Aquelas canções
    Toninho Horta reúne herdeiros da 
sonoridade do Clube da Esquina com artistas de sua geração para show que
 recupera arranjos do disco dos anos 1970. Hoje tem ensaio aberto em 
Santa Tereza 
  
Eduardo Tristão Girão
    Estado de Minas: 11/07/2013 04:00
    
Como de 
costume, Toninho Horta continua às voltas com seus projetos. Antes de 
embarcar para shows nos Estados Unidos e Itália, na semana que vem, o 
guitarrista e compositor mineiro faz hoje à tarde, em Belo Horizonte, o 
segundo ensaio aberto em preparação ao show As cores do Clube, 
programado para setembro, com o qual vai recuperar arranjos e sonoridade
 originais do Clube da Esquina com a nova geração dos Guedes, Borges e 
Tiso. Paralelamente, concentra-se na finalização do Songbook Toninho 
Horta, a ser lançado no mesmo mês, incluindo textos, fotos e 120 
partituras de composições suas. Fora os discos que estão saindo na 
Itália e no Japão. 
Na Praça Duque de Caxias, no Bairro Santa 
Tereza, perto do famoso cruzamento (das ruas Paraisópolis com 
Divinópolis) onde tudo começou, Toninho se reunirá, a partir das 16h, 
para repassar o valioso repertório setentista com Gabriel e Ian Guedes, 
Telo e Rodrigo Borges, e Tutuca Tiso (que é filho do guitarrista 
Fredera), além de Paulinho Carvalho, Beto Lopes, Tattá Spalla e, talvez,
 Neném. “As comemorações em torno do Clube da Esquina, ano passado, não 
foram suficientes. Houve panelinhas e até participei de algumas delas”, 
afirma ele.
A iniciativa que capitaneia, acredita o artista, tem 
como diferencial a valorização dos arranjos originais e a abertura do 
repertório para canções das carreiras solo de membros do Clube. 
“Queremos shows de, pelo menos, duas horas, para tocar tudo o que a 
gente gosta. Os anos 1970 foram o auge do movimento. Todo mundo era 
muito criativo, cada um no seu contexto. Tocávamos mais de ouvido que 
usando partitura. As bandas do Lô Borges e do Beto Guedes são muito 
boas, mas trabalham com som atual. Vamos resgatar o som daquela época”, 
explica Toninho.
Inclusive, ele se revezará entre vários 
instrumentos, repetindo o que ocorreu nas gravações do disco Clube da 
Esquina e em trabalhos solo de que participou na mesma época – baixo em 
Maria Maria e Nada será como antes, e teclado em A Via-Láctea e Beijo 
partido, por exemplo. “Na época da gravação do primeiro Clube da 
Esquina, quem acordava mais cedo ia chegando para gravar. Uns desciam 
para a lanchonete que ficava embaixo do estúdio da EMI, no Rio de 
Janeiro, e ficavam por lá. Outros iam tomar um chope. Por isso, 
conseguimos todas aquelas cores no disco”, conta.
Toninho 
acredita que, ainda que os “herdeiros” do Clube venham tocando essas 
músicas em suas versões originais, isso não tira a graça do projeto. “Só
 o fato de serem jovens e ter  tesão por tocar já vale.” Os ensaios 
(seis, no total) serão realizados não apenas na Praça Duque de Caxias, 
mas também em locais como o Colégio Arnaldo (onde o guitarrista 
estudou). A entrada, quando cobrada, terá preço simbólico. Previsto para
 setembro, o show As cores do Clube terá estreia no Teatro Bradesco, na 
capital mineira, incluindo pequena orquestra. A expectativa é que o 
espetáculo seja levado a outras capitais.
TEORIA E PRÁTICA
Além
 do show As cores do Clube e do Songbook Toninho Horta, o guitarrista 
pretende reativar seu projeto de shows Aqui ó jazz, incluindo também 
oficinas, workshops e, talvez, publicação do material didático do 1º 
Seminário Brasileiro da Música Instrumental, realizado por ele em Ouro 
Preto, em 1986. O artista revela que pretende criar o Instituto Maestro 
João Horta (homenagem ao avô) para pesquisar música mineira, formar 
orquestra jovem e manter na internet portal sobre música. Também está a 
caminho o DVD Nos tempos do Paulinho, que retratará o irmão Paulo e sua 
turma de músicos dos anos 1960 em 52 minutos. Pelo visto, seu aguardado 
Livrão da Música Brasileira (com R$ 1,1 milhão aprovado em leis de 
incentivo, mas sem R$ 1 captado) ainda vai demorar a sair.
Songbook terá músicas inéditas
    
