Sem cirurgia ou medicamento
Chiropatia, que utiliza impulsos manuais para estimular músculos, vértebras e órgãos para melhor circulação da raiz neurológica com a medula, soluciona 98% das dores de coluna
Lilian Monteiro
Estado de Minas: 23/03/2014
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 84% da população mundial teve, tem ou terá dor na coluna. Certamente, você conhece alguém. Além da vontade de se livrar do incômodo, muitos pacientes vivem tensos diante da possibilidade de passar por uma cirurgia. Isso quando não viram escravos de medicamentos. Conhecido como “dr. Coluna”, Flávio Calixto, formado em chiropatia pela Parker University (EUA), reconhecido pela Aliança Mundial de Chiropatia (maior entidade do ramo na América Latina) e presidente-fundador do Instituto Brasileiro de Coluna de Curitiba (1997), garante ser possível tratar 98% dos casos sem medicamento ou cirurgia.
Precursor da chiropatia no Brasil, que utiliza impulsos manuais para estimular músculos, vértebras e órgãos para a melhor circulação da raiz neurológica com a medula, Flávio Calixto diz que ela é uma ciência à parte, como tem a medicina alopata, homeopata, naturista e oriental. É a medicina chiropata. E para quem a confunde com a quiropraxia, ele explica as diferenças: “É dúvida comum. A chiropatia é um doutorado ao nível médico na ciência chiropática. A quiropraxia é uma profissão brasileira que não tem as qualificações de um doutor”.
Com quase 20 anos de carreira, Flávio Calixto explica que desenvolveu a própria técnica de tratamento, que “alcança 98% de êxito nos pacientes tratados”. Ele avisa que nem todos podem se submeter à chiropatia, “porque passaram do limite de tratar com segurança ou sofrem de uma doença que não tem a ver com coluna, como câncer, cisto na medula ou neurológica”. Flávio deixa claro que chiropatia se dedica à biomecânica da coluna, ou seja, é indicada para restabelecer os funcionamentos normais do órgão. “Nossos pacientes têm modificações da função da coluna, que ocorrem pela alteração mecânica. Há 10 anos você carrega a bolsa pesada no ombro esquerdo. A coluna entorta para a direita. Essa disfunção vai criar a dor.”
Flávio Calixto lembra que, sejam pequenas pontadas ou fortes incômodos, as dores nas costas podem ser o sinal de que algo mais grave ocorre. Essas queixas físicas são comuns, com intensidades variadas (leves ou extremas, rápidas ou constantes e com causas distintas). Ele lembra que a dor pode ter origem na coluna vertebral, músculos, nervos ou a partir de outras estruturas na região e se irradiar a partir de órgãos como rins ou ovários. Por isso, antes de iniciar tratamentos tradicionais, ele assegura que a chiropatia tem de ser levada em consideração. “Temos de buscar a causa, não matar quem avisa sobre o problema. A dor é uma boa amiga, ela diz que algo está errado. Estudos comprovam que, se tirássemos a dor do ser humano, não chegaríamos aos 10 anos. Uma vez que a ouvimos, precisamos nos certificar se a dor é aguda, crônica, temporária ou intermitente. Depois, é hora do diagnóstico.”
A chiropatia, segundo esclarece o médico, não é uma técnica de massagem, como muitos pensam. O chiropata tem conhecimentos sobre a coluna, como um cardiologista tem do coração. “É uma ciência preventiva e recuperadora. Por meio dela, é possível manter a saúde das articulações e garantir a defesa do organismo, já que ela restabelece a comunicação entre corpo e cérebro.”
MÃOS Com as mãos, Flávio destaca que restabelece a função normal de cada vértebra. Não há remédio que endireite a coluna. A situação é mecânica. A fisioterapia ou outras técnicas de movimento são fantásticas, mas para manter a coluna boa ou para a prevenção. Agora, escoliose, hiperlordose, enfim, os desvios, nenhum deles vai restabelecer sem a chiropatia, que atua onde a mecânica foi alterada.” A procura pela chiropatia só aumenta devido a sua eficácia na prevenção e no tratamento de doenças como hérnia de disco, bico-de-papagaio e artrose, comum nas pessoas mais idosas. Na adolescência, ela ajuda na melhora de problemas relacionados à má postura, como escoliose e lordose.
