Tive companheiros de papo e copo que se decepcionaram com a Cidade Eterna
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 06/12/2013
Por terra,
mar e ar, são muitas as maneiras de ir a Roma, vendo ou não o papa.
Tive companheiros de papo e copo que se decepcionaram com a Cidade
Eterna: “Muita velharia... Muita ruína...”. Em contrapartida, ainda é
possível ir a Roma e aprontar livro da melhor supimpitude como “Amor a
Roma”, Amor em Roma, assim mesmo, com “Amor a Roma” aspado antes da
vírgula, e Amor em Roma narrando as últimas aventuras romanas do autor,
Pedro Rogério Moreira, edição Thesaurus. Escritor, jornalista,
acadêmico, homem de muitos amigos, Pedro Rogério nasceu com o dom da
escrita herdado de seu pai, o nosso muito saudoso Vivaldi Moreira. Usa e
abusa desse dom e vem de aprontar livro divertidíssimo, 190 páginas que
se leem de um jato sobre sua última estada em Roma, quando teve como
companheiros de viagem os livros Amor a Roma, de Afonso Arinos de Melo
Franco, e O Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos. Textos que entremeou
com o seu sem se esquecer de Belo Horizonte, mal de que padecem todos os
belo-horizontinos: levam BH na bagagem e no coração. Católico de não
perder missas dominicais, dessa vez não viu o papa. Viu Chiara,
napolitana lindíssima, fluente em português com fumaças de latim e
grego, que lhe serviu de guia turística não remunerada. Homem de muitos
amigos, alguns dos quais não são flores que se cheirem, Pedro Rogério
tem a hombridade de citar essas amizades em seu livro. Retidão de
caráter que admiro e respeito, sem deixar de achar que os tais fulanos
são bandidos do mais alto coturno. Enquanto ao mais, livro delicioso,
que ainda nos faz o favor de ter as orelhas assinadas pelo marianense
Danilo Gomes.
Tomadas
Falei neste
espaço, um sem conto de vezes, da imbecilidade nhambiquara ao inventar
um tipo de tomada que só existe no Brasil. A maldade midiática aventou a
hipótese de alguém ter embolsado cerca de R$ 3 bilhões com a invenção.
Mais que possível, é provável, se considerarmos a aptidão nacional para o
furto, o roubo, o desvio dos dinheiros públicos e privados. Que me diz o
caro e preclaro leitor do desaparecimento daquelas vigas de aço da
Perimetral, no Rio de Janeiro? Cada uma, de aço especial suposto de
durar 300 anos, pesava 40 toneladas! E foram roubadas... Volto às
tomadas. O Estado de Minas tem milhares de leitores e muitos de vocês
viajam. Na edição de 26 de setembro, uma quinta-feira, contei-lhes de um
leitor que me escreveu sobre a compatibilidade da nossa tomada com as
tomadas da Suíça, nas viagens que fez à Confederação Helvética.
Agora,
recebo e-mail de outro leitor, amigo que já me honrou com a sua visita,
belo-horizontino que tem a mania de doutorar-se nas maiores e melhores
universidades europeias e norte-americanas, onde já dividiu o espaço de
pesquisas com Carl Edward Sagan, um dos maiores QIs de que o mundo teve
notícia: “Escrevo-lhe também para informar que tirei de vez a dúvida em
relação à nova tomada elétrica brasileira (que eu prefiro chamar de
padrão Lula). Como lhe disse já faz algum tempo, há uma certa
similaridade entre a tomada brasileira e a suíça. Pois então fiz o
teste: trouxe comigo a Zurique uma tomada tupiniquim, que
emocionadamente introduzi no receptáculo suíço. Resultado: o ato não
chegou a estupro, mas também não o classificaria como consensual. Ou
seja: funciona, mas entra com certa dificuldade e certamente deixará a
tomada aqui do hotel meio capenga se outros visitantes tupiniquins
tentarem o mesmo feito”.
O mundo é uma bola
6
de dezembro: faltam 25 dias para acabar o ano que já vai tarde. Em
1240, Kiev é invadida e conquistada pelos mongóis, quando foi
completamente destruída. É uma das maiores e mais antigas cidades da
Europa e tinha, em 2009, 2.765.500 habitantes. É importante centro
industrial, científico, educacional e cultural da Europa Oriental,
abriga diversas indústrias de alta tecnologia, instituições de ensino
superior e monumentos famosos. Claro que nunca me interessei por Kiev,
mas hoje estou sem assunto para preencher este “O mundo é uma bola”, daí
o show kievano. Em 1491, o rei Carlos VIII se casa com Ana, duquesa de
Bretanha, e incorpora esse ducado à coroa da França. Consta que tiveram
quatro filhos. Em 1534, fundada a cidade de San Francisco de Quito,
atual capital do Equador. Em 1745, fundação da Prelazia de Goiás, onde
pontificou o doutor Carlinhos Cachoeira, que anda sumido da mídia. Em
1768, publicada a primeira edição da Enciclopédia Britânica. Em 1811,
ocorre o mais terrível terremoto da história dos Estados Unidos, no
estado de Missouri, adquirido antes de 1803, transformado em 24º estado
norte-americano em agosto de 1821. Fiquei horas procurando notícias do
“mais terrível terremoto” sem sucesso, mas acabei descobrindo que Kansas
City fica em Missouri, cujo lema é: Salus populi suprema lex esto, ou,
pelo menos, foi o que copiei da Wikipédia. Hoje é o Dia da Extensão
Rural.
Ruminanças
“As palavras foram feitas para esconder o pensamento.” (Talleyrand, 1754-1838).
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