quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

TeVê

Estado de Minas: 05/02/2014 

TV PAGA » Glauber em Roma

 (Arte 1/Divulgação)


O canal Arte 1 continua com sua programação especial de cinema, abrindo a sessão com o curta Nelson Cavaquinho, dirigido por Leon Hirzman, às 21h30. Na sequência, a emissora exibe o longa-metragem Claro, que Glauber Rocha rodou em Roma, em 1975, misturando cenas documentais e ficção, para desmistificar a imagem turística da capital italiana e explorar a periferia e suas diferenças sociais e culturais. No filme, que conta com a atriz francesa Juliet Berto (foto) no elenco, Glauber se coloca pela primeira vez diante da câmera.
Cinema brasileiro marca presença na programação
Mais cinema. Um dos destaques de hoje é a comédia dramática É proibido fumar, de Anna Muylaert, com Glória Pires e Paulo Miklos, em reprise às 19h, no FX. Coincidentemente, Pedro Cardoso está em duas outras produções nacionais: Todo mundo tem problemas sexuais, de Domingo Oliveira, às 22h, no Canal Brasil; e Redentor, de Cláudio Torres, às 21h30, na Warner. Na faixa das 22h, o assinante tem mais sete opções: A rainha do castelo de ar, no Space; A prova, no Telecine Touch; Jack Reacher – O último tiro, no Telecine Premium; Secretária, no Glitz; Rastros de violência, na HBO; Alguém tem que ceder, na HBO 2; e Segurando as pontas, no Studio Universal. Outras atrações da programação: Maridos e mulheres, às 21h, no Comedy Central; Dúvida, às 21h, no Universal; e Duro de matar – A vingança, às 21h45, no Megapix.

Meu passado me condena fecha segunda temporada
O canal GNT exibe hoje, às 22h30, o quinto episódio da série Amor veríssimo, que promete ser muito divertido, ao contar a história de um adolescente atormentado pelos pais divorciados e resolve pregar peças neles. No Multishow, às 23h35, vai ao ar o episódio final da segunda temporada de Meu passado me condena, com Miá Mello e Fabio Porchat nos papéis principais.
Série vai, série vem e tem ainda aquela que retorna

O canal BBC HD estreia hoje, às 23h, a série Orphan Black, com a atriz Tatiana Maslanay no papel de Sarah, uma garota estrangeira e órfã cuja vida muda drasticamente depois de testemunhar o suicídio de Beth e assumir sua identidade. Para piorar, Sarah descobre que é um clone, e existem outras iguais a ela por aí, e a questão agora é como resolver esse mistério. Outra novidade de hoje, às 22h, no +Globosat, é Puberty blues, ambientada nas praias australianas, com muito surfe, sexo e álcool. No AXN, às 22h, estreia a terceira temporada de Covert affairs, em que Piper Perabo faz uma agente da CIA em perigosas missões mundo afora.

Futura mostra o drama  de refugiados palestinos
Os palestinos foram o único povo reconhecido pela República Socialista do Iraque como refugiados. Logo após a queda de Saddam Hussein, perderam todos os seus direitos de permanecer no país. O Sala de notícias apresenta o casal Faez Abbas e Salha Nasser em sua edição de hoje, às 14h35, no Canal Futura. Eles tiveram de deixar o Iraque em 2003 e viveram quatro anos no campo de refugiados Al-Ruweyshed, em terra de ninguém entre o Iraque e a Jordânia. Em setembro de
2007, foram reassentados no Brasil com outros 120 refugiados palestinos.

CARAS E BOCAS » EM OUTRO RITMO



Laerte (Guilherme Leicam) e Helena (Bruna Marquezine): amor conturbado na novela Em família (João Miguel Júnior/TV Globo)
Laerte (Guilherme Leicam) e Helena (Bruna Marquezine): amor conturbado na novela Em família

Depois do batizado da bebê Helena, no fim dos anos 1970, que acabou em barraco na porta da igreja, cenas cortaram para o quarto dos pais da menina, agora já na década de 1980. Eles discutem e a irmã da mulher entra, sem cerimônia. Não só não bate na porta como puxa uma cadeira para perto da cama, se senta e começa a conversar tranquilamente com o casal. O homem, personagem de Oscar Magrini, naturalmente salta de debaixo dos lençóis, nu, e caminha diante da cunhada rumo ao banheiro. A mulher, a esposa e o telespectador veem o bumbum do ator. A esposa reclama, mas a irmã, também na maior naturalidade, diz que ali foi de menos, pois ele já havia proporcionado a ela um nu frontal no clube da cidade.

Assim foram os primeiros momentos de Em família (Globo), nova novela das 21h, assinada por Manoel Carlos, que estreou anteontem. A trama que, ao contrário de outras do autor não teve o Bairro Leblon, no Rio de Janeiro, como cenário principal na estreia, passou todo o primeiro capítulo dividido nas duas primeiras fases da história. Desta vez ele escolheu Goiás, a capital Goiânia e a fictícia Esperança, também no estado, para dar início à saga de sua última Helena, como ele afirma, destacando, ainda, que esta será sua última novela.

