Pedro Rocha Franco
Estado de Minas: 28/07/2014
Candidatos fizeram fila para entrar no local das provas, a maior parte deles com diplomas de universidades latino-americanas |
Ao todo, 867 médicos fizeram o exame neste ano, sendo 55% deles brasileiros formados em instituições estrangeiras e um quarto bolivianos. A maior parte dos diplomas é originária de universidades latinoamericanas. Bolívia, Cuba e Paraguai juntos somam 75% da origem. A gaúcha Riana Vargas formou-se em Cuba há seis anos. Atualmente, trabalha no programa Mais Médicos no interior do Rio Grande do Sul. Como o tempo máximo de permanência no programa é de três anos, ela tem mais dois anos para conseguir revalidar o diploma. “A prova estava acessível, mais prática do que teórica”, afirma.
Os bolivianos são quase unânimes em afirmar que a prova de saúde pública foi a mais difícil entre as cinco temáticas aplicadas. Segundo eles, as diferenças entre o funcionamento do setor no Brasil e na Bolívia é essencial para pontuar na prova. “Tem muita diferença em relação à nossa realidade”, afirma o boliviano Jose Luis Valverde, que tenta revalidar o diploma em busca de melhores oportunidades econômicas. Ele também vai tentar no Chile. Apesar da dificuldade, a aprovação no programa depende necessariamente do acerto de pelo menos 60% em cada prova (clínica médica, cirurgia, saúde pública, pediatria e ginecologia obstetrícia), diferente do que é cobrado no Revalida, aplicado pelo governo federal, que exige 60% de média global.
Nas três últimas edições do programa, o percentual de aprovados caiu. Em 2011, um quinto dos candidatos conseguia revalidar o diploma. Em 2012, caiu para 17,4%. E no ano passado o índice caiu bastante para 7,7%. O exame de 2013 foi o primeiro desde o lançamento do programa Mais Médicos, o que fez mais que triplicar o número de candidatos do teste de revalidação da UFMG.
perfil Sobre a dificuldade da prova, o presidente da Comissão Permanente de Diploma Médico Obtido no Estrangeiro (CPRDM) da UFMG, André Luiz dos Santos Cabral, afirma que 80 alunos do 12º período da instituição de ensino também farão o teste para que seja possível medir o que é cobrado. “A nossa prova é balizada com o perfil do estudante da medicina da UFMG”, afirma.
Casado com uma brasileira, o alemão Michael Thomae, formado em medicina há três anos e especialista em trauma ortopédico, tenta revalidar seu diploma para morar com a mulher e a filha no Rio de Janeiro. Mas considerou difícil o teste. “Não acho que um estudante consegue ser aprovado”, diz ele.
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