A última geração
Boatos sobre os novos PlayStation e Xbox indicam um possível esgotamento dos consoles
Salvo algum imprevisto, a Sony deve anunciar nesta quarta-feira o sucessor do PlayStation 3. A Microsoft não deve ficar atrás: nos últimos meses, dezenas de rumores sobre o novo Xbox surgiram na rede. Os dois podem ser lançados ainda neste ano. Se as especificações que vazaram forem verdadeiras -e há muitas razões para crer que sim-, percebe-se imediatamente a preocupação das fabricantes com o futuro dos consoles.
Em termos de hardware, não há nenhum salto inesperado. Eles são melhores que os antecessores, obviamente, mas nada que um PC caro de hoje (e de preço médio daqui a uns dois anos) não alcance.
A ideia, no entanto, parece outra: convencer o consumidor de que o console não serve só para jogos e é tão necessário para a "sala de estar" quanto a própria televisão.
Nada disso é novo. Uma das razões do sucesso estrondoso do PlayStation 2 foi a incorporação do DVD, bem no início da comercialização do formato. Assim, familiares que jamais tocariam no aparelho passaram a usá-lo regularmente.
A geração atual incorporou Net-flix e outros serviços de vídeo por demanda. E o PlayStation 3 funciona muito bem como servidor de mídia, rodando filmes e músicas armazenados nos computadores ligados à mesma rede.
Por isso, o que me chamou mais a atenção no suposto novo Xbox foi a presença de uma entrada de vídeo. Ao que tudo indica, o console poderá armazenar a programação da TV, funcionando como o serviço HD Max, da Net, ou outros gravadores de TV por assinatura.
É um passo além do Wii U, que também conta com integração à TV. Nos EUA e na Europa, o Wii U funciona como um guia, mostrando a programação do mês e permitindo que o usuário controle tudo pelo joystick-tablet da Nintendo. Não duvido que, com o tempo, ele passe a gravar também, num HD externo.
Sem os dados concretos, é impossível afirmar com certeza, mas, olhando assim, me pareceu pouco. Ou, novamente, nada que um computador não faça melhor (e de forma mais aberta).
E o nó parece residir aí. Hoje em dia um computador de mesa ligado à TV da sala é algo muito incomum. No máximo, um notebook para rodar filmes. Mas Gabe Newell, o chefão da Valve, promete virar o jogo.
Começou discretamente. O Steam, programa de distribuição de games da Valve e provável responsável pela salvação do mercado de jogos de PC, passou a contar com a opção Big Picture, que facilita o uso do programa na televisão (ícones grandes, navegação por joystick).
Tempos depois, confirmaram a intenção de bancar uma Steam Box, na verdade um PC comum, num gabinete compacto, ligado à TV e ao Steam. Os primeiros modelos "oficiais" podem sair ainda neste ano, mas qualquer um pode montar a sua Steam Box.
As vantagens são inúmeras: desenvolvimento mais barato, fim da mídia física, mesmo preço para jogos no mundo todo. E a instalação e a atualização dos jogos, que costumavam ser uma parte chata no PC, foram automatizadas no Steam.
Consoles podem oferecer sensores de movimento, joysticks com tela e alguns jogos exclusivos. Se for só isso, pode ser que tenhamos chegado à última geração.
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