ZONA MISTA »
À beira de um ataque de nervos
Kelen Cristina, com Paulo Galvão
Estado de Minas: 02/07/2014
Com o coração na boca. Em espanhol, alemão, francês e inglês há variações para a expressão, mas em qualquer idioma ela representa bem o que estão sentindo, mundo afora, os torcedores com os jogos do mata-mata na Copa do Mundo. Anônimos e famosos, no estádio ou a milhares de quilômetros de distância, está todo mundo assim, a roer as unhas. Pelo gol que não sai. Pela grande defesa do goleiro. Pelo chute errado do atacante. Pelo correr do relógio. Não há calmante que dê jeito.
A rodada que definiu o último confronto das quartas de final foi mais um exemplo. Se para quem viu de fora foi emocionante, imagina para os envolvidos. O duelo Argentina x Suíça deixou o tenista Roger Federer (1), sempre sereno nas quadras, à beira de um ataque de nervos em Londres, onde está para a disputa do Torneio de Wimbledon. Cada lance merecia um post no Twitter. O persistente 0 a 0 encheu-lhe de esperança. “Continuem lutando, corram! Acreditem!” Até piadinha com o “rival” Del Potro ele fez: “Eu me pergunto se o Del Potro está assistindo… hihi”. Assim que o jogo acabou, com o triunfo hermano, o suíço levou o troco. “Seus garotos fizeram um grande jogo, mas… boa sorte em Wimbledon. Haha”, escreveu Del Potro. A Federer, coube reconhecer o esforço dos adversários e dos compatriotas: “Muito difícil, parabéns à Argentina. Obrigado por esses momentos, Suíça”.
Em maioria no Itaquerão, os argentinos
não ficaram atrás. Na plateia, esbanjando confiança, o tenista David
Nalbandián até posou para uma descontraída foto ao lado de Gisela Dulko,
também tenista e mulher do volante da seleção Fernando Gago. Mas assim
que a bola rolou, o drama começou. E uma legítima representante da
agonia argentina foi Antonella Rocuzzo (2), mulher de Messi, flagrada
com uma expressão de pânico.
Bélgica x EUA seguiu o roteiro hollywoodiano de drama, suspense e emoção. A Casa Branca, sede do governo norte-americano, interrompeu os serviços, com o presidente Barack Obama (3) assistindo ao jogo ao lado dos jornalistas – chegou a cornetar o árbitro, pedindo cartão para um belga. O país, literalmente, parou. Estádios ficaram lotados, mostrando a partida em telões. O lutador do UFC Jon Jones lançou mão de um jargão do octógono. “It’sss timeeee”, tuitou, destacando que a frase deveria ser lida com a entonação do mais famoso locutor da organização de MMA, Bruce Buffer. Na casa do ator Tom Hanks (4) todos assistiram ao confronto com os dedos cruzados. Não deu certo, já que a Bélgica, finalmente, mostrou a que veio e se classificou. Não sem sofrimento, afinal, como diria um célebre narrador, “É Copa do Mundo, amigo”.
Treino x jogo
O prolongamento das partidas nas oitavas de final, com definições na prorrogação e até nos pênaltis, está afetando diretamente o planejamento das seleções que assistem aos confrontos de camarote. O treino da Seleção Brasileira ontem estava marcado para começar às 15h30, mas o início foi retardado. Não se sabe se por reunião da comissão técnica (a psicóloga Regina Brandão foi chamada à Granja Comary, em Teresópolis) ou por causa de Argentina x Suíça. Fato é que os jogadores só apareceram no campo depois que a parada foi definida na capital paulista.
Guerra fria?
Ao convocar uma reunião com seis jornalistas na Granja Comary, na segunda-feira, o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, acabou provocando um velado acirramento da rivalidade entre a imprensa carioca e paulista. Cinco dos eleitos de Felipão eram de São Paulo e apenas um do Rio, fazendo com que os cariocas se sentissem desprestigiados. Houve repórter que prometeu até represália, em conversa informal com os colegas.
Hotéis cheios
Levantamento do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), associação que reúne cerca de 600 hotéis em operação e 97 mil unidades habitacionais, indica que a taxa de ocupação do setor nas 12 cidades-sede da Copa chegou à média de 80% durante a primeira semana do torneio. A expectativa inicial era de 46% de ocupação, em fevereiro, e chegou à previsão de 74% em maio. A cidade de São Paulo, que tem o maior número de leitos do país, está na liderança de vendas, no período entre 11 e 18 de junho, com mais de 28 mil diárias comercializadas. Na sequência, vêm Rio de Janeiro (20 mil), Belo Horizonte (14 mil), Salvador (13.327) e Manaus (6.592). Brasília aparece em nono lugar (2.683) e Recife, em 12º (1.684). Já no ranking das cidades com maior taxa de ocupação, estão Rio de Janeiro (92%), Salvador (90%), Cuiabá (88%), Recife (87%) e BH (85%). Brasília teve 73%.
BOMBANDO
“Que maneira de sofrer, um passo a mais para alcançar o sonho de todos nós, argentinos! Vamos, Argentinaaaaaaaaaa!”
Walter Montillo (@Montil10), armador argentino, sofrendo como simples mortal com a seleção de seu país
“Faltou tão pouco! A Seleção da Suíça se despede com um desempenho sensacional na Copa do Mundo! Estamos orgulhosos
de vocês!”