    
    
  
  
  
    
Eduardo Tristão Girão
Não
 é só. Os músicos Maurício Ribeiro, Cristiano Viana e Rafael Martinez 
trabalham desde o ano passado na transcrição de 120 músicas de Toninho 
para livro bilíngue de partituras do artista, o Songbook Toninho Horta, 
que terá também textos e fotos. “Com sorte, sai no fim do mês que vem”, 
anuncia. Ele conta que a ideia surgiu durante negociação com a Imprensa 
Oficial do Estado de São Paulo para reimprimir sua biografia, Harmonia 
compartilhada (2010). Como resultado, fez acordo com a instituição para 
ficar com metade da primeira tiragem, que será de 2 mil exemplares.
O
 guitarrista adianta que seis das 120 músicas do songbook são inéditas, 
compostas ainda na adolescência, como Barquinho vem, a primeira que 
escreveu, aos 13 anos, inspirado em Corcovado (Tom Jobim). Além dela, 
estão nessa mesma leva Ciúme da areia e Momento bom – Você que não vem e
 Flor que cheira saudade (sua primeira composição gravada, por Aécio 
Flávio). Também antigas e lançadas no disco ao vivo Solo (2007) foram 
incluídas. A parte de texto, completa ele, será uma biografia musical, 
especificando o que fez em cada década.
Frequentemente lembrado 
como mestre da harmonia, o guitarrista acredita que sua maior 
contribuição musical está em suas composições. “Acho que sou mais 
inovador em composições audaciosas. Os mineiros, em geral, são bons 
nisso, saem daquela linha berkleeniana. A harmonia vem a reboque. Minha 
canção Beijo partido é importante, é um marco da harmonização diferente,
 mas pegou porque a letra é cativante também. Melodicamente é inovadora,
 mas se não tivesse letra não teria ficado tão famosa. Isso duplica a 
importância”, justifica.
SAINDO DO FORNO
 Minas-Tokyo 
Lançado
 só no Japão, é disco solo, com Toninho tocando guitarra e violão. Entre
 as 12 faixas, Beijo partido, Quadros modernos e Giant steps (John 
Coltrane).
Shinkansen
Gravado por Toninho com
 Jacques Morelenbaum (violoncelo), Liminha (baixo) e Marcos Suzano 
(pandeiro), tem músicas escritas por eles especialmente para essa 
formação.
Mais que bons amigos
Cantora 
carioca que gravou com Me deixa em paz com Milton Nascimento, Alaíde 
Costa faz dueto com Toninho  interpretando só Clube da Esquina. 
Two guitars – Dal Brasile a Napoli
 Registro instrumental da colaboração entre Toninho e o guitarrista Antonio Onorato, que é influenciado pela música napolitana.
Belo Horizonte
Disco
 duplo com Toninho e Orquestra Fantasma. O primeiro tem clássicos do 
guitarrista e o segundo reúne temas instrumentais de Yuri Popoff e André
 Dequech.
MUTIRÃO NACIONAL »
     Aprenda a tocar
    
    
    
  
  
O Dia Nacional do Ensino da Música será 
comemorado em 20 estados, com extensa programação agendada para amanhã e
 sábado. Em BH, o Studio Sol, por meio do site Cifra Club, oferecerá 
aulas gratuitas na Escola Minueto (Avenida do Contorno, 7.449, Lourdes).
 As vagas são limitadas e inscrições já podem ser feitas em 
www.cifraclub.com.br/workshops.
A boa ideia se inspirou no evento
 National Learn to Play Day, realizado no Reino Unido. A edição 
brasileira mobiliza lojas, comunidade artística, professores e 
instrumentistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário