do problema é o temor da prevenção. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia realizada com 1061 homens, de 10 capitais brasileiras, na faixa etária de 40 a 70 anos, mostrou que apenas 32% dos homens fizeram o exame de toque retal, apesar de 76% saberem que o exame é usado para detectar o câncer de próstata. O levantamento revelou também que 77% dos homens não fazem exame de toque retal por preconceito e 54% percebem que os homens têm medo do exame. Quando questionados sobre a não realização do exame, apenas 8% admitem preconceito em relação ao toque, enquanto 13% afirmam descuido, preguiça e falta de tempo.
A próstata é uma glândula que está localizada na parte baixa do abdômen do homem. Ela produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. O câncer de próstata apresenta uma evolução lenta, não produz sintomas na fase inicial, por isso é importante ir anualmente ao médico e realizar os exames de PSA e de toque, principalmente a partir dos 50 anos e em caso de incidência familiar em homens a partir dos 40 anos. Quando diagnosticado em sua fase inicial, o tratamento é bastante eficaz.
Com o avanço de novos métodos de tratamento, hoje em dia os homens com câncer de próstata estão vivendo por mais tempo, com menor desconforto e menos efeitos colaterais. O importante é que quanto mais rápido descoberto o tumor, maiores as chances de cura e de vida normal para o homem. Campanhas de conscientização da saúde do homem precisam atingir todas as culturas e classes sociais. Quem sabe em um futuro próximo o homem seja tão cuidadoso com a saúde quanto as mulheres.
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