Do estresse ninguém está livre: basta assistir aos telejornais que exibem matérias sobre acidentes vasculares cerebrais
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 05/04/2013
Exercícios
e esportes fazem um bem tão grande à saúde, que todos deveriam
exercitar-se e praticar esportes. Durante séculos, em Belo Horizonte,
fui vítima de um programa radiofônico chamado “em forma”, que a locutora
pronunciava “informa”, soava como informação e não me dava tempo de
desligar o rádio. Copio de um dos meus livros as estatísticas de 1985 da
Who’ Who in American Sports informando a média de idade em que a
rapaziada vai a óbito. Vejamos: 57 anos para os jogadores de futebol
norte-americano, 61 anos para os boxeadores, 64 anos para os atletas de
beisebol e 71 anos para os corredores. Noite dessas, a tevê aberta nos
mostrou matéria sobre o crescente e assustador número de casos de AVC
entre mulheres e homens jovens, na faixa dos 30 anos. Entre os agentes
relacionados, lembro-me de ter visto o estresse, a hipertensão, o
tabagismo e o sedentarismo. Matéria que focalizou bela moça de 37 anos,
atleta da Seleção Brasileira de handebol, sem casos em sua família,
recuperando-se de um AVC. Ora, bolas, atleta de Seleção Brasileira não é
sedentária, não fuma e não é hipertensa, além de ser monitorada pelos
médicos. Do estresse ninguém está livre: basta assistir aos telejornais
que exibem matérias sobre acidentes vasculares cerebrais.
A
propósito da longevidade dos corredores, morrendo em média na avançada
idade de 71 anos, é preciso notar que todos têm características físicas
que os destacam dos outros atletas: resistência excepcional, inata e
aperfeiçoada pelos treinos, que lhes permite enfrentar esporte exigente e
exaustivo como as corridas; têm, também, o biótipo do corredor,
geralmente caracterizado pelo corpo fino, longo, esguio, de pernas
compridas e pouco ou nenhum excesso de peso. É um biótipo que, sozinho,
deve ser capaz de garantir-lhes, em média, maior número de anos de vida
do que a estrutura física dos atletas que buscam outros esportes, como,
por exemplo, o futebol norte-americano. Mesmo que nenhum deles jamais
fizesse qualquer tipo de exercício, o longilíneo viveria mais do que o
massudo. Deu para entender?
E-mail cafeinado
Cafeína,
sabemos todos, é alcaloide (C8H10N4O2) existente no café, chá, mate,
guaraná, cola etc. usado como estimulante e diurético, motivo pelo qual
estimula amáveis leitores a corrigir o cronista. O último disse que
escrevi duas vezes café expresso e o correto, segundo ele, é café
espresso. Tenho dois dicionários de italiano-português. Um deles,
gorducho, é boa porcaria. O outro, magrelo, diz que espresso significa
expresso. Portanto, na Itália pode ser espresso, mas é caffè: caffè
espresso. Aqui em casa e na coluna Tiro e Queda, é café expresso ou
simplesmente expresso, como peço à comadre operadora da máquina, que me
serve o café feito através da passagem de água muito quente, mas não
fervente, sob alta pressão, pelo pó moído especialmente para expresso. A
máquina é italiana, mas foi comprada em BH, o pó é do Sul de Minas e
este é o grande jornal dos mineiros. Pela atenção, muitíssimo obrigado.
Jornalismo
Meu
provedor de internet noticiou o seguinte: “Um aluno matou uma
professora a facadas dentro da Escola Estadual Professor Joaquim de
Toledo Camargo na noite de segunda-feira, no Centro de Itirapina (SP), a
188 quilômetros da capital. O suspeito de ter cometido o crime, Thomas
Hiroshi Haraguti, de 33 anos, foi preso por volta das 3h de hoje a pé na
rodovia Ayrton Senna. De acordo com a Polícia Militar (PM), o aluno
entrou na escola por volta das 19h e foi até a sala dos professores,
onde estava Simone de Lima, de 27. O rapaz então a atacou com sete
facadas em várias partes do corpo”. Vejamos: sujeito de 33 anos já não é
um rapaz, é um homem. Se matou Simone de Lima, linda professora como
vejo nas fotos coloridas, não é rapaz nem homem, é bandido, é criminoso,
é assassino, é psicopata. Como havia mais gente na sala dos
professores, Thomas não é suspeito: é autor do crime. Junte-se o
seguinte: é meio difícil dar sete facadas que não sejam em várias partes
do corpo. Quanto ao (PM) depois de escrever Polícia Militar, salvo
melhor juízo, também foi de amargar.
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