Mostra compila textos escritos por negros
Com direção de Lázaro Ramos, "Namíbia, Não!" abre programa no Arena, em São Paulo
"Queria desmistificar essa ideia de que as peças escritas por autores negros jovens são ligadas a 'africanidades' apenas", diz Aldri Anunciação, curador da mostra.
Alguns textos incluídos nesse roteiro (que se estende até março) de fato se debruçam sobre assuntos alheios à bandeira. Mas as questões raciais se fazem, sim, bastante presentes. Inclusive no espetáculo de abertura, "Namíbia, Não!", assinado por Anunciação e dirigido pelo ator Lázaro Ramos.
RACISMO
O título irônico da mostra vem de um conflito proposto por essa peça, cujo enredo mostra os desdobramentos de uma medida governamental que prevê que cidadãos de "melanina acentuada" encontrados pelas ruas do país sejam capturados e enviados à África.
Entre os textos que escapam ao debate racial está "Sebastião", de Fábio Vidal, que recupera uma notícia de 2007: um avião que transportava quatro homens e R$ 5,6 milhões em dinheiro caiu em Maracangalha, na Bahia. Os homens morreram, e o dinheiro desapareceu.
"Sebastião" é uma das últimas a estrear. Está programada para 24 de março.
"Casa Número Nada", de Mariana Freire e Fábio Vidal (dia 23/3), também estabelece suas questões fora de um campo social. Sua personagem passa por crise relacionada ao excesso de atividades cotidianas.
É um texto mais experimental, com referências ao transtorno obsessivo-compulsivo.
NOVA DRAMATURGIA DA MELANINA ACENTUADA
QUANDO qui. a dom., às 20h (apresentações de "Namíbia, Não!")
ONDE Teatro de Arena Eugênio Kusnet (r. Teodoro Baima, 94, tel. 0/xx/11/3259-6409)
QUANTO R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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