Lojas físicas venderam 2,97% mais que em
2012, pior desempenho na data em uma década, segundo o SPC, mas vendas
on-line cresceram mais de 40%, impulsionadas pela Black Friday
Vera Batista
Estado de Minas: 27/12/2013
O movimento no
comércio varejista, que costuma bater recorde no período do Natal,
frustrou as expectativas dos lojistas. A previsão era de alta de 5% a 6%
no volume de vendas em relação ao ano passado. Porém, de acordo com o
indicador do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), entre 18 e 24
de dezembro o desempenho foi apenas 2,97% superior ao do mesmo período
de 2012. Pesquisa da Boa Vista Serviços, administradora do Serviço
Central de Proteção ao Crédito (SCPC), também aponta alta, de 2,5%, nas
vendas da data, considerado o mais importante para engordar o
faturamento. O incremento registrado pela Serasa Experian, de 2,7%, foi o
mais fraco desde o Natal de 2003. Na contramão do pessimismo, as vendas
on-line cresceram 41% em relação ao mesmo período de 2012.
Após
extraordinária alta de 2010 (10,89%), as compras de presentes para o
Natal foram mornas. O desaquecimento, na análise de Roque Pellizzaro
Júnior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojista
(CNDL), se deve ao encarecimento do crédito. "O cenário econômico é
desfavorável e os dados indicam que a inflação pesou no bolso dos
consumidores. Os juros estão mais altos e a massa salarial já não cresce
com tanto vigor quanto nos últimos anos, o que seria fundamental para
aquecer o consumo interno", diz Pellizzaro Junior.
No caso do
segmento de shopping centers, o desempenho foi ainda pior, de 2,5%.
Alguns setores chegaram a ter queda. No de vestuário, a variação foi de
2%. Para 2014, a expectativa é de um crescimento um pouco maior, de 3%.
Mas os lojistas estão preocupados com a alta do dólar, que pode
pressionar os preços e reduzir as vendas.
Apesar do fraco
movimento em todo o país, a elevação das vendas em 2013 foi levemente
superior ao registrado em 2012 sobre o ano anterior (2,37%). Na análise
do presidente da CNDL, agora, com o início da semana das trocas, o
comerciante tem a oportunidade de se beneficiar das tradicionais
liquidações e emplacar novas vendas, principalmente de artigos de
vestuário, calçados, cosméticos, perfumaria, eletrodomésticos da linha
branca, smartphones e tablets.
Segundo a Associação Brasileira de
Lojistas de Shopping (Alshop), as vendas no Natal foram afetadas pelo
maior endividamento das famílias, pela menor disponibilidade de crédito e
pela alta da inflação. O conjunto de fatores, diz a associação, fez com
que os gastos com presentes de Natal em 2013 fosse inferiores aos dos
anos anteriores.
ON-LINE As vendas do comércio eletrônico
atingiram um recorde de R$ 4,3 bilhões entre 15 de novembro e 24 de
dezembro – período considerado de compras natalinas –, alta de 41% ante
os R$ 3,05 bilhões do Natal de 2012, segundo dados da E-bit, empresa
especializada em informações do varejo on-line. A movimentação superou a
estimativa inicial de alta, de 25%, entre os períodos.
Segundo a
E-bit, as vendas no fim do ano tiveram a contribuição da Black Friday,
no dia 29 de novembro, quando o comércio eletrônico movimentou R$ 770
milhões, recorde de faturamento em um único dia. Segundo Pedro Guasti,
diretor-geral da E-bit, os consumidores aproveitaram a Black Friday para
antecipar a compra de presentes.
Neste Natal, 10 milhões de
pessoas compraram on-line no país e gastaram em média, R$ 300 em cada
pedido. A categoria mais vendida foi moda e acessórios, seguida por
eletrodomésticos, telefonia e celulares, livros e informática.
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