quarta-feira, 2 de julho de 2014

MURALHAS » Ah, se não fossem eles...‏

MURALHAS » Ah, se não fossem eles...
A média de gols no Mundial seria muito maior se os goleiros não estivessem em grande fase 

Roger Dias
Estado de Minas: 02/07/2014


Se dependesse deles, a Copa do Mundo do Brasil teria o menor número de gols possível. Por cima ou por baixo, com as mãos ou com os pés, tentam, de todas as formas, evitar que atacantes levem vantagem. Numa competição cuja média de gols é de 2,8 por jogo, os goleiros também dividem os holofotes com os atletas de linha. Embora o espanhol Casillas e o italiano Buffon não tenham se destacado – suas seleções caíram ainda na primeira fase –, outros arqueiros mostraram visão de jogo e posicionamento debaixo das traves. É o caso do mexicano Ochoa, do nigeriano Enyeama e do norte-americano Howard, que também já deixaram o Mundial. Já o belga Cuortois, vice-campeão europeu com o Atlético de Madrid e um dos mais badalados na posição, ainda não mostrou muito, mas tem chance de justificar a fama com a classificação de sua equipe para as quartas de final.


 (Leonhard Foeger/Reuters)

Júlio César (ACIMA)
Quatro anos depois de ter falhado nas semifinais contra a Holanda, conseguiu a redenção na disputa de pênaltis contra o Chile, com duas defesas precisas. Todavia, ainda é visto com descrédito pelos torcedores, que pedem constantemente Victor e Jefferson como titulares. Aos 34 anos, conquistou a confiança de Luiz Felipe Scolari e escolheu o modesto Toronto-CAN para manter o ritmo e a forma. Apesar de deficiente nos chutes de longe, é um dos melhores pegadores de pênalti do mundo e pode ajudar o Brasil na reta decisiva da Copa.


Ochoa
Grandes defesas na primeira fase, sobretudo quando parou o ataque do Brasil, em Fortaleza, ajudaram o goleiro de 28 anos a ser o melhor da posição até o momento. O curioso é que ele esteve desempregado antes de vir para a Copa, já que rompeu seu contrato com o Ajaccio em maio. Mas agora Tottenham, Sevilla e Olympique de Marselha, além do poderoso Barcelona, estariam interessados em tê-lo na próxima temporada. Fez três defesas difíceis contra a Holanda, nas oitavas de final, mas elas foram insuficientes para assegurar os mexicanos na fase seguinte.

 (Ood Andersen/AFP)

Cláudio Bravo (FOTO)
Mesmo caindo nas oitavas de final contra o Brasil, o goleiro mostrou regularidade e experiência nos momentos certos. Capitão do time, teve a tranquilidade e liderança no grupo, que caiu numa chave difícil, com Espanha, Holanda e Austrália. É muito respeitado em seu país e ganhou uma rua com seu nome na cidade de Buin, onde nasceu. Por causa das boas atuações antes mesmo da Copa, foi contratado pelo Barcelona por quase R$ 40 milhões.


Rais M’Bolhi
Filho de pais congolês com mãe argelina, o goleiro de 28 anos disputou também a Copa de 2010, sendo um dos destaques da seleção africana. Foi um dos principais nomes da Argélia, que surpreendentemente se garantiu na fase de mata-mata da Copa. Nas oitavas de final, por pouco conseguiu parar o poderoso ataque alemão, com Thomas Müller, Özil e Toni Kroos. Tem ótimos reflexos e atenção, sobretudo em chutes de longe.


Neuer
Numa seleção com tantos atacantes rápidos e versáteis, o goleiro Neuer é a garantia de regularidade e estabilidade na defesa alemã, historicamente sólida e segura. Sempre atento aos ataques do adversário, destacou-se nos lançamentos e na ligação direta com os jogadores de frente, além de ser peça fundamental para anular os contra-ataques. Contra a Argélia, foi fundamental ao sair da área diversas vezes, fazendo papel de “goleiro-linha”. Não foi muito exigido na primeira fase, mas sem dúvida será um dos pilares dos europeus nas etapas seguintes.


Enyeama
Em sua terceira Copa do Mundo, o jogador de 31 anos atravessa ótima fase. Foi um dos heróis na conquista da Copa das Nações no ano passado e é titular da Nigéria desde 2005. Conhecido pelo apelido de “Gato”, devido à agilidade em sair aos pés dos adversários, salvou os africanos contra Bósnia e Irã, na primeira fase, e teve bons momentos na derrota para a França (2 a 0), em Brasília. Joga no Maccabi Tel Aviv, de Israel, emprestado pelo Lille-FRA.


Navas
Titular da Costa Rica desde 2008, Navas é um dos personagens centrais desta Copa. Com grande elasticidade e senso de reflexo, brilhou ao se atirar aos pés dos atacantes e ajudou seu país a eliminar as forças Itália e Inglaterra e a superar a Grécia nas oitavas de final. Foi eleito o melhor do jogo nos empates contra Inglaterra e Grécia e levou apenas dois gols na competição. Desde 2011, joga no Levante (ESP). Já garantiu ao seu país a melhor participação da história, ficando entre os oito melhores. 

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