Para viver a personagem nas três fases foram escaladas, respectivamente, Júlia Dalavia, Bruna Marquezine e Júlia Lemmertz. Com Lemmertz, Maneco quer fazer uma homenagem à primeira que deu vida à sua famosa personagem, a atriz Lílian Lemmertz, mãe de Júlia, já falecida, e que a interpretou na novela Baila comigo (Globo), em 1981. No primeiro capítulo, apesar de cenas movimentadas, o desenrolar da trama foi lento, mostrando uma das principais características do autor: o de destrinchar o cotidiano dos personagens sem pressa. O principal era delinear a família, aparentemente liberada, que conta com três irmãs, seus maridos, também irmãos, e quatro sobrinhos, dois deles, Helena e Laerte, envolvidos amorosamente. Entre juras de amor e pacto de sangue, os primos trouxeram à tona uma paixão que surgiu ainda criança e que os juntou na adolescência. Também foram destacadas as crises de ciúme doentio de Laerte e a disputa, ao mesmo tempo velada e à flor da pele, com um amigo próximo do casal, que também nutre paixão, secreta, por Helena. Tudo para, agora na segunda fase, mostrar a tragédia em que se transformará o amor dos jovens.

Um dos destaques do capítulo foi o elenco de caras pouco conhecidas. O que, convenhamos, é um refresco. As atrizes Juliana Araripe e Camila Raffanti, que interpretam, respectivamente, as irmãs Chica e Selma, mães de Helena e Laerte, demonstraram um feliz encontro. Jovens atores – como Eike Duarte (Laerte, primeira fase), Guilherme Leicam (Laerte, segunda fase), Arthur Aguiar (Virgílio, primeira fase), Fernando Rodrigues (Virgílio, segunda fase), Giovanna Rispoli (Shirley, primeira fase), Alice Wegmann (Shirley, segunda fase), Júlia Dalavia e Bruna Marquezine – também marcaram boa presença e seguraram bem a longa estreia em que eram protagonistas.

Com abertura bem casada com a trama, as imagens de fotos presas como numa árvore genealógica e outras esvoaçantes, embaladas por Eu sei que vou te amar, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, na voz de Ana Carolina, foi, ao que pareceu, a única trilha sonora do primeiro capítulo. E quanta preciosidade de época poderiam ter dado o tom das primeiras fases! O que soou dispensável e até estranho demais, sem lugar, foi o Laerte, ainda adolescente, e seu sonho com a ave fênix. Uma cena direta de um dos livros de Harry Potter, né? Será o autor fã do bruxinho? Em compensação, o casamento budista de outra tia de Helena, Juliana (Gabriela Carneiro da Cunha, nas duas primeiras fases), foi um belo momento. No mais, uma estreia sem sobressaltos e grandes arroubos, já que todo mundo sabia que a protagonista Helena não morreria afogada. E, para aguçar um pouco mais o apetite, depois do bumbum de Magrini só a nudez simulada da personagem de Bruna.

A temática de amor entre primos não é inédita na dramaturgia de Manoel Carlos. Em Laços de família (Globo), por exemplo, sua novela exibida em 2000, os primos eram Helena (Vera Fischer) e Pedro (José Mayer), de quem ela engravidava. Disputa pelo mesmo homem entre mãe e filha também não é novidade. Na mesma trama, Helena perdeu Edu (Reynaldo Gianecchini) para a filha Camila (Carolina Dieckmann). Na terceira e última fase de Em família, Laerte (Gabriel Braga Nunes) ficará entre mãe e filha, a Helena de Júlia Lemmertz, e Maria Luísa, a filha vivida por Bruna Marquezine.

Uma coisa não se discute: as tramas de Manoel Carlos são reconhecidas e quase nunca se comparam às de outros autores. A lentidão em contar a história, às vezes nos mínimos detalhes, é marca de Maneco, que, por isso mesmo, já colecionou sucessos como Por amor (Globo, 1997) e Mulheres apaixonadas (Globo, 2003), e um fracasso, como Viver a vida (Globo, 2009). Mas talvez um ritmo mais cadenciado seja do que o telespectador precise depois da sempre eletrizante Avenida Brasil (Globo, 2012), de João Emanuel Carneiro, e da montanha-russa, com final feliz, de Amor à vida, de Walcyr Carrasco. A audiência ainda não correspondeu: o primeiro capítulo de Em família cravou 31 pontos e é o pior registro entre todas exibidas, nos últimos anos, no horário. O telespectador precisa de tempo para se acostumar. E ter a certeza de que o primeiro capítulo renderá uma boa história.



VIVA
 Troca de casais m Além do horizonte (Globo) põe tempero na trama.


VAIA
 O sofrível som de A teia (Globo), que compromete bastante a minissérie.

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