Flávio alerta que “não é uma panacea. Há um programa de tratamento com três etapas: o primeiro é agudo, com foco na dor. O segundo, a reabilitação, que é reestruturar e fazer o tratamento ficar permanente, com a fortificação muscular e o alongamento da coluna. E o terceiro é a manutenção, necessária ao paciente. Recomendo uma vez por mês ou a cada 90 dias.”
De acordo com Flávio, “a coluna é um ‘órgão’, porque armazena a medula, com a função de protegê-la, e faz parte do sistema nervoso central. Por isso, tem de ter manutenção sempre, porque a usamos demais, até dormindo. A coluna é o armazém de parte do cérebro, que é a medula”. Ele reforça que a chiropatia é um tratamento seguro, o terceiro mais comum no mundo e para todas as idades.” Uso as mãos e, se preciso, apenas como auxílio, uso algum aparelho em que me apoio para quantificar a profundidade do tratamento.”
O Instituto Brasileiro de Coluna é em Curitiba, mas Flávio Calixto vai expandi-lo para outros estados. “Queremos que mais pessoas conheçam nossas soluções e evitem métodos agressivos. Por isso, vamos oferecer o negócio por meio de franquias, formatadas pela Global Franchise. É um excelente nicho para profissionais da área da saúde, como fisioterapeutas, médicos e profissionais de educação física. Ensinaremos toda nossa ciência e técnica exclusiva, além de dar suporte.” Contato: www.institutobrasdecoluna.com.br.
Personagem da notícia
Um cuidado a mais
Debora Keller B. Souto,
engenheira cartógrafa
“Tenho malformação da quinta vértebra lombar. Ela tem de ser redonda e a minha é meio ovalada, o que caracteriza o início de uma hérnia de disco. Passei por um estresse e torci a coluna dormindo, de forma involuntária. Comecei a sentir dores horrorosas e fiquei uma semana sem andar, a coluna travou. Procurei um ortopedista e fiz fisioterapia. No entanto, a melhora foi leve, praticamente não resolveu. A dor permanecia recorrente e continuava a me incomodar e, apesar das várias sessões. Um amigo canadense chiropata falou para eu procurar um profissional da chiropatia no Brasil. Pesquisei e encontrei o dr. Flávio Calixto. Há sete anos fiz o tratamento agudo e, agora, uma vez por ano, mantenho uma consulta para manutenção, pura profilaxia, um cuidado comigo. Nunca mais senti dor, não sei o que é dor na coluna. Como dizem as pessoas do interior, ele tirou a dor com as mãos. Aliás, no primeiro dia, na consulta, ele me aplicou uma sessão, um paleativo, que me fez dormir todo o fim de semana, tamanho o alívio. Cheguei até a perder peso e recuperei minha qualidade de vida.”
Palavra de especialista
É preciso se policiar
Rodrigo D’Alessandro, presidente da Sociedade Brasileira de Coluna, Regional Minas Gerais
“A
chiropatia é bastante difundida nos Estados Unidos. É uma sociedade
organizada, com publicações sérias e trabalhos científicos bem
conduzidos. No Brasil, não é tão propagada. Há poucos profissionais e,
geralmente, se não estou equivocado, desperta maior interesse nos
fisioterapeutas. É preciso ter cuidado com pessoas que não têm
conhecimento e aplicam a técnica, já que, se for errada, pode piorar o
quadro clínico. Nos EUA é uma especialização levada muito a sério e com
bons resultados. A dor de coluna é bem frequente e está associada à má
postura do dia a dia, ao envelhecimento (aumento da longevidade e o
aparecimento da artrose), a determinadas doenças como o câncer
(metástase e o aumento da sobrevida) e a obesidade (além da sobrecarga
do peso, há o aparecimento precoce da artrose nos adolescentes). Ainda
há uma teoria de essa frequência de dor estar ligada ao desenvolvimento
humano e sua postura bípede (a maioria dos mamíferos é quadrúpede,
apoiando as quatro patas no solo com excelente estabilidade. A dor nas
costas surgiu quando o homem ficou de pé). O segredo para evitá-la é ter
um velhice saudável, estimular a atividade física desde a infância para
que faça parte da vida inteira, não ter sobrepeso, ter boa postura, não
fumar, porque causa artrose, e carregar peso de forma adequada. Enfim,
se policiar.”
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