Ex-governador busca alternativas para se candidatar à Presidência, mas partido tende a apoiar senador mineiro
Tucano critica política econômica do governo e promete apresentar propostas de mudança no segundo semestre
Duas vezes derrotado em eleições presidenciais e sem espaço no PSDB, Serra tem procurado alternativas para se candidatar novamente nas eleições do ano que vem.
O ex-governador foi convidado pelo deputado federal Roberto Freire (SP), seu amigo, a trocar o PSDB pelo PPS para se candidatar, mas teme ficar isolado se não conseguir levar junto outros integrantes de seu grupo político.
Serra avalia também a possibilidade permanecer no PSDB e disputar a indicação do partido com Aécio Neves.
O ex-governador também tem procurado uma reaproximação com o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que juntou-se à coalizão que apoia a presidente Dilma Rousseff depois das eleições municipais do ano passado.
"Respeito qualquer que seja a decisão do companheiro José Serra. É uma decisão muito pessoal", disse Aécio à Folha, ao chegar para uma convenção do PSDB em Florianópolis. "Desejo pessoalmente que ele seja feliz e que as oposições possam vencer as eleições. Vou trabalhar muito para o PSDB vencer as eleições."
Quando os tucanos se preparavam para a campanha presidencial de 2010, Aécio chegou a propor a realização de prévias internas para a escolha do candidato do PSDB, mas a ideia não foi adiante e Serra foi indicado pela sigla.
Neste ano, Serra recolheu-se diante da movimentação de Aécio para assumir a liderança do PSDB, mas o novo cenário político criado pelos protestos de junho o animou a reavaliar a possibilidade de se candidatar novamente.
Aécio participou ontem da convenção que elegeu o novo presidente do PSDB em Santa Catarina, o senador Paulo Bauer, que concorreu como candidato único.
Em discurso para cerca de 600 correligionários, Aécio fez críticas ao governo federal e prometeu apresentar propostas alternativas ainda neste ano. "O PSDB vai andar pelo país neste segundo semestre, construir uma proposta alternativa e apresentar à população", afirmou.
Aécio disse que a disputa pela Presidência "não é uma opção para o PSDB", mas "uma imposição do quadro que está aí". Para ele, "o Brasil não vai bem e as perspectivas são pessimistas".
O tucano criticou o inchaço da máquina do governo e o desempenho da política econômica, dizendo que em 2012 o Brasil "só cresceu mais que o Paraguai" e prevendo que neste ano ele "só crescerá mais que a Venezuela".
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