segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Nas missas em S.Paulo, padres dizem a fiéis que 'a barca de Pedro não vai afundar'

folha de são paulo

FOCO
LUISA ALCANTARA E SILVA
DE SÃO PAULO
Ouçam a palavra de Bento 16. A barca de Pedro não vai afundar. Com frases assim, alguns padres de São Paulo comentaram a renúncia do papa no primeiro encontro de muitos fiéis com a Igreja Católica após o anúncio papal.
É na celebração de sábado, a partir das 18h, e de domingo que os fiéis "cumprem" o mandamento de ir à missa.
Ao falar da renúncia, os padres seguiam recomendação feita pela Arquidiocese de São Paulo: o arcebispo dom Odilo Scherer havia enviado uma carta no sábado em que pedia que eles lessem a declaração de renúncia do papa na missa. No comunicado, escreveu: "Ajudemos nosso povo a manter firme e serena a sua fé".
Das três missas em que a Folha esteve no fim de semana, só na da catedral da Sé (centro), celebrada por dom Odilo, a sugestão foi seguida.
Ele citou a renúncia logo no início da missa e disse que voltaria ao tema no final da celebração. Por cerca de dez minutos, o cardeal falou da importância de os fiéis acreditarem na "palavra do papa, e não em especulações que saem na imprensa".
Após perguntar quantos ali haviam lido as declarações de Bento 16, dom Odilo pediu que o cônego Walter Caldeira lesse o que o papa falou quando anunciou sua saída.
Na homilia de Paulo Roberto Guimarães, pároco da paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja (zona oeste), ao falar sobre as tentações, tema da missa, ele disse que, "se até o diabo tentou Jesus, pode tentar a mim, você e até o papa". Depois, durante a Oração aos Fiéis, pediu que o papa fosse abençoado "nesse momento de apreensões".
Após a missa, ele disse que usou a palavra "apreensões" porque "o povo está um pouco apreensivo, mas não há nada demais, nenhuma mudança muito grande".
O padre Severino Martins, que celebrou missa na paróquia Assunção de Nossa Senhora (zona oeste), falou em especulação e tranquilizou os fiéis. "Conflito há em todo lugar, mostra que somos humanos. A igreja permanecerá. Vamos rezar por Bento 16 e pelo próximo papa."

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