sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

LUTO » Morre o diretor Fauzi Arap‏

LUTO » Morre o diretor Fauzi Arap 
                    

Estao de Minas: 06/12/2013 




Nos anos 1960, Fauzi Arap com José Wilker, Glauce Rocha, Clarice Lispector e Dirce Migliaccio discutem cenas da peça Perto do coração selvagem

O premiado diretor de teatro, ator e dramaturgo Fauzi Arap morreu ontem em sua casa, em São Paulo, aos 75 anos. Ele lutava contra um câncer na bexiga. Seu velório será realizado na Catedral Ortodoxa, no Paraíso, e o enterro será hoje, no Cemitério São Paulo.

Formado em engenharia, Arap estreou no teatro na década de 1950, trabalhando como ator. Com o Teatro Oficina, participou da primeira montagem profissional do grupo, A vida impressa em dólar, de Clifford Odetts, em 1961. A direção era de Zé Celso Martinez Corrêa.

Pela peça, Arap recebeu os prêmios Saci e Governador do Estado de melhor ator coadjuvante. Com o Oficina, fez diversas célebres montagens, como José do parto à sepultura, com direção de Antônio Abujamra, em 1961, e Pequenos burgueses e Andorra, respectivamente em 1962 e 1964, ambas dirigidas por Zé Celso.
Já com outro grupo, o Teatro de Arena, participou de peças de destaque como A mandrágora, em 1962, sob a direção de Augusto Boal. Como diretor, trabalhou pela primeira vez em 1965 em Perto do coração selvagem, uma adaptação de Clarice Lispector feita pelo próprio Arap. A partir daí, dirigiu diversos sucessos nos palcos, como Dois perdidos numa noite suja (1967) e Navalha na carne (1968), com Tônia Carrero. Como diretor, ajudou a lançar grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Plínio Marcos, Antônio Bivar e José Vicente.

Musical Considerado pioneiro na direção de shows musicais, Fauzi Arap deu projeção também à cantora Maria Bethânia, ao dirigi-la em Rosa dos ventos, apresentação de 1971 que valorizava a presença cênica da cantora baiana. Já como dramaturgo, passou a trabalhar em 1975, com Pano de boca, um balanço do teatro brasileiro nas décadas de 1960 e 1970. Recebeu diversos prêmios como autor, entre eles o Molière e o da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). A última peça escrita por Fauzi foi Chorinho (2007)

Em 1998, publicou sua autobiografia, Mare nostrum – Sonhos, viagens e outros caminhos, no qual relatava sua busca no teatro por uma existência integral.

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