SFVASF (@SFV_ASF), página oficial da Seleção Suíça no Twitter, consolando a equipe
“Tenho de admitir. Hoje eu sou torcedor dos EUA”
Wayne Rooney (@WayneRooney), atacante da Seleção Inglesa, que depois da eliminação no Mundial curte as férias em Las Vegas e talvez por isso tenha se unido aos locais
Kelen Cristina, com Paulo Galvão
Estado de Minas: 02/07/2014
Com o coração na boca. Em espanhol, alemão, francês e inglês há variações para a expressão, mas em qualquer idioma ela representa bem o que estão sentindo, mundo afora, os torcedores com os jogos do mata-mata na Copa do Mundo. Anônimos e famosos, no estádio ou a milhares de quilômetros de distância, está todo mundo assim, a roer as unhas. Pelo gol que não sai. Pela grande defesa do goleiro. Pelo chute errado do atacante. Pelo correr do relógio. Não há calmante que dê jeito.
A rodada que definiu o último confronto das quartas de final foi mais um exemplo. Se para quem viu de fora foi emocionante, imagina para os envolvidos. O duelo Argentina x Suíça deixou o tenista Roger Federer (1), sempre sereno nas quadras, à beira de um ataque de nervos em Londres, onde está para a disputa do Torneio de Wimbledon. Cada lance merecia um post no Twitter. O persistente 0 a 0 encheu-lhe de esperança. “Continuem lutando, corram! Acreditem!” Até piadinha com o “rival” Del Potro ele fez: “Eu me pergunto se o Del Potro está assistindo… hihi”. Assim que o jogo acabou, com o triunfo hermano, o suíço levou o troco. “Seus garotos fizeram um grande jogo, mas… boa sorte em Wimbledon. Haha”, escreveu Del Potro. A Federer, coube reconhecer o esforço dos adversários e dos compatriotas: “Muito difícil, parabéns à Argentina. Obrigado por esses momentos, Suíça”.
Bélgica x EUA seguiu o roteiro hollywoodiano de drama, suspense e emoção. A Casa Branca, sede do governo norte-americano, interrompeu os serviços, com o presidente Barack Obama (3) assistindo ao jogo ao lado dos jornalistas – chegou a cornetar o árbitro, pedindo cartão para um belga. O país, literalmente, parou. Estádios ficaram lotados, mostrando a partida em telões. O lutador do UFC Jon Jones lançou mão de um jargão do octógono. “It’sss timeeee”, tuitou, destacando que a frase deveria ser lida com a entonação do mais famoso locutor da organização de MMA, Bruce Buffer. Na casa do ator Tom Hanks (4) todos assistiram ao confronto com os dedos cruzados. Não deu certo, já que a Bélgica, finalmente, mostrou a que veio e se classificou. Não sem sofrimento, afinal, como diria um célebre narrador, “É Copa do Mundo, amigo”.
Treino x jogo
O prolongamento das partidas nas oitavas de final, com definições na prorrogação e até nos pênaltis, está afetando diretamente o planejamento das seleções que assistem aos confrontos de camarote. O treino da Seleção Brasileira ontem estava marcado para começar às 15h30, mas o início foi retardado. Não se sabe se por reunião da comissão técnica (a psicóloga Regina Brandão foi chamada à Granja Comary, em Teresópolis) ou por causa de Argentina x Suíça. Fato é que os jogadores só apareceram no campo depois que a parada foi definida na capital paulista.
Guerra fria?
Ao convocar uma reunião com seis jornalistas na Granja Comary, na segunda-feira, o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, acabou provocando um velado acirramento da rivalidade entre a imprensa carioca e paulista. Cinco dos eleitos de Felipão eram de São Paulo e apenas um do Rio, fazendo com que os cariocas se sentissem desprestigiados. Houve repórter que prometeu até represália, em conversa informal com os colegas.
Hotéis cheios
Levantamento do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), associação que reúne cerca de 600 hotéis em operação e 97 mil unidades habitacionais, indica que a taxa de ocupação do setor nas 12 cidades-sede da Copa chegou à média de 80% durante a primeira semana do torneio. A expectativa inicial era de 46% de ocupação, em fevereiro, e chegou à previsão de 74% em maio. A cidade de São Paulo, que tem o maior número de leitos do país, está na liderança de vendas, no período entre 11 e 18 de junho, com mais de 28 mil diárias comercializadas. Na sequência, vêm Rio de Janeiro (20 mil), Belo Horizonte (14 mil), Salvador (13.327) e Manaus (6.592). Brasília aparece em nono lugar (2.683) e Recife, em 12º (1.684). Já no ranking das cidades com maior taxa de ocupação, estão Rio de Janeiro (92%), Salvador (90%), Cuiabá (88%), Recife (87%) e BH (85%). Brasília teve 73%.
BOMBANDO
“Que maneira de sofrer, um passo a mais para alcançar o sonho de todos nós, argentinos! Vamos, Argentinaaaaaaaaaa!”
Walter Montillo (@Montil10), armador argentino, sofrendo como simples mortal com a seleção de seu país
“Faltou tão pouco! A Seleção da Suíça se despede com um desempenho sensacional na Copa do Mundo! Estamos orgulhosos
de vocês!”
SFVASF (@SFV_ASF), página oficial da Seleção Suíça no Twitter, consolando a equipe
“Tenho de admitir. Hoje eu sou torcedor dos EUA”
Wayne Rooney (@WayneRooney), atacante da Seleção Inglesa, que depois da eliminação no Mundial curte as férias em Las Vegas e talvez por isso tenha se unido aos locais
Nenhum comentário:
Postar um comentário