Não me pergunte como
RIO DE JANEIRO - Com certa frequência, sou acusado de jurássico e de inimigo da tecnologia, por não ter ainda aderido ao iPhone, iPad, iPod, Kindle, tablet, e-book, MP3, Instagram, Facebook e outros maravilhas com que as pessoas hoje não passam sem. Outro dia me falaram de um celular, para o qual você dita e ele escreve -logo agora que comprei um canivete novo para fazer ponta em meus lápis. E já fui quase crucificado por perguntar se um aplicativo era uma marca nova de esparadrapo.Não sou inimigo da tecnologia -apenas consigo ser feliz sem boa parte dela. E não tiro de ninguém o direito de usá-la e de se dar bem ou de se tornar seu escravo. Na verdade, sou mais tolerante do que as pessoas que não admitem que um cidadão prefira viver em 2013 mais ou menos como vivia no paleolítico 2003. E, pode crer, já torci muito mais pela tecnologia do que se pensa.
Por exemplo: o fax. Quando o descobri, por volta de 1988, fiquei empolgado com aquela máquina que copiava e transmitia textos e imagens. Era um milagre. E até imaginei que, em breve, o fax seria capaz de transmitir uma pizza-brotinho. Bem, isso nunca aconteceu. Talvez por tal fiasco, o fax foi abandonado e substituído pelo e-mail. Eu próprio doei um fax novinho para minha faxineira, que ela também logo repassou.
Leio agora sobre as novas impressoras 3D. Posso ter lido mal, mas entendi que existem impressoras 3D capazes de produzir próteses, sapatos, bicicletas, casas de dois andares e até um carro sem motorista que já percorreu 800 mil quilômetros nos EUA sem bater ou atropelar alguém. E que, daqui a pouco, delas sairão células-tronco justapostas, que darão origem a órgãos humanos. Não me pergunte como.
Diante disso, só me resta acreditar que, não demora, esta impressora 3D será capaz não só de produzir, mas de transmitir uma pizza.
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