Jefferson da Fonseca Coutinho
Estado de Minas: 28/06/2014
Bernard, uma paixão mineira |
O corredor de astros do outro lado do paredão da segurança nem pareceu distante para a euforia assombrosa da plateia. Trezentos ou mais, jovens e adultos, homens e mulheres, pararam para ver a Seleção passar. Parreira, velho campeão da bola, sorridente que nunca vi igual, gastou tempo e memória do celular para fotografar e filmar a torcida. Uma lembrança chique para toda a vida, professor. Fred cumprimentou a geral como se estivesse em casa, retribuindo o carinho de quem o conhece bem.
A passarela da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Ipiranga, se fez tribuna e camarote para imprensa e torcida. Do alto, ainda que mais distante, teve quem não perdesse minúcias do encontro-relâmpago com as estrelas brasileiras. Brenda, de 13, com mais de seis horas de plantão no endereço, contou mais de 400 fotos do zagueiro David Luiz Moreira Marinho no aparelho celular. Chorou pelo desencontro da hora. O atleta ficou para mais tarde, na portaria principal, em carrão de luxo de marca patrocinadora.
Ídolo no papelão |
Grávida, Clara desenhou a bandeira do Brasil no barrigão que guarda a pequena Laura, com oito meses de gestação. No que depender da fé e da paixão da estudante, a menina já vai nascer hexacampeã do mundo. Mc Mister Love roubou a cena na esquina. O funkeiro levou a família para desejar boa sorte para a equipe brasileira. Mesmo sob o sol forte da tarde, não perdeu a alegria e era só carinho com as crianças. Mulheres – algumas maquiadas e outras tantas descabeladas – gritaram Brasil.
Camila Gonçalves, de 12, arrastou o Neymar de papelão e tamanho natural para baixo e para cima da esquina de tumulto e histeria. “Foi o gerente do supermercado quem me deu. Ele ficou sabendo que gosto muito do Neymar e conseguiu um pra mim”, sorri. Teve assim de gente que quis fazer foto de rosto colado com a imagem do craque de papel. A mulher bonita disse que veio de Guarapari, no Espírito Santo, só para ver de perto o Neymar. Não viu. “Este serve”, diverte-se. Contentou-se com o mimo da Camila.
À espera de uma hexacampeâ |
Da sacadinha entre os coqueiros, a segurança da Fifa coordena o isolamento humano. O homem de gravata faz sinal com a mão para a polícia e confere o espaço aberto como um bom goleiro que ajeita a barreira. Responsabilidade pelo patrimônio brasileiro. É a Copa do Mundo, parceiro! Vai que pula ali uma criança. É gol. Dois moçoilos até que tentaram escalar as paredes para ver o camisa 10 canarinho. A maioria dos bebês de colo nem viu o timão chegar. Apagados no conforto dos ombros de papais e mamães, os pequenos nem se incomodaram com o estardalhaço dos afoitos.
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