quinta-feira, 11 de julho de 2013

Eduardo Almeida Reis - Explicação‏

Rússia, Austrália, Estados Unidos, Canadá, China e Índia têm um total de 145 escolas ensinando medicina veterinária, contra 197 de um só país grande e bobo


Eduardo Almeida Reis

Estado de Minas: 11/07/2013 

Já escrevi sobre o assunto para o Correio Braziliense, mas o leitor do Estado de Minas precisa tomar conhecimento de um número assustador. Cronista rural há quase meio século, nunca entendi a implicância de alguns veterinários com os meus escritos. Tive pela imprensa, com alguns deles, discussões memoráveis, sem entender os motivos que os levavam a odiar o cronista, que sempre defendeu a contratação de assistência veterinária permanente para nossas empresas rurais. Com uma só condição: contratar bons profissionais.

Agora, lendo texto que me chegou de veterinário da velha guarda, meu colega na criação da ABIR, Associação Brasileira de Informação Rural, entendi a implicância dos tais idiotas. Vejamos.

A África do Sul tem 1 escola de medicina veterinária, a Alemanha 5, a Argélia 5, a Argentina 13, a Austrália 7, o Canadá 5, o Chile 7, a China 23, a Coreia do Sul 10, a Espanha 11, os Estados Unidos 29, a França 4, a Holanda 1, a Índia 40, a Itália 13, o Japão 16, o México 18, a Nova Zelândia 1, Portugal 9, o Reino Unido (UK) 7, a Rússia 41.

Sabe o leitor quantas escolas de veterinária tem o Brasil? Se não sabia, fique sabendo: 197, das quais 70% particulares. Isso mesmo que o caro e preclaro amigo entendeu: cento e noventa e sete! Rússia, Austrália, Estados Unidos, Canadá, China e Índia, países de territórios imensos, têm um total de 145 escolas ensinando medicina veterinária, contra 197 de um só país grande e bobo.

Não é de espantar que as cento e noventa e sete, de vez em quando, soltem na praça uns imbecis como aqueles que não entendem os meus escritos.


Dez para as seis
Aos 10 minutos para as seis horas da manhã: que diabo pensará da vida um Bufo marinus? É pergunta que faço em voz alta, esquecido de que o sapo-cururu não deve pensar na vida; coaxa, grasna, grasne, rala e rela à procura de uma fêmea, que o ajude a multiplicar a espécie dos aguás, cururus, sapos-gigantes, sapos-jururus, xuês-açus, xuês-guaçus – a Bufo marinus, que pode alcançar até 25 cm, o maior membro da família dos bufonídeos.

Tenho com os anfíbios anuros do gênero Bufo uma incompatibilidade basilar, desde quando resolvi aprender a tocar violão. Pais amantíssimos, os meus compraram violão razoável e contrataram professora gorda e feia, figura incompatível com as fantasias de um adolescente que começava a pensar bobagens e continua pensando até hoje.

Uma das músicas que a pavorosa senhora me ensinou dizia qualquer coisa do tipo: “Sapo-cururu na beira do rio/ Quando o sapo grita, ó Maninha, diz que está com frio”. Por aí dá para sentir a imbecilidade da música, se considerarmos que o sapo não grita, mas coaxa, grasna, grasne, rala e rela à procura da fêmea que não deve ser sua Maninha, salvo se é cururu incestuoso, como tive na roça o filho de um empregado, menino de 14 anos, que transava com sua irmã de 12, compartindo os favores da maninha com um empregado solteiro, que morava com a família.

Ninguém pode imaginar o que rola, em termos sexuais, em diversas residências do nosso interior e, suponho, das nossas cidades. Suponho? Esquece. Todos temos notícias de casos escabrosos rolando até em casas do mais alto coturno em nossas cidades, como também nas mais altas esferas de nossa administração pública. Donde se conclui que é melhor não concluir nada e continuar perguntando, ao dealbar da aurora invernal, que diabo pensará da vida um sapo-cururu.


O mundo é uma bola
11 de julho de 1533: o papa Clemente VII excomunga Henrique VIII, rei da Inglaterra. Clemente VII (1478-1534), nascido Giulio di Giuliano de Médici, era filho bastardo de Giuliano de Médici e sobrinho do ilustre e famoso Lorenzo de Médici, Il Magnifico. Era, portanto, primo do papa Leão X.

Governou Florença de 1519 a 1523, foi arcebispo de Embrun, cardeal e arcebispo de Florença nomeado por seu primo Leão X, de quem se tornara o principal confidente e ministro. Morto Leão X, teve papel decisivo na inesperada eleição do papa Adriano VI, a quem sucederia no conclave de 1523. Foi o papa Clemente VII até morrer em 1534. Ambicioso, perturbou o panorama político e religioso da época, com reflexos até hoje, pois a Igreja Anglicana resultou da excomunhão de Henrique VIII.

Mecenas de artistas como Rafael e Michelangelo, Clemente VII morreu envenenado depois de uma refeição “temperada” com Amanita phalloides, um cogumelo altamente tóxico, conhecido em português como “cicuta verde”. Espécie originária da Europa, é encontrada nas Américas, Austrália e Ásia. O único tratamento conhecido para a maioria dos casos é o transplante de fígado. Dizem que 50 gramas de Amanita phalloides matam um homem adulto. A espécie é responsável por 90% dos envenenamentos com cogumelos.

Vou parando por aqui, porque hoje me espera na geladeira um prato de rosbife com cogumelos. Fio que sejam fungos basidiomicetos não venenosos.

Hoje é o Dia Mundial da População.

Ruminanças
“No que diz respeito ao islã, o que ainda nos salva é que xiitas, sunitas, alauitas e outros se matam num entusiasmo de fazer inveja aos piores bandidos” (R. Manso Neto).

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